"Já acabaram de discutir?" Pergunto assim que encontro os meus pais sentados no sofá apenas a ver televisão.
"Nós não estávamos a discutir" Diz a minha mãe muito calma.
"Então e os gritos eram o quê?"
"Nós estávamos apenas a falar."
"Sim claro. Ah já agora quando se divorciarem avisem que eu tenho o direito de saber."
"Porque é que és assim para nós?"
"Assim como? Eu nunca vos fiz nada de mal."
"Nunca fizeste nada de mal? Tu estragaste as nossas vidas!"
"Desculpa? Eu estraguei as vossas vidas?"
"Sim! Tu e esse teu estilo punk! Nós só queríamos uma família perfeita."
"Aí está o problema. Eu não quero ser perfeita. Ninguém é perfeito."
"Mas podias tentar ser uma menina exemplar que não falta às aulas, que não anda assim vestida e que não tem amigos daquele género."
"Para quê? Para toda a gente gostar de nós? Não obrigada. Eu gosto de ser diferente. Gosto de me distinguir dos outros e não de ser exatamente igual a toda a gente."
"Podias ser mais como a Joana mas não. Tinhas de ser diferente. Tínhamos de ter uma filha que fosse fora do normal não é? Nós temos cá uma sorte."
"Se não gostas de mim porque não me dás para adoção?"
"Sinceramente não sei porque não o fiz logo que começaste a ficar assim. Se te tivesse dado para adoção já não tínhamos este problema."
"Eu vou dormir. Boa noite."
Subi as escadas a correr e quando cheguei ao quarto fechei a porta e deitei-me na almofada a chorar. Posso não gostar muito dos meus pais mas eles não têm o direito de me dizer isto. Eles não gostam de mim. Custa ouvir os teus pais dizerem que te iam dar para adoção. Mas se calhar até seria melhor se o tivessem feito porque depois não tinha de viver com eles durante este tempo todo. Mal posso esperar por poder sair de casa.
(Passado um mês) (N.A.: Eu vou saltar no tempo para chegar ao dia do concerto e porque durante este tempo todo não acontece nada de especial)
Era sábado de manhã e eu não tinha dormido nada de jeito outra vez. Este último mês aconteceram algumas coisas que eu não estava à espera. Os meus pais separaram- se e eu fiquei a viver com a minha mãe, uma prima minha veio viver connosco e o Alec e a Kika começaram a andar. Também não tenho dormido muito bem porque não tenho parado de pensar no concerto. Eu vou ver o Andy Biersack hoje e mal posso esperar. Estou super contente por ter chegado finalmente o dia em que vou poder vê-lo.
Não tenho parado de pensar nisso e o Alec está sempre a gozar comigo. A minha prima Lauren, que tem 20 anos, disse que também já tinha comprado o bilhete para o concerto e então decidimos ir todos juntos. Íamos agora sair de casa para irmos e tivemos de inventar uma desculpa para podermos sair. Mas não foi muito difícil.
"Mãe, nós vamos sair o dia todo e muito provavelmente só voltamos de madrugada."
"Não há maneira de te impedir por isso vão-se lá embora. Toma conta dela Lauren."
"Claro que sim tia."
E sem dizer mais nada saímos de casa. Quando chegamos lá fora a Lauren virou-se para mim e perguntou-me algo que acho que já andava para perguntar a algum tempo.
"Afinal porque é que mentiste à tua mãe?"
"Porque não quero que ela saiba que vou a este concerto."
"E porque não?"
"Ela não me aceita como sou. Já devias ter percebido isso."
"Sim. Vocês falam muito pouco uma com a outra e quando falam é sempre para discutir."
"Pois é. Mas bem eu hoje não quero ficar triste porque hoje vai ser o melhor dia da minha vida.
"Ai sim? Só porque vais ver o Andy Biersack?"
"E não só! Também vou ver o Kellin e o Vic. Mal posso esperar."
"Vê lá não te esqueças que o Kellin é casado e o Vic é um bocado velho demais para ti."
"A idade não interessa."
"Interessa quando são 16 anos e tu ainda não és adulta."
"Eu sei que ainda só tenho 16 mas já só faltam dois anos."
"Até lá não me dói a mim a cabeça"
"Cala-te que não sabes o que dizes" Dei-lhe um leve soco no braço. Já estávamos no sítio onde tínhamos marcado com a Kika e o Alec mas eles ainda não tinham chegado. Decidimos sentar-nos num banco à espera deles e passado alguns minutos lá apareceram os dois aos abraços. Credo tanto mel.
"Pombinhos parem lá com isso que eu não quero vomitar."
"Tu dizes isso porque sabes que o Andy não quer nada contigo."
"Ele nem me conhece."
"Exatamente."
"Quando ele me conhecer ele vai-se apaixonar logo."
"Sonha sonha." Diz Alec ao mesmo tempo que revira os olhos.
"Mas vamos embora. Estou em pulgas."
Dirigimo-nos à paragem do autocarro e ficámos uns 20 minutos só à espera do autocarro. Finalmente ele chegou e agradecemos a Deus.
"Estamos quase a chegar." Ouvi Kika dizer.
"Acho que vou desmaiar."
"Não desmaies senão depois não vês o Andy." Gozou o Alec outra vez.
"Tou farta de te ouvir falar do mesmo. Cala-te um bocadinho."
"Pronto peço desculpa."
Assim que chegámos à nossa paragem eu fui a primeira a sair e a correr em direção ao sítio do concerto. Já lá estava bastante gente. A meio do caminho choquei com alguém e assim que olhei para cima vi um rapaz de cabelo castanho e olhos verdes. Era bonito.
"Desculpa. Eu estava distraída. Peço desculpa."
"Desculpas aceites. Mas só porque gosto da tua camisola dos BVB."
"Obrigada. Também gosto da tua dos PTV."
"Como te chamas?"
"Isabella mas podes chamar-me Bella. E tu?"
"Matthew mas podes chamar-me Matt."
"Muito bem Matt, vieste sozinho?"
"Sim. E tu?"
"Eu vim com a minha prima e dois amigos meus. Eles vêm aí."
Assim que eles chegaram apresentaram-se e todos se deram muito bem. Resolvemos ir buscar algo para comer porque estávamos todos cheios de fome.
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Runaway || Andy Biersack ||
FanfictionIsabella vive num mundo em que os pais não a aceitam como ela é. Tem apenas dois amigos para a apoiar e uma amiga que não gosta desta nova sua maneira de ser e quer que ela volte a ser o que era dantes. Determinada a não mudar, só a música a vai pod...