Runaway || Andy Biersack ||

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(N.A: A foto na multimédia é a Kika/Érica)

"Isabella! Acorda! Vais chegar atrasada!" A minha mãe acorda-me sempre assim. E para não bastar os gritos, ainda me vem abanar.

"Sai daqui mãe! Já te disse que não te quero no meu quarto!"

Ela saiu e eu levantei-me e fui até à casa de banho para tomar banho. Eu gostava de cantar no banho a plenos pulmões e depois os meus pais reclamavam por eu não saber cantar, o que era verdade.

Assim que saí do banho dirigi-me ao quarto para me vestir. Decidi usar uma camisola preta dos Nirvana, as minhas normais calças pretas rasgadas no joelho e os meus Converse todos pretos. Era assim que eu me vestia e os meus pais reclamavam. Basicamente, eles reclamam com tudo.

Desci as escadas em direção à cozinha e lá estavam eles a tomar o pequeno-almoço. O meu pai a ler o jornal e a minha mãe a mexer no telemóvel, sabe-se lá a fazer o quê.

"Já te disse que não gosto de te ver assim vestida." Diz o meu pai. Bufei.

"E eu já te disse que não és tu que tens de gostar, mas sim eu."

"Sempre com a mesma desculpa." Diz a minha mãe enquanto revira os olhos. A seguir ela levanta-se e dirige-se à porta e sai sem dizer nada.

"Queres que te leve para a escola?"

"Não. O Alec vem-me buscar e vamos juntos."

"Eu não gosto desse rapaz. Ele usa aqueles brincos horríveis e ainda por cima fuma."

"Não há nada que possas fazer porque eu e ele somos amigos e eu não vou deixar de falar com ele só porque tu não gostas."

"Eu sou teu pai e enquanto viveres debaixo do meu teto eu mando em ti."

"Poupa-me." E nesse momento a campainha toca a avisar que ele já chegou. "E agora vou para a escola. Com licença."

Levanto-me da mesa sem o deixar dizer outra palavra, pego na minha mochila e vou-me embora. No caminho para a escola combinamos as coisas para ir comprar os bilhetes para o concerto. Infelizmente não temos dinheiro para o M&G mas já vê-los atuar é muito bom.

"Mal posso esperar para ver o Andy Biersack ao vivo!" Digo assim que entramos na escola.

"A tua crush nele já dura há mais de um ano."

"Eu sei. É triste. Nem vou poder conhecê-lo."

"Não é nada. E não te preocupes. Quem sabe ainda não chocas contra ele."

"Tu dizes tantas piadas." Dou um riso falso e ouço a o toque para entrar. Digo-lhe adeus e vou para a sala de Desenho. A verdade é que não consigo para de pensar no que ele disse. E se eu realmente chocar contra ou se por alguma razão eu o conhecer? O que vai acontecer? Será que vou conseguir falar com ele e não parecer estranha? Mas eu não posso pensar nisso porque era muito bom para ser verdade por isso duvido que aconteça. Eu posso não ser uma pessoa negativa mas também não acredito em impossíveis.

(...)

Há hora do almoço encontro a Joana sentada numa mesa sozinha e decido ir ter com ela.

"Olá" Digo-lhe mas ela não parece estar muito sorridente e simpática hoje.

"Não vais ter com os malucos?"

"Já te disse para não os tratares assim."

"Mas é o que eles são. Gostam dessas bandas em que só gritam e nem consegues perceber nada."

"Já te esqueceste que eu também gosto dessas bandas?"

"Mas tu és diferente."

"Porquê?"

"Porque tu não és assim. Eles é que te deram a volta à cabeça. Qualquer dia começas a fumar também. Eu quero que voltes a ser tu."

"Mas esta sou eu. Sou uma nova pessoa. Eu mudei e tu tens de aceitar isso. Se não quiseres aceitar então aconselho-te a afastares-te porque eu não vou mudar só porque uma amiga e os meus pais querem que eu mude. É assim que eu me sinto bem e é assim que eu vou ficar." E com isto levanto-me da mesa e caminho em direção à saída. Com isto tudo nem comi nada mas a fome também não é muita. Estou farta de toda a gente a dizer-me para voltar ao que era. É a minha família, os meus antigos amigos e até a Joana, que eu pensei que estava na boa com isto. Eles podem esquecer porque eu vou ficar assim.

Após andar às voltas pela escola a tentar encontrar a Kika e o Alec finalmente encontrei-os à porta da escola a fumar. Quer dizer, o Alec estava a fumar, não a Kika. Ela prometeu que nunca o iria fazer.

"Andei à vossa procura pela escola inteira."

"Porque não foste ter com a Joana? Ela estava no refeitório." Diz a Kika.

"Eu sei. Eu fui lá e falei com ela mas ela veio com aquela conversa outra vez a dizer para eu mudar para o que era dantes e essas cenas. Eu passei-me e vim-me embora."

"Eu tive uma ideia!" Ouço Alec dizer.

"Diz lá. Até tenho medo."

"E que tal se não fôssemos à última aula e vamos já comprar os bilhetes?"

"Claro! Porque não? Vamos."

Virámos costas à escola e dirigimo-nos a casa do Alec. A casa dele ainda é um bocado longe e por isso decidimos apanhar o autocarro em vez de andarmos aquilo tudo porque não estávamos com paciência.

No autocarro os velhotes ficavam todos a olhar para nós. Eu já estou habituada porque já é normal as pessoas ficarem a olhar. Saímos quatro paragens à frente e subimos a rua para ir para casa dele. Os pais do Alec morreram quando ele tinha 7 anos e ele ficou ao encargo da tia e mais tarde, quando ele tinha 15, mudou-se para a sua própria casa mais o irmão mais velho, o Seth, que tinha acabado de fazer 18. Agora que tem 19 o irmão deixou-lhe a casa e foi viver com a namorada. Ele adora viver sozinho porque leva lá a casa quem ele quiser e pode fazer o que quiser.

"Bem vindas à minha humilde casa." Goza ele fazendo uma vénia.

"Vai mas é buscar o computador."

Ele foi ao quarto dele e voltou de lá com o portátil nas mãos. Sentou-se no sofá e nós sentámo-nos uma de cada lado.

"Despacha-te." Digo-lhe.

"Calma." Ele entra no site e compra os bilhetes. E é aí que saltamos todos de alegria. Nós estamos mesmo muito contentes por ir àquele concerto. E finalmente eu vou poder ir.

"Já está! Nós vamos! Nem posso acreditar!" Eu estava mesmo muito feliz.

"Yah! Mas ainda temos de esperar um mês." Érica diz.

"Não te preocupes. Vai passar num instante."