Runaway || Andy Biersack ||

Problems

Mais um dia de aulas acabou e eu não vi a Kika. Ela faltou durante a semana toda e ainda não disse nada. Hoje eu e o Alec decidimos que iríamos a casa dela ver o que se passava.

"Estás pronta?"

"Claro. Vamos."

Fomos até à paragem do autocarro porque é mais rápido e passado uns minutos o autocarro chegou e nós entrámos. Saímos umas paragens à frente e caminhámos em silêncio até à porta do prédio dela.

"Vamos lá."

Toquei à campainha e passado um bocado ouviu-se uma mulher a perguntar quem era.

"É a Bella e o Alec. Somos amigos da Érica."

"Ah sim. Podem entrar."

Ela abriu-nos a porta e nós entrámos no elevador e subimos para o quarto andar. Batemos à porta e a mãe dela veio abrir.

"Podem entrar. Ela está no quarto. Não sai de lá à uma semana e não quer falar com ninguém."

"Nós vamos tentar falar com ela."

Fomos até ao quarto dela e batemos à porta. Tentei abri-la mas estava trancada.

"Podemos entrar? É a Bella e o Alec."

Ela veio destrancar a porta e nós entrámos. Ela estava sentada na sua cama, agarrada à almofada e com o pijama vestido.

"Estás bem?" Perguntei e fui-me sentar ao pé dela.

"Achas mesmo?"

"Que se passa?"

"Eu tenho medo."

"Tens medo do quê?"

"Tenho medo de..."

"De?"

"Tenho medo de estar grávida. Pronto já disse."

"Grávida? De quem?"

"Na segunda feira eu faltei à escola porque fui ter com aquele rapaz da minha turma, o Ben."

"Sim. Nós sabemos quem é. Ele já se meteu com a Bella algumas vezes."

"Pronto. E eu acho-o giro e as coisas foram acontecendo e depois olha. Aconteceu."

"Vocês envolveram-se?"

"Sim. E eu agora não sei se estou grávida ou não."

"Mas já fizeste o teste?"

"Não. Tenho medo que dê positivo."

"Então vamos agora mesmo comprar um para fazeres. Tens de saber a verdade."

"Vens comigo?"

"Sim claro. Também vens Alec?"

"Não deixa. Eu vou para casa. Isso é coisa de miúdas. Depois falem comigo sobre o resultado está bem?"

"Sim claro. Mas já agora esperas que ela se vista e saímos todos ao mesmo tempo."

"Eu despacho-me."

Nós saímos do quarto e passado nem 5 minutos ela já estava pronta para sair.

"Mãe, eu vou ali à rua dar uma volta com eles. Até logo."

"Está bem. Fazes bem. Até logo."

Saímos de casa dela e fomos até à Farmácia mais próxima enquanto que o Alec foi para casa.

(...)

"Bem, já está. Agora é só esperar."

"Quanto tempo?" Perguntei-lhe.

"Não sei. Acho que é cinco minutos."

"Está bem."

Ficámos à espera sem dizer nada e quando o tempo passou ela entregou-me aquilo para a mão.

"Vê tu. Eu não consigo."

Eu destapei e sorri ao ver o resultado.

"Já podes viver uma vida feliz."

"Deu negativo?"

"Exatamente." Ela abraçou-me com todas as suas forças e logo a seguir deitou o teste para o lixo.

"Obrigada. Sem ti não tinha feito o teste e provavelmente iria ficar mais duas semanas fechada no meu quarto."

"Não tens que me agradecer. Agora tens é de ligar ao Alec e contar-lhe as novidades."

"Sim claro. Vou já."

"Liga-lhe que eu vou-me embora."

"Não ficas para jantar?"

"Não posso. Tenho de ir senão os meus pais passam-se."

"Pois tens razão. Vai lá então. E mais uma vez obrigada?"

"De nada. Até amanhã."

Saí do quarto dela e de seguida de casa, despedindo-me da mãe dela primeiro.

(...)

Cheguei a casa e ouvi gritos. Estava com um pouco de medo para entrar em casa mas lá entrei.

"Nunca fazes nada certo não é?"

"Cala-te mulher. Estou farto de ouvir os teus gritos."

"Olha então vai-te embora."

"Vai tu. Tu é que estás sempre mal."

"Olá?" Disse baixinho mas eles conseguiram ouvir.

"Isto é que são horas de chegar a casa outra vez?"

"Não é assim tão tarde. E estive em casa da Érica."

"Eu não te quero em casa de nenhum deles."

"Vamos mesmo repetir a conversa de ontem?"

"Não. Eu quero que vás para o teu quarto porque eu e o teu pai estamos a ter uma conversa muito séria."

"Então vejam lá se falam mais baixo porque os vizinhos estão todos à janela."

"Mas a conversa ouve-se lá fora?" Pergunto a minha mãe chocada.

"Claro. Só se ouve gritos."

"Então temos de falar mais baixo porque não quero que os vizinhos saibam de nada."

"Mas passa-se alguma coisa? Vocês vão-se divorciar ou assim?"

"Não. Ainda não está nada decidido. Agora vai para o teu quarto." Desta vez tinha sido o meu pai a falar. Ele nunca fala muito e se fala é para mandar vir comigo.

"Com todo o gosto."

Subi para o meu quarto enquanto que eles continuaram à "conversa" na sala. Tranquei a porta e dirigi-me à minha pilha de CD's. Peguei no primeiro CD dos Pierce The Veil que encontrei e pus a tocar. Eu adorava a voz do Vic. Os meus pais dizem que não se percebe nada do que ele diz porque só grita mas eu consigo perceber as palavras por detrás dos gritos e essas palavras são lindas. Ele canta com alma. Mal posso esperar por vê-los ao vivo.