Confissão

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Mal posso respirar. Tudo o que sinto é ele. Seu beijo obstinado e suas mãos firmes me segurando para mais perto dele, nossas línguas se encontram em uma dança sensual. Ouço o barulho da porta se fechar, mas apenas ouço porquê não consigo abrir os olhos, estou totalmente entregue.
Você não pode agir assim!
Kramba! O que é isso?
Relutante consigo me afastar empurrando o, sua expressão reflete a minha, está ofegante buscando o ar. Ficamos parados, sentindo a atmosfera quente entre nós, como se fossemos um imã algo nos puxa, nos atrai um para o outro.
Tenho medo.
Não posso.
Não aqui, não agora.

Ele finalmente se move como um felino certo de seu poder e imponência em minha direção, seus lábios carnudos movem- se no que parece mais um sussurro doce e envolvente, e parece ainda mais sexy iluminado pelo único foco de luz no quarto de meu abajur.

-Você tem ideia do que fez hoje comigo Lena?- diz com ênfase em cada palavra.
-Não...- perplexa por suas recentes e inesperadas ações comigo, realmente não sei o que está acontecendo com ele, comigo e hesito em minhas resposta.- o que eu fiz?
- Você está dificultando as coisas Lena.
-Como? Eu não fiz nada.
- Fez. Fez sim.
Agora estou confusa!
O que fiz pra esse garoto?
Ainda está parado a poucos centímetros de mim, sinto o calor que emana dele e por um segundo isso me destraí de modo que fecho os olhos, ao abri los vejo sua expressão séria e tremendamente sensual me encarar, sua boca abre e fecha, porém, sem emitir som algum, depois retorna a abrir.
- Você tem feito desde o maldito dia em que te conheci!- se aproxima ainda mais e ergue suas mãos pondo as uma de cada lado de minhas bochechas - Você tem ideia do quanto é difícil não poder te ter? Te ver e não poder te tocar?
- Do que está falando? Você sempre fez questão de me afastar! O que fiz a você?- sua sobrancelha se une e me solta, abaixa a cabeça e da as costas pra mim e já não sei o que pensar, continuo parada olhando o tentando esperando minha resposta a tão esperada resposta.
Ele passa as duas mãos pelo cabelo e olha para o teto, então começa a falar.

- Durante anos fiz questão de exterminar todo e qualquer sentimento que me prendesse a alguém Lena.- como? o observo atenta- Amor, namoro essas coisas só servem para fazer agente sofrer, todas as pessoas que amei me deixaram.

Isso me faz pensar em quantas pessoas exatamente ele amou. Ele se vira e senta na beirada da cama olhando para frente, então prossegue.
- Eu... Tive ódio de você, porque me senti atraído assim que te vi.
- Então foi por isso que começou a me tratar mal? Para me afastar?
-Sim- confessa.
-E deu certo?
-Não, como pode perceber... Depois que você passou a viver comigo ficou ainda mais difícil te odiar, você é linda, pura ... Lena, você me encanta.

Agora tudo fazia sentido. Mas, aonde ele quer chegar? Sento ao seu lado e a proximidade me faz querer abraçá lo.
-Aquele beijo, os nossos beijos eles... Vão se repetir?- ele me olha e fica de frente pra mim na cama.
-Lena...eu não quero namorar, nem nada disso. Não quero. Não posso.
-Porquê?
-Eu não quero amar você.
- Você não me ama?
- Aí está o problema. Não sei. Estou confuso. Toda vez que chego perto de você sinto nossa conexão.
-Eu também.
Ficamos em silêncio. Decido falar.
- Vamos tentar. Vamos ficar.
- Você acha que consegue?
-Sim. Por que não?
-É romântica, vai querer mais e eu não vou te dar.
Droga!
Ele tem razão.
Mas o que posso fazer? Eu o quero. Ele me atrai. Não consigo imaginar não senti lo mais. Ele me olha e passa a costa de seus dedos em meu rosto, fecho olhos apreciando o seu toque e imaginando o por todo  meu corpo. Merda! Que pensamentos são esses?
Abro os olhos e vejo um olhar de arrependimento.
-Eu não deveria ter aberto o jogo pra você, nunca deveria ter te beijado. Eu vou embora.
NÃO!
-Não vá- seguro o pelo braço e ele me olha.
-Tenho que ir, vamos manter as coisas como antes isso não vai dar certo.
-É o que você quer?
-Vamos esquecer isso tudo. Esqueça o que eu te disse, vou tentar esquecer você e aconselho que faça o mesmo.- Eu o solto e ele sai decidido. Me deixando sozinha e despedaçada,  passo as mãos em meus lábios recordando os poucos beijos que ele me dera e a sensação desconhecida de prazer e o gosto de nossos lábios unidos e isso me faz chorar.
Deito me na cama e agarro meu travesseiro tentando assimilar tudo o que me fora dito, apertando ainda mais meu travesseiro me pergunto como irei conseguir conviver com ele sem pensar nele de outra forma que não seja, ele e eu juntos.

Arrebatadora Paixão.Onde histórias criam vida. Descubra agora