Mudança

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Aquele garoto despertou minha curiosidade confesso. Ele é jovem assim como eu e na sua festa não havia jovens como nós, então o óbvio era que ele tivesse se aproximado de mim, porém, não o fez, mas, senti que ele queria, algo em mim dizia que ele queria estar perto mesmo se mantendo distante.
Ele não foi grosseiro comigo só não ficou perto de mim, porém, mal podia imaginar que aquele mesmo garoto que teve um gesto tão gentil de se preocupar em me dar um pedaço do bolo se transformaria em um dos meus piores pesadelos.
Um mês depois meu pai foi convidado a participar de uma viajem que o chefe dele ia fazer, meu pai prontamente aceitou, acho que os dois estavam se dando bem, enfim, fomos na tal viajem de ônibus junto com mais funcionários e amigos do tal chefe do meu pai e sim ele estava lá. Calebe.
-Oi! Ben meu camarada! Quase que não chega!- falou cumprimentando com um aperto de mão apertado.
-Pois é sabe como é o trânsito e tendo uma mulher em casa!?
-Pai!- não suporto quando ele me usas.
-Sei ..sei Olá jovem bonita.
-Olá senhor Beni.
-O ônibus ta lotado, mas, tem um lugar ao lado do meu filho sente- se lá eu e o seu pai vamos conversando.- olhei para meu pai desconfiada, realmente não queria ficar meia hora sentada ao lado de Calebe, bem...queria mas agora me deu um frio na barriga.
- Vai lá filha, nos encontramos depois.
-Ta pai.- conformada com meu destino caminhei até o ônibus e o vi com uma bermuda e uma camisa preta o cabelo estilosamente bagunçado usando fone de ouvido virado para a janela.
-Licença- disse ao sentar.- ele apenas me olhou e fez um gesto que sim com a cabeça.

Ok. Esse garoto é estranho. A viajem vai ser longa.
E realmente foi...
****
No meio da viajem comecei a sentir tonturas e enjôos. Odeio viajar de ônibus isso sempre acontece.
-Você está bem?
-Não tô passando mal...acho que vou vomitar.
-Espera aí.- ele se levantou e foi até o pai, pude vê lo gesticulando para mim, mas, seu pai fazia que não com a cabeça. Volto ao meu lugar quando percebo que está retornando.
- Onde você foi?
-Pedir para o meu pai parar o ônibus. Mas, ele disse pra você aguentar mais um pouco, daqui a pouco nós vamos parar para almoçar.
-Atá obrigada por ter se preocupado.
- Não fiz isso por você, fiz por mim. Não quero ninguém vomitando do meu lado!
- Como você é estúpido garoto!
- E você é uma garota chata que não aguenta andar de ônibus.
-Olha aqui garoto! Você não me conhece.
- E nem quero.- falou isso pra mim com a maior cara sínica! Como me enganei a respeito desse nojento! Estou com tanto ódio.- você deve ser que nem o seu pai, mais um oportunista querendo se dar bem a custa do meu pai.
A não agora esse garoto foi longe de mais! Falando mal do meu pai? Pulei em cima dele e comecei a dar tapas nele e acabei descobrindo sua força. Ele segurou minhas mãos e começou a rir, nunca tinha visto o sorrir! Nossa! É um sorriso lindo de morrer! E contagiante! Na mesma hora minha raiva tinha passado. O que me deu mais ódio ainda. Que droga!
-Olha aqui garoto você não ouse mais abrir essa boca pra falar do meu pai ouviu? E vê se me solta ou eu grito!
- Olha aqui garota! Não tenho medo de garotinhas fraquinas assim como você.
-Fraquinha? A...seu...seu
-Seu o quê? Já deu pra perceber que Você é muito inocente Lena- me soltou e disse- fique longe de mim. Ok.
- Pode deixar.- revirei os olhos pra ele e me virei bufando de raiva! Aquele garoto me deixa maluca. O observei durante a viajem, Calebe é legal com todo mundo menos comigo, afinal, o que eu fiz pra ele pra me querer longe dele? O quê?
Durante o almoço todos nós sentamos em uma mesa comprida para almoçar nos graças a Deus a distância entre mim e Calebe era considerável. Ele estava do lado oposto da mesa e de repente surgiu um imbecil que disse:
-Beni, o Calebe e a Lena estavam entre tapas e beijos hoje no ônibus, isso vai dar namoro heim .- imediatamente todos na mesa nos olharam e eu fiz uma cara de nojo, olhei para Beni e ele pareceu entrar na brincadeira. Foi quando Calebe se pronunciou:
-Deus me livre! Tenho bom gosto.
-Como é?
- Filho Lena é uma moça linda! Quem desdenha quer comprar.- a fala de Beni lavaram minh alma, olhei para Calebe e mostrei língua pra ele, o mesmo me olhou sério o que fez com que me arrependece na mesma hora.
******
Chegamos ao local da viajem, uma praia linda, praticamente deserta, se não fora as vinte pessoas que desciam do ônibus. Com certeza tomar banho de praia ia fazer meu dia melhorar.

Fui até um banheiro do restaurante da praia para por meu biquíni, vou mostrar a ele o bom gosto.Com um biquíni vermelho ressaltando meus quadris largos em contraste com minha pele branca e meu cabelo preto comprido saiu poderosa! Sei que estou bonita, até os caras mãos velhos estava olhando pra mim, esses nojentos pervertidos!
Vou em direção a praia e quem está lá? O chato do Calebe! E está me olhando...bom, muito bom, entro na água e caminho até cobrir meus seios e aproveito, o dia está lindo. Quando estava relaxando, algo toca o meu tornozelo e dou um grito:
-Ah!!! O que é isso? - e o negócio toca de novo um pouco mais acima- Ah!!!!-
Mas, quando viro Calebe surge da água rindo de mim! Como esse garoto é sem noção!
-É você seu doido! Perturbado! Não tem nada pra fazer não?
- Na verdade não. Vou ficar aqui com você te perturbando.
-Aff! Pensei que era pra ficar longe de você.
-E é. Mas, agora não.- me olhou sério. E aquele olhar me passava algo mais, algo que eu vi logo quando o conheçi.- Vamos nadar, quem vai mais longe.
-Não dá.
-Por quê?
-Por que não sei nadar, por isso.- ele me olhou como se eu tivesse, duas cabeças e um chifre, qual é? Eu fui e sou muito protegida!
-Você não sabe nadar? Você é estranha garota.
-Olha aqui garoto!Meu pai sempre quiz me proteger de tudo! Não sei nadar, andar de bicicleta, patins, subir em árvores etc. Tudo que pudesse me ferir meu pai não deixava que fizesse.
-Que saco isso heim
-É.- um silêncio pairou entre nós até que ele falou:
-Bora brincar de quem aguenta mais tempo de baixo da água então. Isso você sabe não é?
-Claro que sei idiota.
-Então ta eu começo.- ele afunda e segura meu tornozelo, começo a contar bem devagar só pra sacaniar o que deu uns 30 segundos.
-E aí? Quanto deu?- fala buscando o ar.
- trinta segundos.- falei rindo.
- Você está trapaceando! - falou com um sorriso que me fez derreter, sim. Aquele sorriso mexia comigo.
-Ta desculpa, agora sou eu- prendi a respiração e segurei o nariz e fui. Segurei em seu joelho e tentei ficar o máximo que pude mas foi um fracasso!
-E aí quanto deu?- disse.
- Você é horrível! Vinte segundos. Por que você põe a mão no nariz? Não sabe mergulhar sem por as mãos ?
- Não sei.
- É fácil...prende a respiração e mergulha. Tenta.
-Ta.- fiz o que ele disse e me afoguei. Ele veio e passou as mãos na minha costa para tentar me ajudar. Esse menino deve ser pertubado! Não sabe o que quer!
- Tenta de novo, você deve ter respirado.
-Tu quer me matar isso sim!
-Não quero não. Tenta.- olhei para ele e fiz que sim com a cabeça.- concentra.- fui de novo e dessa vez não me afoguei! Que legal!
-Viu? É o seu medo que te impedi.
-Nossa que legal! Obrigada.- sorri para ele o mesmo deu um breve sorriso e franziu as sobrancelhas, como se lembra se de algo ruim, e um clima tenso pairou entre nós, foi quando ele se virou e saiuda água sem falar mais nada comigo. E fiquei contemplando Calebe ir embora. Na volta Calebe trocou de lugar com um rapaz e ficou longe de mim. Afinal qual é a desse garoto? Apartir desse dia algo mudou.

Arrebatadora Paixão.Onde histórias criam vida. Descubra agora