Capítulo 4

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Isis Melo.

Fomos ao hospital tão rapidamente que quando me dei conta já estávamos na suíte do hotel novamente. Eu só queria ficar deitada na cama por um momento e esquecer que tudo isso estava acontecendo, estava cansada de tentar conversar com Jaime. Ele não me escuta. Não poderia ficar tentando me explicar para o resto da vida, por isso resolvi me calar, e olhe que isso é muito difícil para mim, pois gosto de conversar e colocar tudo em pratos limpos, mas ele não facilitava, por isso resolvi mudar de tática.

- Hora de comer e tomar seus remédios. - Jaime entrou por uma porta que eu nunca havia visto.

Tinha uma bandeja com variedades de comidas. Tomei o remédio que ele me trouxe sem reclamar e comecei a comer um pouco de tudo.

- Está se sentido melhor? Perguntou carinhosamente.

- Sim. - Respondi estranhando a sua doçura.

Ele ficou me observando por um tempo, até que falou que era bom que eu tomasse um banho morno, para ajudar a baixar a febre. Nesse momento tive uma pequena ideia.

- Não me sinto bem para ir sozinha. - Falei manhosa.

Suspirando ele me ajudou a ir até o banheiro, ao chegar ao mesmo ele preparou uma banheira com água morna. Sobre os seus olhos atentos eu tirei o roupão e entrei na banheira. Olhei-o com olhos de pidona e me surpreendi quando ele retirou a própria roupa e entrou na banheira. Colocando-me deitada sobre as suas costas, ele pegou a esponja e começou a passar lentamente pelo meu corpo. Suspirei desejosa.

Sua mão passava metodicamente pelo meu corpo, sem tocar nas partes que eu mais almejava seu toque. O que era para ser um prazer estava se tornando uma tortura. - Ah... Jaime. Preciso tanto de você. - Sussurrei chorosa. Seus lábios tocaram o meu de leve. Achei que estava no paraíso... Até ser despertada pelo Jaime carrasco.

- Isis, Isis. - Ouvir a voz de Jaime e abri os olhos. Dei-me conta que estava sonhando ou delirando. Céus! Olhei ao redor e vi que estava deitada na minha cama e que provavelmente havia pegado no sono.

- Vou lhe dizer como as coisas vão funcionar a partir de agora. Você terá que comer seis vezes ao dia, e tomar seus remédios por conta própria. Não teste a minha paciência e nem fique tentando chamar a minha atenção com seus joguinhos idiotas, não vou tocar em você. - Falou bruto.

Fiquei calada apenas ouvindo o que ele tinha a falar. Não adiantaria falar nada. Um soluço involuntário saiu do fundo da minha garganta, mas contive o choro a todo o custo.

- Se não tiver você, vou morrer, Jaime. - Sussurrei destruída.

- Então você morrerá, pois não pretendo tocar em você. Tenho raiva de um dia ter tocado numa...

- Não se atreva a terminar a frase. - Falei ríspida. Levantei da cama, mesmo sem sentir força nenhuma. Andei na sua direção e parei na sua frente, o encarei e falei.

- Termina a frase olhando nos meus olhos, diz que sou puta, vagabunda, mentirosa, interesseira, diz que não sentir a minha falta e que não me ama. Aproximei ainda mais meu rosto, perto dos seus lábios. - Diz que não tem saudade de me tocar, beijar... - Sussurrei provocativa e lambi os lábios.

- Você não deveria ter sido mais que uma acompanhante. - Falou, tentando disfarçar sua alteração com minha aproximação.

- Mas eu nunca fui sua acompanhante. - Falei séria.

- Esse foi o erro. - Murmurou e saiu batendo a porta com força...

Passou-se três dias e Jaime não apareceu mais, depois de suas duras palavras fiquei muito abalada e chorei como nunca antes na minha vida. Não sei de onde surgiram tantas lágrimas, parecia não ter mais fim. Um dia desse, eu estava na varanda lendo um livro e ouvindo música (acho que não sou a única a fazer isso). A música se chama, Eu e Meu Coração Partido. A letra parecia ter sido feita para o momento que estou vivendo com Jaime, e fez com que eu me perguntasse: Será que ainda existe amor? O ódio dele é tão grande que nunca será capaz de me perdoar.

Submetida Segunda parte de LascivaOnde histórias criam vida. Descubra agora