D. N. A (RETIRADA 10/12)

Scars

Capítulo não revisado

Acordo com meu celular tocando. Praguejo. Atendo sem ver quem é.

- Você me machucou.

- Ainda nisso? Machuquei pra mostrar que não estou para brincadeiras.

- Você nunca me machucaria.

- Eu nunca amaria também. Por favor, mantenha distância de mim e dos meus filhos. Eu não vou hesitar em te matar.

- NÃO, KATHERINE! VOCÊ NÃO VAI ME MACHUCAR! ESTÁ ME ENTENDENDO? NÃO!- Ele grita chorando. - Você não parou de me amar... Não.

- Adeus, Benjamin.

Desligo o celular. Fico olhando para o mesmo por uns minutos até assimilar o que aconteceu. Olho para ver a hora. 03:20a.m. pego o celular e saio da cama indo para cozinha.

Sento na bancada e acendo um cigarro. Daqui a pouco recebo outro vídeo, então subo e pego meu celular, já que esse ninguém sabe que existe. Deixo ao lado e fumo paciente.

- Senhora... Perdão. - Um dos seguranças entra. - Há um senhor que deseja falar com a Senhora.

- Quem? - O encaro.

- Perdão mais uma vez, mas o Senhor não quis se identificar.

Reviro os olhos para ele. Vou até os portões principal, ele me acompanha logo atrás. Está frio e praguejo por não está usando algo quente. Todos estão armados e direcionados a alguém encostado no carro.

Há uma barreira de homens meus armados. Fico atrás ao lado do que foi me chamar.

- Quem está aí? - Pergunto.

- Eu só quero conversar... Por favor .- Benjamin responde.

- Se der mais um passo, eu mando atirar.

Ele caminha para a claridade, está usando somente jeans , sem camisa e descalço. Seu rosto está com a aparência de cansaço e de quem andou chorando.

- Eu não vou repetir.

- Katherine, por favor, me deixe explicar.

- Não há nada para ser explicado. Aliás, tem sim. - Eu fico na frente dos caras armados - Você é meu inimigo . Eu vou matá -lo. Não chegue perto de mim. Já provei que não estou blefando, não me provoque.

- Eu só quero cinco minutos. Somente isso e nada mais. - Ele pede. - Por favor...

- Benjamin , é melhor você ir embora. - Ethan aparece ao meu lado .

- Isso não é da sua conta, Ethan. É coisa minha e da sua irmã. - Ben diz com raiva.

- Eu me mete se for algo relacionado à ela.

- Se você não vier comigo, Katherine, eu atiro. - Ben diz e aponta a arma. - Eu atiro no seu irmão.

Eu caminho lentamente até ele. Fico a centímetros e pego a arma de sua mão. Viro e atiro no Ethan.

- PORRA, KATHERINE! - Ethan grita.

- Se for pra atirar nele, por favor, não faça ameaças . - Eu falo . - Não há nada para explicar.

Ele fica em silêncio . Suas lágrimas caem sem parar. Me viro para voltar, mas ele pega minha mão e aperta contra seu peito.

- Está sentindo? Sente ele bater aqui? - Viro o olhar. - Me olha? Sabe por que ainda bate? Sabe o motivo? Você é o motivo. Sempre foi. Por favor, acredite em mim quando falo que te amo.

- Eu posso fazer ele parar. É só pedir.

- Sim, você pode. É a única que consegue me domar. Eu jamais te machucaria, nem sequer em meus piores momentos. Por favor amor, não me olhe como um inimigo. Eu era jovem e inconsequente, não sabia que estava sendo manipulado. - Tiro minha mão, mas ele pega meu ombro me obrigando a olhar em seus olhos. -Me olha. Desde o momento em que olhei para você, eu deixei toda essa merda de vingança para trás, todo meu ódio se foi e eu me vi o homem mais louco de amor por você.

- Eu fui jovem e inconsequente quando nos conhecemos pela primeira vez. Nem por isso quis te matar. Não coloque pretextos em coisas óbvias. Você me conhece, sabe que não tolero mentiras. - Olho em seus olhos. - Você mentiu por uma vida inteira.

- MARIA! VOLTE! - Meu pai pede.

- Por favor, não me deixe. - Ele me abraça em desespero. - Diz que me ama, por favor.

Me afasto dele dando passos para trás. Não sinto mais o que sentia por ele, aquele amor puro se foi e no lugar só existe mágoa .

- Eu não vou mentir. - Atiro no seu ombro. - Vou fazer você sentir toda a dor que sinto por esta longe de quem eu verdadeiramente amo. Você me afastou deles. Você mentiu pra mim. Você levou meu filho. Isso já o suficiente para não ter outro sentimento além de ódio.

Caminho pelo curto espaço entre minha família e ele. Eu deixo que as lágrimas caem. Dói ter que saber disso, saber que ele mentiu pra mim.

Passo por todos sem falar nada. Meu pai me chama, mas o ignoro. Entro na casa e antes que eu suba a escada, sou puxada rudemente para trás.

- Você enlouqueceu?! -Meu pai grita. -Como pôde atirar no seu irmão?!

Fico calada olhando em seus olhos. Ele relaxa quando percebe meu estado. Lorenzo me solta e suspira.

- Eu não o matei.- Eu falo.

- Não, não o fez. - Ele diz.

- Mas ele me matou. Aqui. - Eu aponta para meu coração. - Ele matou cada sentimento que cativou durante nossa vida.

- Katherine, eu não fiz isso por ...

- Mal? - Completo sua frase .- Ultimamente ninguém faz nada por mal. Você escondeu isso de mim.

- EU FIZ PARA SEU BEM!

- MEU BEM?! VOCÊ ACHA QUE ME FAZER AMAR E SER ENGANADA É QUERER MEU BEM? - Grito ficando a centímetros dele. Ambos chorando. - Querer bem é não matar a pessoa que mentiu pra mim. Por que tem uma filha pra criar e está com outra chegando. Querer o bem é sempre colocar a pessoa em primeiro lugar. É sacrificar sua felicidade pra ver a outra feliz.

- Eu fiz isso minha vida inteira. Pela primeira vez que eu digo não para você e se revolta.

- Não é essa a questão. Você nunca vai poder se preocupar em se separar das suas filhas. Não vai se preocupar em ser deixado pela sua esposa. Você terá uma vida feliz com sua mulher e filhas e eu nem posso ver meus filhos.

- Eu não pensei por esse lado. - Ele diz.

- Por que pensaria? Não são seus filhos, são meus. Olha isso. - Tiro minha camisa e deixa as finas marcas de cortes. - Cada segundo que passa minha dor aumenta. Ficar longe deles é como se alguém tivesse cortado o ar. Não diga que fez isso para meu bem, quando na verdade você contribuiu para minha infelicidade.

Pego minha camisa e saio de casa. Entro na garagem e canto pneu rumo as ruas de Londres. Eu deixo que todas as coisas ruins que tem dentro de mim saem. Minha dor está insuportável, não consigo mais nem respirar.

Depois de horas paro em um parque longe da cidade. Me sento no balanço e assisto o sol aparecer. Sinto alguém atrás de mim e fico tensa.

- Maria Katherine Devilish.