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Acordei no sofá da sala, com meus cabelos bagunçados e olheiras horríveis, eu não me lembro de como acabei adormecendo, ou o do porquê dormi na sala, só me lembro da escuridão e do sonho horrível que tive.

- Dormiu bem irmãozinho? - Ali estava Louis com um sorriso enorme e uma xícara de chá nas mãos, cabelos escondidos em uma touca e alguma roupa qualquer, ele era aquela pessoa que não importa o quão derrotado você pareça estar, ele ainda vai gozar da sua cara.

- Melhor impossível. - Falei irônico, acho que a ironia é um presente de família, todos Tomlinson's tem uma dose enorme dela no sangue.

- Sei, agora que a festa já acabou, não está na hora de ir embora? Afinal, você sempre vai o mais rápido possível, está louco para voltar para sua casa com seu marido milionário. Não é mesmo? - afinou a voz o máximo possível para falar, como se todos os gays tivessem voz afeminada.

Louis é o rei dos homofóbicos.

Ele se sentou ao meu lado sorrindo irônico, cruzou as pernas e colocou as mãos sobre elas.
Depois eu que sou o gay.

- Pelo menos eu tenho um emprego não é? Mando uma mesada todo mês para mamãe, para ajudá-la a pagar as contas, dou um pouco de orgulho, e você? O que você um ser insignificante faz além de matracar o dia todo?

- O que adianta tudo isso se você não está aqui quando ela precisa? Quando ela chora pela falta do papai? Você se acha o melhor não é senhor "Tenho tudo que quero"? Você é ridículo Willian.

Estamos de pé um na frente do outro, ele com a postura toda desleixada batendo um dos pés impacientemente contra o assoalho do chão, as mãos na cintura e as pupilas dilatadas.

- Caralho Louis, eu tenho um marido, um trabalho, uma casa, você deveria seguir o mesmo caminho.

- Sua vida é muito fácil não é mesmo Will? Tudo do bom e do melhor, queria que você estivesse no meu lugar, queria que você fosse entregar seu currículo todos os dias em lugares diferentes e nunca ser chamado.

- Você não aguentaria um mês na minha pele Louis.

Narrador pov

E foi assim que eles resolveram experimentar a vida um do outro.
Ninguém iria ficar sabendo, um pacto entre os dois.
Um mês era tudo que Louis precisava para experimentar o luxo e a liberdade, e Willian para acalmar os nervos.

Aquela manhã Louis mostrou seu quarto e falou sobre sua namorada, Willian se recusava a demonstrar afeto pela moça, falando que vaginas o dava nojo. Mostrou algumas gírias e frases prontas que ele sempre usava como "A morte me parece melhor do que ir na padaria para você mãe" ou "Essa comida está tão boa, que eu poderia armazenar na minha bunda e ir comendo aos poucos para o resto da minha vida".
Falou para Will não estragar sua reputação, e não agir como um viadinho, mostrou combinações de roupas que na verdade nem combinações eram.

Willian falou para Louis nem se preocupar com seu marido, e contou a verdade sobre seu casamento, o que fez Louis ficar um pouco triste pelo irmão.
Falou das festas, dos desfiles, e dos jantares importantes.
Disse para Louis se arrumar decentemente, e não falar gírias, ser educado e fino.
O ensinou como tratar os mais velhos e pessoas com cargos superiores ao dele, falou que qualquer dúvida era só ligar e nunca, nunca, em hipótese alguma falar besteiras e piadas obscenas na frente de pessoas importantes.

Duas horas depois lá estava Louis se despedindo da sua mãe e dirigindo um Porsche até Londres, Willian avisou que se ele aprontasse o mataria com suas próprias mãos.

Louis ligou o rádio e começa a canta bem alto alguma música da Beyoncé.

A janela aberta, ele sentia o vento em seus cabelos e a liberdade o chamando.

Ele nunca pensou que dirigiria um carro tão caro, estaria usando um terno tão passado e sem nenhum rasgo.

Mas isso nem era o melhor. Ele passaria um mês com vários empregados o servindo, ele se sentiria como um sultão.

Só faltava as mulheres. Brincadeira, afinal, ele é fiel a Eleanor.

[...]

Willian vestia um moletom rasgado nos joelhos e uma regata preta.
Ele se sentia tão bem largado e com roupas sujas de mostarda.

Uma música tocava no fundo enquanto ele comia pizza do dia anterior, cheia de gordura.
Seu nutricionista o mataria se visse ele comendo esse tipo de coisa.

Ele pensava na confusão que Louis causaria em sua casa, talvez deixaria Harry louco, quebraria seu quarto e compraria milhares de barras de chocolate.

Willian Pov

Está tudo indo de bom a melhor, apartir que as horas passam.
A chuva bate na janela calmamente.
Louis tem livros legais e vários filmes porno, mas são todos heterossexuais então não me agradam.

- Louis amor, docinho. - Uma voz extremamente chata chamou meu irmão enquanto batia desesperadamente na porta.

- Quem gostaria? - Nem sei quem é, mas já quero que volte para o lugar de que veio.

- Não lembra mais da minha voz Lou. - Pessoa chata.

- Não lembro, fala logo. - Minha paciência já está se esgotando.

- Eu? Sua namorada Eleanor, o que está acontecendo meu anjo?

Droga, acho que vou vomitar todo meu almoço.
Vou amarrar suas pernas finas e jogar ela no rio, garota chata.

Abri a porta e dei meu melhor sorriso, qualquer pessoa notaria que eu não sou o Louis.

Louis quando ri surge ruguinhas nos cantos dos seus olhos, ele tem uma tatuagem na mão e sardinhas no nariz.
Eu tenho postura ereta, em meus dentes foi feito um branqueamento caríssimo, e eu não tenho gordurinhas na barriga.

- Meu amor! - jogou os braços em meu pescoço e começou a depositar beijos em meu rosto.

Que nojo

Me desfiz de seus braços, sinto o alito de canela de longe.
Canela me da gazes.

- Estou com virose. - inventei a primeira desculpa de veio em minha cabeça.

- Eu não me importo, ficamos doentes, sempre juntos lembra?

- Fiz exame de próstata, está doendo, preciso ficar sozinho. Você entende?

- Oh, eu não sabia, me desculpa.
Amanhã vou estar aqui para te mimar.

Droga.

Ela se foi.
Louis vai me matar.

Swapping | Larry S.Onde histórias criam vida. Descubra agora