Capítulo 11

1.1K 58 20
                                    

Meu relacionamento com Zayn foi um dos mais belos. Daqueles que se veem no cinema, nas sessões de sexta, onde você vê um relacionamento tão bonito, tão puro e ao mesmo tempo com final tão trágico... E, de alguma forma, você gostaria de sentir pelo menos uma vez na vida esse tipo de amor. Só uma vez na vida, você gostaria que aquilo que passou na tela acontecesse de verdade com você. Mas aí o filme acaba, as lágrimas escorrem pelo seu rosto e você se dá conta de que nada daquilo aconteceria.

Eu tive um relacionamento de filme. As pessoas nos viam nos noticiários e nos tinham como fonte de inspiração, como o casal perfeito. O problema é que em algum momento, como todo relacionamento de filme dramático, o nosso teria um final triste.

Nosso amor foi planejado, era programado, era uma farsa. Em três anos nós construímos uma grande farsa. Em três anos, eu, Lana não conseguia mais me reconhecer no espelho. Aquela do reflexo não era eu.

Aquele um ano, que começou por interesse e se transformou em amor avassalador durante longos dois anos, se tornaram pó.

Zayn começou a se envolver com drogas, rejeitava minhas ligações. Nos víamos somente à cada três semanas, mesmo nenhum de nós estando realmente ocupado. Até que um dia eu simplesmente... cansei.

Era uma terça-feira. Fui até a casa de Zayn sem avisar, sabia que provavelmente ele não me atenderia. Cheguei em sua casa, que era vinte minutos da minha de carro, mas por algum motivo, naquele dia fui à pé. Eu não sabia ao certo o que iria fazer ou dizer quando chegasse em sua casa, eu simplesmente sentia que precisava ir lá.

Bati. E mais uma vez.

Quando estava prestes a bater uma terceira vez, ele abriu a porta. Estava sem camisa, só de calça. Entrei sem pedir permissão. Ele fechou a porta soltando um suspiro. Olhei em seus olhos, mas ele não olhava mais nos meus, ele simplesmente não conseguia. E foi aí que senti meu peito doer. Aquela dor de estar apaixonada por alguém que não sente o mesmo. Aquela dor de ver a rejeição ali, parada na sua frente. E a vergonha de não saber como reagir e se fazer de superior.

Ele sentou-se em seu sofá, ainda sem me olhar nos olhos. Deu um tapinha de leve no assento ao seu lado. Eu hesitei, mas acabei sentando. À dois meses atrás, provavelmente estaríamos fazendo sexo nesse sofá. Mas isso foi a dois meses atrás. Agora Zayn tinha mudado, e eu não entendia o que ele tinha se tornado.

Eu não poderia criticá-lo por isso, nem eu sabia no que eu tinha me tornado.

Acabamos não conversando muito, ele simplesmente disse que não podia mais ficar comigo. Eu ouvi em silêncio. Sempre fui o tipo de garota totalmente contra relacionamentos onde um dos envolvidos era submisso, mas naquele momento não sentia vontade de perguntar "por quê?". Eu simplesmente queria me enroscar no meu sofá e chorar até não aguentar mais. Eu sabia que devia gritar com ele. Reclamar o fato dele simplesmente me largar do nada e depois terminar nosso relacionamento, mas eu não tinha vontade, eu não queria me esforçar para manter aquilo vivo.

Depois de Zayn dizer aquelas palavras, eu concordei com um aceno de cabeça e me levantei do sofá, ele continuou parado, com as mãos sobre as pernas, com os dedos entrelaçados, olhando para os mesmos. Abri a porta e saí, sem antes olhar para trás para ver se pelo menos ali, naquele momento, ele daria conta do grande erro que estava cometendo, se ele ao menos olharia para mim, e se lembraria de tudo que tivemos.

Mas isso não aconteceu.

Eu fechei a porta da casa de Zayn, e com ela, também fechei o capítulo mais bagunçado da minha vida. Ou pensei que tinha fechado, pois agora tinha um bom caminho de volta para casa e muitas perguntas na minha cabeça.

The ContractOnde histórias criam vida. Descubra agora