Capítulo 1

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"Está no contrato, então você deve fazer." Esta é a frase que eu passei a ouvir todos os dias a partir do momento que assinei um contrato com a Sony Music.

São três da tarde e eu tenho uma reunião no escritório da minha agência de modelos aqui em Los Angeles. O motivo da reunião para mim ainda é desconhecido, provavelmente, eles a tenha marcado para me parabenizar pelo grande sucesso que eu tenho feito nas passarelas e capas de revista. Só no último semestre participei de três Fashion Weeks. Tive a oportunidade de trabalhar com grandes estilistas. Ser modelo era mesmo o emprego dos sonhos.

Bati na porta do diretor da agência, James Cardel, um dos grandes executivos no mundo da moda, responsável pela carreira de muitas das mais importantes modelos dos últimos tempos.

- Entre. - ouvi o Sr. James falar. Entrei na sala com um leve sorriso que se desmanchou ao notar outra pessoa na sala. - Lana, gostaria de lhe apresentar Charles Peterson. Ele é um dos diretores da Sony Music.

- É um prazer conhecê-lo Sr. Peterson, sou Lana Baldwin - me apresentei estendendo a mão e o cumprimentando. Ainda não tinha entendido o motivo de ter uma reunião com aquele senhor, talvez ele estivesse interessado em mim para a capa de algum álbum, ou para filmagem de videoclipe. De uma coisa eu tinha certeza, seu interessem em mim não era de inserir-me no mundo da música. Sempre fui uma péssima cantora.

- Lana, o Sr. Peterson está interessado em você para um trabalho - disse Sr. Cardel. - Eu vou deixá-los a sós para que ele possa te explicar melhor do que se trata- assim, James saiu da sala e me deixou sozinha com o Sr. Peterson.

- Sente-se, por favor. - ele falou educadamente apontando para a cadeira que ficava em frente à mesa do Sr. Cardel, e sentou-se na cadeira do meu chefe - Senhorita Baldwin, imagino que no momento você deve andar muito ocupada.

- Ah, sim. Ultimamente eu tenho trabalhado muito. - assenti orgulhosa do meu trabalho.

- Sim, sim. Desfilando para marcas como Channel, estampando capas de grandes revistas e sendo carro chefe de grandes campanhas. A senhorita anda saindo umas das maiores sensações do momento. - assenti novamente sem entender muito bem onde aquela conversa chegaria - O que eu gostaria de saber é: Até onde você iria pela fama?

- E-eu não sei senhor. Nunca tinha pensado sobre isso.

- Pois bem, - ele jogou uma grande quantidade de papel sobre a mesa - este é um contrato sobre um assunto que convém tanto a mim, quanto a você, senhorita. Gostaria que o levasse para casa, lesse-o e pensasse na minha proposta com carinho. Amanhã espero uma resposta, aqui, no mesmo horário. Foi um prazer. - e então saiu da sala me deixando sozinha com aquele monte de papel. Peguei o tal contrato e saí da sala.

- Como foi? - Sr. Cardel perguntou entusiasmado.

- Eu não sei. Definitivamente, não sei - respondi.

- Você não vai aceitar um negócio desses, Lana - ouvi minha melhor amiga Claire dizer pelo telefone.

- Eu sei que não posso, é um absurdo. Pedir para que eu namorar com um cara só para aumentar a fama da bandinha dele. E ainda por cima eu nem conheço o cara e muito menos a tal banda.

Estávamos falando sobre o contrato. Cheguei em casa às seis horas depois daquela reunião esquisita. Preparei uma xícara de café e me sentei no meu sofá azul marinho para ler o contrato. Tive que ler duas vezes para ter certeza de que tinha entendido direito. O contrato se tratava de um grande acordo entre a minha agência e a Sony Music, onde eles visavam interesses de ambas. Eu tinha me tornado o grande nome da minha agência, e a gravadora estava lançando uma banda nos Estados Unidos. A tal banda já tinha um ano de sucesso no Reino Unido e agora eles precisavam de alguém amado pela América para se envolver amorosamente com um dos integrantes.

The ContractOnde histórias criam vida. Descubra agora