Por Zayn.
Eu estava sentado no sofá, só de calça, fumando um cigarro enquanto pensava na minha vida.
Eu definitivamente acabei com ela. Acabei com minha carreira e com meu relacionamento.
Eu só pensei em mim e não pensei nos outros, como deveria ser.
Sempre reclamei do Harry no início da carreira, mas pelo visto aquele Harry sou eu agora.
Um filho da puta de merda.
Ouvi uma batida na porta. E mais uma vez.
Levantei-me preguiçosamente e abri a porta. Era Lana. Entrou escancarando a porta, sem pedir permissão. Fechei a porta soltando um suspiro. Ela olhou em meus olhos, mas eu não olhava mais nos dela, eu simplesmente não conseguia. Eu sentia vergonha de mim por tudo que a fiz sofrer, ela não merecia.
Eu me sentei no sofá novamente, ainda sem olhá-la nos olhos. Dei um tapinha de leve no assento ao meu lado. Ela hesitou, mas acabou sentando. Há dois meses atrás, provavelmente estaríamos fazendo sexo nesse sofá.
- Lana, não podemos mais continuar com isso - eu disse indicando nós dois com o polegar. - Eu não consigo. Acabou.
E foi desse jeito ridículo que eu acabei com o melhor relacionamento que eu já tive em toda a minha vida. Eu amava aquela garota. Sim, amava. Mas eu me tornei um ser repugnante, eu não a merecia. Ela é boa demais para mim.
Ela ouviu em silêncio. Achei que ela iria surtar, gritar comigo, jogar as coisas em mim. Mas tudo que ela fez foi ouvir, acenar com a cabeça e se levantar do sofá. Eu continuei parado, com as mãos sobre as pernas, com os dedos entrelaçados, olhando para os mesmos.
Ela abriu a porta sem olhar para trás e a fechou com a maior delicadeza. Meu coração me dizia: "Levanta cara! Vai atrás dela. Admite que errou! Ainda dá para consertar." Mas isso não aconteceu. Eu sei que não seria possível.
Meses depois.
Cheguei ao cemitério e fiquei de longe a observando. Depois que soube da terrível morte de seu pai eu não poderia deixa-la sozinha. Mesmo sem poder abraça-la e dizer que ficaria tudo bem, eu tinha que vir vê-la. Não iria conseguir ficar trancado naquele apartamento sem saber se ela está bem. Sei que não está, mas é só um desencargo de consciência.
De longe, ouvi o padre falando algumas palavras. Eu nunca fui muito religioso, mas eu acredito que o senhor Baldwin está em um lugar muito melhor do que esse mundo cão.
O enterro terminou após quarenta minutos. Eu podia avistar várias pessoas chorando, reconheci poucas delas. Então, vi uma pessoa indo ao encontro de Lana. A pessoa que pode e deve fazer o papel que eu não fiz. Ser amável e presente. Ele falou algo para ela e então ela jogou-se em seus braços de forma desesperada. Como se ele fosse uma forma de escapar do que estava acontecendo. Ele a beijou no topo da cabeça e disse algo. Claire chegou perto e os abraçou com muitas lágrimas nos olhos.
Quando quase todos já tinham ido embora, Lana ajoelhou-se em frente ao túmulo do seu pai, chorou por alguns minutos. Algumas lágrimas tinham escorrido pelo meu rosto, mas eu as limpava rápido.
Foi então que ela olhou para mim. Eu estava de terno, com um buquê em mãos, encostado em uma árvore. No mesmo momento ela fez uma expressão assustada. Ergueu-se do chão e caminhou até onde eu estava. Parou na minha frente, eu não disse nada, não sabia o que dizer a ela.
- O que você tá fazendo aqui? - ela me perguntou ainda meio desnorteada.
- Sinto muito - foi tudo o que eu disse e a envolvi com meus braços.
Eu precisava daquele abraço.
Ela envolveu meu pescoço com seus braços e começou a chorar. Depois de algum tempo abraçados, a olhei nos olhos, a entreguei o buquê, beijei sua testa e me virei para ir embora.
Ali, naquele cemitério eu sabia que estava deixando para trás o amor da minha vida. Mas não tinha mais volta. Eu sabia que não.
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The Contract
Fanfiction"Está no contrato, então você deve fazer." Esta é a frase que Lana passou a ouvir todos os dias a partir do momento que assinou um contrato com a Sony Music. Uma modelo mundialmente famosa é escolhida para ser a namorada do integrante de uma banda...