Julia - A Última.

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"Se não fosse pelos males da vida, quem seria a morte?"


Foi em um patamar de loucura que cedi aos encantos de uma pessoa sem alma como ela, Julia. Encantado por tamanha beleza eu me desfazia, contradizia meus votos e caia.

Só Deus sabe o quanto eu me sinto impuro.

Aqueles lábios... Lindos, sedutores, perfeitos e vermelhos. Que deixei pintados de sangue duas horas antes, tão belos, lábios carnudos e perfeitos, eu daria tudo pra beijá-los novamente, apenas mais uma única vez, daria minha vida, minha fortuna, minha alma, eu me venderia. Deus, que desejo obsessivo que me toma! No que estou me tornando pai? Eu não podia estar assim.

Aquela pele, linda, branca e macia, meus dedos a tocaram diversas vezes, momentos mágicos tive com essa carne tão palpável, o perfume que exalava me recordava a inútil infância repleta de negações, abusos e sofrimento que tive, que o bom era apenas o cheiro de baunilha que vinha do quintal, o odor precioso e doce, o cheiro mais excitante que pude sentir, o delicioso odor, o cheiro dela. Mas... Porque hoje... O cheiro é podre?

Aquele castanho inesquecível de seus cabelos, sedosos, encaracolados que caiam como cascata, castanho e loiro, a combinação tão linda que ela tinha, me lembro quando minhas mãos se enrolaram naqueles cabelos, forçando-a, exigindo que ela me engolisse por inteiro, fazendo-a se engasgar com meus fluídos, invadindo aquela boca deliciosa.

Os olhos negros, que várias vezes presenciei chorar, lágrimas puras e cristalinas, salgadas como o mar, que toda vez eu lambia, sim, extremo fetiche que me domava, eu dizia que a dor passaria... Mas eu sei que o sofrimento jamais acabaria, ou teria um final... No entanto, por mais que parecesse estranho... Passou.

Eu a amava, amava seus olhos, eu me afundava neles, toda vez que eu chegava já me concentrava em seu olhar, o medo que me deixava com ereção, ela sabia que quando íamos para o quartinho da igreja, o medo começaria, eu nunca quis machucar ela... Mas seus olhos repletos de lágrimas me faziam ser possuído por alguma entidade maligna.

Mas aquele corpo era o que me fazia perder a sanidade, um corpo farto, repleto de curvas, lindo de mais para alguém como ela, seus seios tão lindos, seus braços tão pequenos, suas pernas tão lindas, suas coxas roliças que tanto apertei deixando marcas roxas e sua cavidade... Que por dias acabei por provar, o gosto de prazer que tinha, de sangue, de angústia, que por várias vezes machuquei e vi se aliviar sobre meus dedos, por mais que pedisse por piedade, por mais que dissesse NÃO, seus gemidos a entregavam, sempre, nunca ouve uma vez que não ouvi sua boca soltar um grito de prazer, um gemido suplicando por mais, pedindo para que minha língua não parasse de girar, de provar seu inocente gosto, eu sempre soube que ela gostava.

O melhor de tudo... Seu rosto... Que vi varias vezes se corar, no qual as coisas que eu mais amava tinha, sua boca, seus olhos, seu cabelo e sua pele.

Eu amava ver o que acontecia ao machucá-la, sua face se transformava, suas sobrancelhas se uniam, seus olhos fechavam, sua boca abria e gemia, sua pele se tingia com um tom de rosa na bochechas e seus cabelos se espalhavam na cama.

Eu amava vê-la sofrer, era um prazer apertar a carne por fora da calcinha no meio das orações e ver a tortura que era para ela se conter, era uma delícia chupar seu sangue após a tortura, era uma delícia ver o quanto ela me odiava e me amava ao mesmo tempo, era uma delícia me apoderar aquele lindo espaço entre seus glúteos, sem preparo algum e sentir suas paredes se contraírem, seu sangue cair em gotas e ver seu rosto pedindo para parar enquanto suas mãos agarravam o lençol.

Eu não queria machucá-la... Só me satisfazer.

Não tinha ideia do que estava fazendo, eu só queria que ela fosse virgem de novo, queria sentir o prazer de ir de novo, sentir ela pela primeira vez novamente, qual era o problema em cortar um pouco de carne e colocar no lugar certo? Eu só queria sentir aquela sensação de ser o primeiro, de fazê-la mulher pela primeira vez, de colocar o meu amor naquela linda cavidade, de ser o seu homem de novo... Eu não queria machucar, não sabia que ia pegar uma veia, eu só queria me satisfazer, juro.

Julia.Onde histórias criam vida. Descubra agora