Cap. 50 - O final.

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Não sei o que me passou pela cabeça naquele instante, aquela não era minha escolha, eu amo tanto o Luke, mas não desejo que tudo acabe assim entre mim e Théo. Mesmo sem saber direito para onde ele teria ido, eu o segui, na verdade só simplesmente sai andando em alguma direção, meio desnorteada.

Imediatamente meu pensamento voltou se a Luke, ele provavelmente estaria arrasado, mas eu precisava dar algumas explicações. Além do mais o Théo foi a melhor pessoa que eu já pude conhecer, mas o que eu quero com ele é só amizade e mais nada.

No saguão já não tinha mais ninguém, a não ser alguns funcionários e..pro meu azar, o Sr. Otacles.

Ele caminhou até mim e quando eu tive a certeza de que levaria uma bela bronca ou uma gigantesca intimidação, ele simplesmente só abaixou os olhos e perguntou:

-Será que você tem um minuto?

-Desculpa eu tô ocupada demais procurando seu filho. - respondi seca.

Então, ele levantou os olhos e me encarou robusto, algo com certeza estava preso em sua garganta. Mas no fim ele só disse algo ignorando totalmente o fato de que eu nao queria falar com ele.

-Creio que aqui não é o momento certo para conversarmos.

É, eu estava sem escolhas. Apesar de nunca ter confiado muito nele -na verdade nunca soube muito sobre o mesmo- ele sempre ter me parecido tão fechado, naquele dia, mesmo com receio, eu o segui. Afinal, a curiosidade em mim falou bem mais alto do que a minha própria consciência.

Nós seguimos uma escada -a mesma que eu o encontrei falando com Théo na minha vinda anteriormente- e vagarosamente ele tirou dos bolsos um molho de chaves,abriu a porta que deu deu entrada para um apartamento simples mas muito espaçoso.

-Entra- ele pediu sorrindo.

Não disse nada, apenas coloquei meus pés dentro da casa e olhei atentamente todos os cantos do local, vai que aquilo tudo era uma armedilha.

Mas não havia nada, só móveis e móveis. Nós nos sentamos e sem mais de longas, ele começou:

-Mariana estou certo? -eu assenti com a cabeça- sabe.. tem tantas coisas aqui que você não sabe.

Não disse nada, eu estava ali disposta a ouvi-lo, apenas.

-Bem..-continuou- sei que desde sempre sou um tanto rígido com você. .

-E com o Théo- complementei.

-Que seja, isso tudo tem um motivo... Pra falar a verdade, Théo e eu nunca fomos amigos, eu o abandonei logo quando nasceu.. - ele abaixou a cabeça parecendo triste- sei que não foi a coisa certa a se fazer mas..eu era novo, tinha muita coisa pra viver, queria ser cantor.. viajar por aí num navio com meus amigos.. e um filho, atrapalharia totalmente isso.. Se é que você me entende.

Eu fiz que sim, e de fato eu entendia tudo que o Sr. Otacles havia passado, aquilo era coisa demais para um jovem, um filho é realmente muita responsabilidade para alguém que quer viver a vida assim, livre.

- Então.. eu passei muito tempo sem notícias dele e.. Não me esforcei em saber sobre o garoto.Não me interessei em passar um tempo com meu filho nem em lhe dar presentes.. em seu aniversário, natal, dia das crianças.. nunca fui um pai, não de verdade. E ele cresceu..sem saber quem era realmente seu pai.. 12 anos se passaram e finalmente..Nós nos encontramos..da pior forma possível.

Ele abaixou a cabeça e passou a mão pelos olhos escondendo as lágrimas. Senti pena dele, e mais ainda de Théo.

Após secar seus olhos, ele se desculpou e disse que ia na cozinha pegar um café, cujo qual eu recusei.

Eu te amo seu Idiota >> L.HOnde histórias criam vida. Descubra agora