4.

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            O tempo passa tão devagar, neste dia que eu deveria estar a adorar: mas não.

Olho em redor e reparo que o Harry, ele sim, está a fazer uma boa figura perante as amigas da minha mãe e não eu. Admito que, devo parecer uma adolescente de treze anos, isolada de completamente tudo. Ainda que tente integrar-me naquela conversa (nada, n-a-d-a) interessante, não consigo – o máximo que faço é sorrir (nada mal, hm).

Pergunto-me mentalmente o que responder a Harry:

1. Eu sei que seria importante para ele aparecer no jantar da família dele, assim como a mesma apareceu em minha casa: seria justo se eu estivesse presente, a falar com outros familiares que desconheço do meu noivo. Muito provavelmente, também me querem conhecer visto que 'há um novo membro da família que se vai casar, vamos ao ataque!'.

Suspiro.

2. O Niall, aquele pelo qual não deveria estar sequer preocupada, devia simplesmente dizer-lhe que não posso ir, sem rodeios: mas... porquê? Porque é que sinto a necessidade de passar um bom Natal com ele? Tenho quase a certeza que são as saudades, visto que não o vi também durante cinco meses.

"Então, não gostaste delas?" Ergo o sobrolho. Por fim, apercebo-me que era a minha mãe a comunicar comigo: mais uma vez, encontrava-me abstraída. "Só te elogiavam!" Apercebo-me no tom infantil e puro da minha parente: ás vezes custa aos nossos pais perceberem que finalmente (f-i-n-a-l-m-e-n-t-e) crescemos. Eu acho.

"Não tive tempo para conversar com elas, mas acredito que sejam ótimas senhoras." Profiro e esboço um curto e doce sorriso, enquanto encaro-a.

"Tempo tiveste. Mas não é agora que te vais apressar a fazer isso, vou ajudar a Samanta na cozinha, ela avisou-me que está quase tudo pronto."

A minha mãe, recentemente, contratou uma empregada doméstica; não só para cozinhar, limpar ... e enfim, tratar de todas essas tarefas habituais, mas também para lhe fazer companhia: é verdade, custe acreditar, ou não.

"Vou também."

[...]

"Já vais, Harry?" Ouço uma voz feminina desconhecida, na sala de estar: muito provavelmente uma amiga da minha mãe.

Terminamos há meros minutos de comer a sobremesa e Harry levantou-se muito pouco depois para fazer... não sei o quê. Não é de meu interesse, sinceramente. Mas isto de ir embora, sim, interessa-me.

"Com licença." Murmuro, assim que me levanto da frente da mesa e encaminho-me á divisão ao lado da cozinha.

Encaro-o a conversar amigavelmente com a Sr.ª Lia, que pelo que me deu a entender numa conversa ao almoço, foi quem fundou o clube de leitura.

"Peço desculpa interromper," Digo pausadamente enquanto me aproximo de ambos que me encaravam seriamente. "Ouvi dizer que já ias embora, Harry, hm... Vais?"

"Pois, eu tenho que ir, Luanna. Vim buscar a Felicity," A propósito, a minha filha, almoça sempre primeiro que nós, para estarmos, pelas palavras de todas as senhoras de idade, em sossego; então ela ficou a ver televisão. "Para irmos para casa prepararmo-nos para o jantar de logo, que deve ser dentro de quatro horas."

"Mas são... quatro horas que faltam ainda, Harry." Murmuro, já quando Lia se tinha retirado para não se meter na conversa, obviamente.

"E então? Queria ir para lá mais cedo pois já não vejo os meus familiares há bastante! Alguns, claro."

Teen(ager) - h.s {sequela TM}Onde histórias criam vida. Descubra agora