Dead

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"Eu estou morta na água, você não pode ver? ".
-Dead in the water(ellie goulding)
Clarão. É a primeira coisa que avisto quando abro meus olhos.
Me levanto desesperada para ver onde estou, e logo percebo que não estou no meu quarto e sim numa cama de hospital.Flashes dos acontecimentos me atingem como uma tsunami. Como eu queria que tudo isso fosse um pesadelo.
Olho para o lado onde avisto minha avó Lúcia deitada na cadeira em um profundo sono. Reparo seus olhos inchados e vejo que a notícia da perda da filha ja lhe foi dada.
Tento falar mas estou com uma máscara de oxigênio, a retiro e começo a me levantar tentado não fazer tanto barulho para não acordar minha avó, mas seus olhos se abrem.
-O minha querida, como você está? Ela pergunta olhando dentro dos meus olhos para se certificar que minha resposta será autêntica.
-Nao sei, estou confusa. A quanto tempo estou aqui? Digo num tom baixo e confuso.
-Bom você está aqui a 3 dias, depois que os policias te encontraram você ficou fora de si e precisaram te Cedar e te deixar em observação. Ela diz tentando controlar uma lágrima.
-Vo cadê o restante da família? Digo na esperança de ter todos do meu lado.
-Estão em casa, seus tios estão arrumando algumas coisas, e bom seu pai..
-O que tem o meu pai? Respondo ja com medo da resposta.
-MInha neta saiba que eu te amo muito e seu pai também, porém ele não está sabendo lidar com os acontecimentos e achamos melhor deixar ele sozinho para lidar com sua própria dor.
Fico calada, minha avó então se levanta avisando que vai comunicar o médico que já estou bem.
Quando ela se retira começo a ter uma enorme vontade de chorar, porem as lágrimas não vem, começo a lembrar de tudo, e o barulho do tiro não para de ecoar em minha mente, quanto estou pronta para levantar e esmurrar a primeira coisa que aparecer em minha frente a porta do meu quarto se abra revelando um médico e um policial.
-Ola senhorita Geiz,como esta?
Não respondo nada e encaro o médico.
-Bom vejo que você ainda não está em condições de falar. Meu nome é Lucas e estou encarregado de cuidar de voce enquanto fica por aqui. Sei que você acabou de acordar e está muito confusa, mas o policial Felipe precisa te fazer algumas perguntas.
O médico se afasta um pouco dando espaço para o policial chegar mais perto,o policial Felipe não deve ser tão mais velho do que eu, deve estar na casa de 20 poucos, ele me olha e me avalia bem, já até imagino como estou, meus cabelos castanhos que batem em minha cintura deve estar todo bagunçado, minha Pele parda deve estar pálida como neve, e tenho certeza que meus olhos que são castanhos escuros estão mais sombrios ainda.
Ela me encara e pede licença para o doutor Lucas que saiu discretamente.
-Olá Sophia. Ele fala com um tom baixo e frio.
Não falo nada, só continuo encarando ele, juro que quero dizer algo, mas nada sai.
-Sei que é difícil, mas preciso da sua ajuda, preciso entende melhor o que aconteceu antes dos policias chegarem, você foi a única a presenciar tudo, entendo que deve ser Difi.....
-Difícil? Sério essa é a única palavra que você sabe usar? Digo num tom frio e fico surpresa de ter conseguido falar.
-Neste exato momento sim! Ele diz com sua voz um pouco mais alterada.-Preciso saber o que aconteceu naquela casa, e querendo ou não você foi a única que viu e ouviu tudo, preciso saber e quanto mais você demorar a falar mais vai demorar para resolvermos este caso. Ele acaba essa última frase com um tom um pouco mais baixo e controlado.
Começo a pensar no que dizer mas simplesmente não consigo.Ele por fim me olha e se levanta.
-É melhor deixá-la se recuperar mais um pouco, quando estiver pronta para falar me avise, estarei a sua espera!Ele diz e começa a passar pela porta quando finalmente encontro as palavras que tanto me fugiram
-Minha tia! Digo tão rápido que nem eu mesma consigo entender.
-Como disse? Ele fala andando um pouco pra traz para voltar a sua cadeira enquanto me encara.
-Minha tia, foi ela que atirou em minha mae. Falo olhando para os fios que me cercam.
-OLha isso já é uma grande informação, mas preciso que você conte tudo que aconteceu.Ele fala me incarando, e pude perceber que seus olhos eram de um Verde esmeralda lindo, não sei por que mais ao olhar no para eles tive a coragem de falar.
-Se meu aniversário de 16 anos, ia ter um almoço no domingo para toda a família, minha mae não queria que eu chamasse minha tia Laura pois elas estavam brigando muito por causa de um dinehiro que minha tia devia para minha mae,eu simplesmente não aguentava mais as brigas e os xingamentos, então decidi mandar mensgaem pra minha tia falando para ela ir la em casa que minha mãe queria resolver tudo com ela, mas era mentira eu queria que elas vissem que aquela briga boba não levaria a nada e que fizessem as pazes, minha tia topou e falo que iria sábado, então fiquei despreocupada. Decidir dar uma saída antes para comprar um presente para mim, e quando voltei... para um pouco e respiro tentando não chorar- VI minha tia com a arma na mão mirando na cabeça da minha mãe ela então olhou para mim e apertou o gatilho. Paro novamente por a dor de relembrar tudo é forte demais.
-Nao precisa continuar se quiser, já temos muita informação e estou vendo que é muito doloroso para você agora. Ele então pega minha mao e levanta minha cabeça, nossos olhos ficam na mesma linha e posso ver compaixão neles.
-N-nao vou continuar. Falei limpado algumas lágrimas que teimarao em cair. -Minha tia ja tinha sido diagnosticada com um leve distúrbio mental, coisa que ninguém nunca deu importância, tenho certeza que ela teve um ataque pois quando viu o que tinha feito tentou atirar em si, mas não tinha mais nenhuma bala, ela então me encarou e saiu, depois disso me lembro de ter ficado parada olhando para minha mae que se mechia no chão, não fiz nada so a encarei, não se quanto tempo fiquei la parada, só me lembro dos policias chegando e depois disso tudo é um apagão. Acabo de falar e sinto que um peso foi tirado de mim.
Felipe. Fica me encarando por alguns segundos, tentado achar algumas palavras para me falar.
Por fim ele solta sua mão da minha e se levanta.
-AGradeço o seu depoimento, ela vai ser de grande ajuda, agora o foco é achar sua tia e prende-la para que pague por seus crimes. Percebo que com aquela frase ele queria que eu me sentisse um pouco melhor, mas surte o efeito contrário, me sinto pior.
O policial Felipe então começa a se retirar quando grito:
-O que aconteceu depois que os policias me acharam?
Ele para e me encara tentando analisar se pode ou não me contar.
-quando eles entraram parece que você saiu do transe, você correu e deitou do lado dela falando para ela acordar e dizendo para os policias que ela estava sim viva e que você a viu mecher. Ele diz é eu tento com todas as minhas forças me lembrar, mas não consigo.
-Mas eu a vi mecher, tenho certeza! Digo um pouco alto demais.
-Tenho certeza que sim, segundo os exames feitos nela a causa da morte não foi o tiro em si. Ele para de falar e chega mais perto de mim é se abaixa.
- Olha como você mesmo disse voce ficou em estado de choque, mas o que você não sabe é que ficou assim durante duas horas, você ficou parada olhando sua mãe durante duas horas. Ele para de falar e me encara.
Começo a tentar lembrar, não é possível que fiquei paralisada tanto tempo.
Não sabia o que falar então o policial se levantou para ir embora e novamente eu o pergunti:
-Se ela não morreu por causo do tiro, como ela morreu? Pergunto curiosa.
-A bala atingiu uma artéria e ela sagrou até morrer. Ele disse ja se retirando do quarto.
Finalmente a ficha caiu novamente minha mae morreu e eu fiquei 2 horas parada sem fazer nada, sem ajudá-la.
Uma coisa começou a crescer dentro de mim, é uma mistura de raiva e culpa. DEsta vez não tento me controlar choro, choro muito esperando que assim como as lágrimas minha dor va embora.

Espelho de duas facesOnde histórias criam vida. Descubra agora