O vento calmo e frio sussurrava ferozmente, de maneira que sua melodia invernal assemelhava-se ao uivo dos lobos nortenhos. Tudo era novo. O frio. A montanha. A neve. A escuridão repentina. Simmern estava destinada a ser a nossa pequena prisão e eu era a única que aparentemente sabia disso. Ninguém parecia importar-se com o frio e suas cruéis artimanhas. Ninguém enxergava a realidade. Ou talvez nenhum deles quisesse confrontá-la.
Às vezes o orgulho e o medo nos impedem de ver a verdade por de trás da aparente calmaria.
Eu ficaria sozinha, abandonada em uma terra que não era minha, sujeita a minha própria pseudomorte.
Sempre seremos açoitados pelo destino. Sempre.
A solidão é apenas uma das muitas maldições do inverno. A melancolia é apenas um acréscimo sentimental. A morte é o resultado de tudo isso.
Tudo mudaria. Eu não seria mais eu e tudo o que restaria de mim eram medíocres canções.
Uma alma estava congelando-se.
Essa alma era a minha.
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Canções de Inverno
Novela JuvenilDurante uma memorável madrugada, em uma região tão decrépita quanto fria, ela compôs sua primeira ode, deixando para trás quem realmente era; esculpiu no papel palavras e mais palavras. O inverno amaldiçoou-a. Restaram-lhe apenas medíocres canções.