Prólogo

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O vento calmo e frio sussurrava ferozmente, de maneira que sua melodia invernal assemelhava-se ao uivo dos lobos nortenhos. Tudo era novo. O frio. A montanha. A neve. A escuridão repentina. Simmern estava destinada a ser a nossa pequena prisão e eu era a única que aparentemente sabia disso. Ninguém parecia importar-se com o frio e suas cruéis artimanhas. Ninguém enxergava a realidade. Ou talvez nenhum deles quisesse confrontá-la.

Às vezes o orgulho e o medo nos impedem de ver a verdade por de trás da aparente calmaria.

Eu ficaria sozinha, abandonada em uma terra que não era minha, sujeita a minha própria pseudomorte.

Sempre seremos açoitados pelo destino. Sempre.

A solidão é apenas uma das muitas maldições do inverno. A melancolia é apenas um acréscimo sentimental. A morte é o resultado de tudo isso.

Tudo mudaria. Eu não seria mais eu e tudo o que restaria de mim eram medíocres canções.

Uma alma estava congelando-se.

Essa alma era a minha.









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