Paulo

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Capitulo 2 •PAULO•

"Seu corpo magro estirado no chão, com uma poça de sangue em volta de sua cabeça me deixou em desespero.

- Rachel, por favor, abra os olhos, abra os olhos, eu te amo - minha voz saia falhada.

Minha garganta está arranhada de tanto gritar e minha cabeça dói muito, meu coração está a galopes. Ela não pode partir, não pode, eu a amo.

- RACHEL - "

Acordo em um pulo, ofegante e suando. Porra, esse maldito pesadelo não me larga, maldição.

Olho pro relógio ao lado no criado e são três da manhã, levanto da cama, arrumo minha boxer que está meio caída no quadril, desço as escadas sentindo o chão gelado nos meus pés por falta do chinelo, vou pra cozinha e abro a geladeira e pego uma garrafa d'Água e bebo no gargalo, sento no banco e apoio a cabeça nos braços. Vida de merda.
Sinto falta dos meus pais, que saíram de viagem a dois meses para NY visitar meus tios. Não quis ir e deixar minha loja e nem quero que ninguém além da minha mãe e meu pai saibam sobre os meus pesadelos. Então preferi ficar aqui e trabalhar, beber e pegar umas gostosas. Se bem que faz quase duas semanas que não fodo ninguém, e aquela garota na loja hoje, amiga do Nathan, me dando mole, confesso que me deu vontade de pegar, ela é gostosinha, tem uns peitos empinados e lábios cheios, pedindo pra serem chupados e mordidos, mais não dá pra mim, tem cara de virgem, de travada, não deve nem saber chupar um pau, e eu com certeza não tenho paciência pra isso, pra mim já tem que vim prendada.

Volto pro quarto e me jogo na cama, pego o celular em baixo do travesseiro e vejo três mensagens, uma da minha mãe perguntando se está tudo bem e dizendo que volta na próxima semana. Uma da Sidney, uma garota que eu peguei umas vezes e agora não quer sair do meu pé, dizendo que sente minha falta e querendo me ver de novo. E eu provavelmente vou comer se não aparecer coisa melhor. E uma de Nathan dizendo que amanhã sem falta ele estará lá na loja pra fazer a tatuagem da Tina, e dizendo que levará a tal da Jasmin, por que ela se interessou em mim, só não confessou em palavras, disse também que ela não fica com ninguém e perguntou quanto eu quero pra dar uns pegas nela. Uau, estou boquiaberto, isso por que são amigos, imagina se não fossem. Mais realmente não dá, na há chance de eu pegar ela, sei que vai se apegar e será mais uma no meu pé, e sinceramente, mulher quando gama é um saco, parece chiclete no sapato, incomoda pra cacete e pra soltar é uma merda. Respondo só a da minha mãe dizendo que está tudo bem e pra voltar logo que estou com saudades de verdade.

Jogo o celular do lado da cama e me encubro pra tentar dormir.

•••

Quando acordo com o despertador tocando as oito, eu estico o braço e o desligo. Me espreguiço, esticando os braços e as pernas, vou pro banheiro tomar uma chuveirada, visto uma calça preta com uma camiseta branca e meu tênis velho, penteio meus cabelos molhados pra trás. Pego meu celular e a carteira e desço pra comprar pão, vou a pé mesmo, já que é logo na esquina uma padaria.

- Bom dia Seu Adam - desejo recebendo um sorriso do senhor.

- Bom dia garoto. Vai querer o de sempre? - pergunta.

- Sim senhor, pão e um pouco de salame. - respondo e pego minha carteira retirando dez dólares.

- Está aqui. - ele estende a sacola na minha direção e eu pego. Lhe dou os dez dólares.

- O troco é seu - digo e ele sorri agradecido.

Volto pra casa e no gramado da casa ao lado, da família Curtis, Angel e Emilly brincam animadas.

Angel é uma pequena adorável de 5 anos, esperta e sorridente. E Emilly já crescida, com treze, cuida de sua irmã.

- Olá Paulo, a tia Elizabeth não chegou ainda? - Angel pergunta por minha mãe, eu abaixo ao seu lado.

- Ainda não pequena Angel - respondo acariciando seus cabelos lisinhos e dourados. - Mais semana que vem sem falta, ela está aí, o que acha de ir lá em casa comer bolo do dia em que ela chegar? - sugiro, vejo seu sorriso vazio com duas janelinhas crescer.

- Sim, sim, sim, sim - responde animada e eu rio com sua facilidade de dizer sim.

- Tudo bem, Emilly também pode ir - sorrio para a maior de cabelos dourados também. Vejo seu rosto corar. Ela é apaixonada por mim, já ouvi sua mãe dizer à minha sobre seu amor platônico por mim.

Pobre criança, não sabe o quão obscuro sou e o quão ruim posso ser.

- Claro, pode deixar que eu a levo e vou chamar a mamãe também, ela também já está com saudades da tia Elizabeth. - ela responde baixo meio tímida.

- Eu vou lá meninas, vou tomar café. Tomem cuidado. - me despeço e dou um pequeno beijo no resto de cada uma.

A família Curtis é amiga da minha a muitos anos, desde que era pequeno. Por isso tenho tanto carinho por essas meninas.

Em casa, depois de tomar café, eu ligo a tv em um canal que passa um jogo de lacrosse. Infelizmente não tenho ninguém para me fazer companhia e conversar, ou qualquer outra coisa, a loja eu só abro as onze, e ainda são nove e alguma coisa, então o que resta é esperar.

•••

Quando abro a loja, as onze em ponto, organizo as agulhas e quando minha primeira cliente chega, começo a desenhar sua tão desejada fênix nas costas.

Não deu tempo de terminar, na hora seguinte eu tenho outra pessoa pra tatuar então marcamos um horário pra amanhã.

Sei que o dia vai ser longo então tomo um copo de wisk quente.

ObscuroOnde histórias criam vida. Descubra agora