Bruxaria

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- O que você está fazendo? – Carmem falava alto demais, mesmo levando-se em consideração que precisava gritar para ser ouvida.

Maya sorriu tímida, mordeu os lábios e piscou para a amiga.

- Então você viu quem estava atrás de você? – Como se esperasse a deixa o garroto irrompeu da multidão, o sorriso entortando com as ultimas palavras da ruiva, que demorou a perceber a presença do rapaz. – Claro que viu, a festa inteira viu!

- Com licença? – Disse o moreno. Carmem arregalou os olhos e levou a mão à boca. Virou-se para o rapaz e sorriu como uma idiota. – Atrapalho?

- Até parece. – Ela revirou os olhos, não tinha muita paciência com formalidades. - Digo, que isso? De maneira nenhuma!

Esse inspirador dialogo deu a Maya mais tempo para avaliar sua presa. Tinha nas mãos dois copos e no olhar segundas e terceiras intenções. O garoto era bem atlético, chamavam-no de Rei dos Esportes no jornal da escola, isso porque, diziam, não havia um único jogo que ele nunca houvesse jogado, ela não estava muito certa disso. Será que ele estaria pronto pra os jogos da loira? Por um momento ela retornou as atividades cerebrais comuns a sua idade o que envolvia pensamentos obsenos a respeito do corpo do rapaz.

- Aceita uma bebida? – Ele disse, interrompendo a analise critica que a menina fazia dos músculos em seus braços. Maya abriu a boca pra responder no exato momento em que Luca surgiu com as garrafas na mão.

- Aceito. – Ela disse tomando uma das bebidas da mão do loiro. Afinal, seria muito idiota em aceitar um copo da mão de um estranho claramente mal intencionado – Mas não a sua.

- Desconfiada? – Ele ergueu as sobrancelhas, fingindo surpresa, só para depois baixar uma delas insinuativamente. – Eu gosto disso.

Luca estava a ponto de vomitar, mas não podia dizer que sentiu-se grato pelo que Carmem fez.

- Se vocês me dão licença! – A ruiva deu um sorriso falso e pegou um dos copos. – eu vou aceitar.

Em seguida tomou Luca pelo braço e o arrastou para longe. Não era importante para a ruiva se aquilo deveria ser dela ou não, só não gostaria de sentir que estava atrapalhando a amiga, muito menos segurando vela. Os outros dois observaram em silencio, sem entender direito o que havia acontecido.

- Que sorte. – Disse Yuri em meio a uma risadinha. – Pensei que seria mais difícil falar com você longe do seu...

- Amigo. – Completou

- Sério? - Ele tomou a postura de quem está interessado pelo assunto. – Sempre achei que eram irmãos, mas confesso que depois de ver vocês dançando daquela forma, tive minhas dúvidas.

- Não consegue acreditar que eu dançaria com um irmão, mas com um amigo sim? –Ela franziu a testa. – Não parece ter muito sentido pra mim.

- Bom, se ele fosse seu irmão, não te deixaria dançar daquele jeito. Se ele fosse seu namorado não poderia te impedir e se fosse um amigo não iria se importar. – Ele sorriu torto.

- Mas ele ainda poderia ser meu namorado! E você veio falar comigo assim mesmo.- Observou a loira.

- Não pelo que você disse. – Ele tomou um gole de sua bebida. – E, além disso, estou extremamente disposto a correr o risco.

- Que sorte! – Maya imitou o gesto do rapaz, apreciando a temperatura da bebida.

- Então... Maya, não é? – Ela fez que sim. – Você está no terceiro ano certo?

O AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora