Capítulo 2 - Uma Surpresa.

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     Eu não teria coragem de falar para Jeff de meu projeto, ele provavelmente acharia que sou um idiota sem sucesso.  Ainda teria que estudar para conseguir realizar isso, comecei por um lugar onde eu sempre ia e sempre conseguia achar coisas boas - A Biblioteca de Talesgrove - Lembra quando citei aquela biblioteca onde eu sempre roubava livros para ler? bom, era essa mesmo. Os donos ali sempre perguntavam o nome dos clientes, eles sabiam o meu nome na época e ainda estão vivos. Eles correram para cima de mim quando cheguei perto das estantes e disseram: 

- Ei, senhor. Qual é o seu nome?

A dona frustrada, como sempre. A lateral da cabeça dela estava roxa, como se fosse uma pancada. Talvez por isso, ela franzia as testas e eu respondi:

- Eu, eu sou Oliver... Aquele garoto que roubava livros daqui, mas eu mudei. Juro!

Ela curva as sobrancelhas como um arco, me olhando com aquela cara de rabugenta, me desdenhando. Quando citou:

- Saia da minha biblioteca! você já causou muitos problemas aqui!

- Eu mudei, eu juro. Não roubo mais livros, não tenho o porque.  

Parecia que eu estava implorando por minha vida, eu já sabia que aquela maluca tinha um taco de basebol de metal, sempre usava ele para me ameaçar e me fazer sair correndo da loja.

- Não tenho provas de que você mudou, ladrãozinho de merda!

Ela levantou a mão pra mim e ameaçou um tapa. 

- Eu juro, agora sou um homem maduro.  

Tentei começar um assunto, mas pelo pior lugar possível.

- O que foi isso na sua testa?

- Não é de sua conta ! 

Ela virou um tapa na minha cara, mas já estava ciente de que eu não era mais um ladrão otário. Ela estava indo para o balcão atender os clientes com aquela ameixa na testa dela, porque ela não aceitou minha ajuda? Eu já fiz curso de medicina! 

Enfim, agora que estava livre do primeiro chefão eu poderia adentrar o templo sagrado de Talesgrove, hahaha. Comecei pelo corredor que me ajudaria bastante, uma carroça de livros de ficção científica, meu tema favorito, mas afinal, aquilo não me ajudaria a criar uma máquina do tempo, por assim dizer. Ou ajudaria? Passei o dia inteiro na biblioteca quando Jeff me ligou, ele estava tão ocupado com o seu trabalho que nem notou que eu tinha saído. O toque do celular era de uma música dos anos oitenta, chamou a atenção de todos na biblioteca e eu senti uma tamanha vergonha que não consigo explicar, começamos a falar e ele disse que uma mulher teria ido lá me visitar, quem seria? Bom, só indo lá pra saber, né?

Eu saí da biblioteca e me deparei com o sócio, ele me notou e me reconheceu pela aparência e por um fato que eu sempre tive. Uma marca de nascença perto do pescoço, parecia um tomate sendo socado, era uma coisa amassada, sempre tive vergonha de deixar a mostra, por isso sempre costumei a andar de jaleco. Ignorei o sócio e fui pegar a minha bicicleta para ir para meu laboratório. Não vi Jeff na entrada, muito menos a moça que ele dizia estar ali. Disse a senha e a porta do barraco de favela se abriu, revelando aquele enorme laboratório tecnológico que eu estava acostumado. Um bom disfarce, não? É, obrigado. Também não vi Jeff na sala de estar, achei estranho, mas ele deveria estar no banheiro fazendo oque ele sempre faz, jogar jogos no celular enquanto defeca. Entro no meu quarto batendo palmas e a porta sobe como se fosse minha escrava, e eu tenho uma surpresa: Jeff e uma mulher de cabelos longos e olhos esverdeados brilhantes, eu achei ela super inteligente só pelo fato de ter descoberto meu laboratório, fico espantado pensando que eu estaria exposto para qualquer um, mas.. quem seria ela?



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