Glória ficou tão feliz, que quis ligar para Samuel para dar a notícia, desceu as escadas lentamente para não cair e para não perder o glamour de andar desfilando. Enquanto se dirigia ao telefone, a sua pulseira de prata caiu no chão deixando assim ela bem zangada, cuidadosamente, se abaixou para pegar a pulseira, ao se abaixar, viu que debaixo da mesinha onde ficava o telefone havia um enorme lençol que iria até o chão, o lençol estava mofado, rasgado e bem empoeirado, pelos rasgados do lençol Glória viu algo de cor verde chamativa, parecia uma caixa, Glória se aproximou mais da caixa e puxando-a percebeu que esta era muito pesada, suas mãos delicadas e finas não teria suporte para pegar tal objeto pesado, foi até o quarto onde todos estavam reunidos, disfarçadamente chegou perto de Alexandre e disse com uma voz doce: - Tem como você me ajudar?
- Claro tia, espera eu só trancar o meu quarto.
- Vou te esperar perto do telefone. - Glória explicou.
Glória novamente desceu e conferiu se a caixa estava ali, olhava para as escadas, batia seu sapato de couro uma ou duas vezes no chão, olhava o relógio, foi até que Alexandre surgiu das escadas, Glória abriu um enorme sorrizo, Alexandre desceu as escadas rapidamente escorregando pelo corrimão.
- Menino, se você cair daí, vai se machucar! - afirmava Glória preoculpada. - Tem como você tirar essa caixa verde dessa mesinha com lençol horroroso?
- Claro tia. - disse Alexandre se abaixando e puxando a caixa para fora da mesinha.
Era um cofre, de cor verde escura, muito pesado, e com senhas de números.
- Oh veja só, é um cofre!
- Sim tia, é um cofre, qual será a senha?
- Não sei, rápido, suba e avise a todos que eu encontrei um cofre...
Alexandre subiu ligeiro, chegando lá espalhou a notícia para todos. Wolf ficou impressionado com essa descoberta que saiu empurrando todos, passou pelo corredor, desceu as escadas e vendo Glória perto do cofre arregalou os olhos de peixe morto e disse:
- O que você achou aí?
- Achei um cofre... acho que esse cofre era de Yan...
- Que Yan que nada, ele está morto, abra o cofre e vamos dividir...
- Que horror Wolf, não podemos fazer isso sem informar os outros!
- Claro que podemos, você achou o cofre, pode pegar a maior parte! - afirmou Wolf pegando o cofre e tentando decifrar a senha. - Wolf largue imediatamente esse cofre. - gritou Anastácia em cima das escadas.
- Eu só estou tentando ajudar!
Todos desceram para ver o cofre, Wolf tentava uma sequência de números, vendo que não dava resultado, tentava outra sequência de números. Todos estavam olhando para o cofre quando uma voz próximo a porta de entrada falou em alto e bom som.
- Olá família, sentiram minha falta? - cada um virava o rosto e via um homem alto e bem vestido, era Samuel, em uma mão segurava uma chave dourada, e em outra uma mala vazia.
- Seu imprestável, quem disse para você voltar para esta casa? - disse Anastácia.
- Ora, percebo que minha presença causa intriga!
- Intriga? Você tinha que ter vergonha nessa sua cara de cavalo, primeiro você aparece no aniversário do meu primo secretamente, depois nem vai ver meu primo no cemitério pela última vez, e agora tem a audácia de aparecer. - disse Duda apontando o dedo na cara de Samuel.
- Você pode abaixar esse dedo? Primeiro, eu vim mas não tinha o que dizer para o meu primo, segundo, eu estive no cemitério sim, terceiro, vim buscar o que me pertence, agora me dê licença que eu irei abrir meu cofre...
- O que? Lógico que você não vai abrir o cofre. - disse Duda entrando na frente do cofre. - Você nem sabe a senha do cofre!
- Tola, você não passa de uma mulher que se gaba por ter músculos grandes, e que ganhou muitos troféus em suas lutas. Se você não sabe, não existe senha, vocês ficariam a vida toda tentando decifrar a senha, o cofre só se abre com esta chave que está em minha mão, veja! - Samuel aproximou até o cofre, virou o cofre de cabeça para baixo, e mostrou a todos uma fechadura. Todos se maravilharam, Samuel estendeu a mão enfiou a chave na fechadura e lentamente começou a virar a chave.
- Espere um pouco! - gritou Anastácia.- Como você conseguiu esta chave?
- Tia, antes do meu primo morrer, antes mesmo de brigarmos, ele me mostrou este cofre, e disse que tudo o que era dele seria meu se algum dia ele morresse, me deu a chave e hoje vim buscar o que me pertence.
- Com muito respeito senhor Samuel, mas, o senhor está se colocando em uma posição de suspeito. - disse Bartolomeu.
- Ah, qualquer um de nós assassinou Yan e isso não é novidade, eu não tenho nada a esconder, sou um livro aberto, se acaso vocês quiserem mais tarde falar comigo, estarei no meu quarto que fica no corredor a direita subindo as escadas, meu quarto é o quinto. - disse Samuel retirando a chave do cofre e guardando novamente em seu bolso, virou-se, pegou um novo rumo e começou a subir as escadas em direção ao seu quarto. Alicia não aceitando a ideia de Samuel voltar a morar na mansão, subiu as escadas atrás de Samuel e disse para todos ouvirem:
- Não queremos você na nossa mansão, vê se desinfeta! - Alicia parou em um degrau elevado de Samuel e apontando o dedo fino e delicado na cara de Samuel, acrescentou:
- Você e a pior pessoa que eu já conheci, sem coração!
- É a vida, a vida é muito má, deveria se acostumar querida prima, no mundo há pessoas que são gananciosas, como você!
- Me respeite seu atrevido. - Alicia não se contendo deu um tapa na cara de Samuel, que este virou o rosto. Samuel olhou para Alicia com sangue nos olhos, sua ira fervilhava dentro de si, com muita raiva disse:
- Se você fosse um homem eu iria...
- Iria o que? Me bater? Me esfaquear?
- Meninos, meninos, parem de brigar. - dizia Glória com uma voz mansa e calma.
- Glória não se meta onde você não é chamada. - disse Wolf.
- Você não subirá mais nenhum degrau, seu lugar e debaixo de um viaduto. - indagou Alicia.
- Samuel, por favor vá embora, não vamos procurar mais confusão. - implorou Nadiny se recuperando do tombo.
- Cala a boca, eu contei os dias para isso acontecer, e agora você quer que a minha parte fique com vocês? Lógico que não amiguinha. - disse Samuel zombando de Nadiny. - Sai da minha frente agora sua estúpida! Samuel pegou nos ombros finos e curtos de Alicia e apertando disse:
- Não entre em meus caminhos, você pode se arrepender. - Samuel chegou apertou os ombros de Alicia que estava barrando o caminho, empurrou o braço dela e disse com uma voz grosseira:
- Sai da minha frente.
Em frente as escadas ficou apenas olhares surpresos e duvidosos.
- Que tal discutimos esse paradeiro mais tarde? - perguntou Anderson.
- Pode ser, contando que esse infeliz saia o mais rápido dessa casa. - disse Alicia enfurecida.
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Assassinato no jardim botânico
Mystery / ThrillerO que parecia ser bobagem se tornou realidade, Yan Miller conhece três irmãos em um aeroporto e afirma que sofreu ameaças de morte nos últimos dias, e que prevê a sua morte para salvar vidas, o trio de irmãos não compreendem o que o homem quer dizer...