capítulo 10

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       No dia seguinte, um grupo de peritos inundou a mansão de tal forma, que as conclusões que cada um deduzia era completamente retorcida da verdade. Muitos peritos fotografavam paredes, tetos maçanetas e até o Jardim Botânico, no meio desse grupo estava Bartolomeu, Bianca e Benjamin, unidos em uma só missão, provar a todos a inocência de Bianca e o verdadeiro assassino de Yan.
- Olha só quem deu as caras, são os três irmãos criminosos. - dizia um repórter revoltado com os três. Os três irmãos olharam aquele homem alto de cabelos jogados para direita, muito bem vestido, e com um gênio forte.
- Não só damos ás cara, como estamos participando desse terrível mistério. - disse Bianca dando uma tirada no repórter.
- Pensei que as pessoas que eram condenadas á cadeia por assassinar alguém ficaria preso há anos, não só uma noite. - Disse Tom o repórter.
- Por que você não vai ver se eu estou na esquina?
- Incrível sua valência, será que é valente quando quer alguma coisa?
- Não entendi sua pergunta! - disse Bianca olhando com olhos semi-abertos.
Tom colocou as duas mãos para trás e começou a rodiar os três que estavam parados ouvindo as críticas que Tom fazia.
- É peculiar da minha parte, perguntar sobre isso, porque assassinou Yan? Qual o motivo? A troco de quê? - sussurrou no ouvido de Bianca. Bianca apenas o olhou com olhar de desprezo e agonia. - Saia dos meus caminhos, vocês não são detetives de verdade, e nunca poderão ser tão competentes como eu, agora saia desse local, vocês deverão ser interrogados urgentemente, e além disso estão bloqueando as investigações.
- Ei, não somos detetives, mas vamos resolver este mistério, e se quisermos poderemos ser ótimos detetives. - indagou Benjamin.
- vocês! O que vocês podem fazer é voltar para a barra da saia da mamãe, e choramingar por serem tão imaturos...
Bartolomeu se enfureceu, foi em cima de Tom, mas Bianca o empurrando para trás disse:
- Bartolomeu pare, e isso que ele quer, nossa fama já não está tão legal assim, se você agredir esse repórter seremos processados ou até mesmo condenados a cadeia, e dessa vez ninguém pode nos tirar de lá.
- Tom. - gritou uma voz grossa e rígida.
- Sim senhor Thalles?
- Deixe esses jovens em paz e vai fazer seu trabalho! - ordenou Thalles com um gesto autoritário, Thalles se virou para Bartolomeu e disse:
- Bom dia, meu nome é Thalles e sou jornalista profissional, fui informado sobre vocês três, e percebo que estão em apuros.
- Eh! - exclamou Bartolomeu. - Sem querer entramos em uma confusão, e agora estamos tentando sair dela.
- Bom, eu lamento, mas, vocês terão que participar no interrogátorio.
- Podemos participar, mas, não desistiremos de resolver esse mistério. - disse Bartolomeu com confiança em suas palavras. - Iremos até o fim, mas um dia ou outro encontraremos o verdadeiro assassino de Yan. - acrescentou levantando a sombrancelha.
- Acredito na inocência de vocês, mas não posso declara- los como inocentes, pois preciso de provas. - Thalles olhou a entrada do jardim, pegou de seu bolso um lápis e um bloco de notas amarelo e foi até o local.
Os três se dirigiram aos quartos, Nadiny vendo que a face de Bianca transparência tristeza, andando lerdamente, com pescoço cabisbaixo, chegou perto deles e perguntou:
- O que os jornalistas disseram?
- Somos de qualquer maneira suspeitos, não dá mais pra negar.
- Mas vocês tem provas, não?
- É isso! - se animou Benjamin. - Basta recordarmos quem utilizou o brinco no dia da festa. - disse Benjamin sugerindo uma grande ideia.
- Eu usei brincos de argolas douradas. - disse Nadiny. - Bianca usou brincos de pedrinha verde. - acrescentou. - Duda não usou brinco, Alicia... Alicia... Alicia! - Nadiny se explodiu de espanto. - Alicia assassinou Yan, ela usou brincos vermelhos!
- Mas enquanto Glória, Anastácia, Paola e Anderson e Alexandre? Pelo que percebi os dois tem orelhas furadas. - disse Bartolomeu.
- Mas seria ridículo os dois usarem brincos vermelhos cumpridos, seria tão informal. - disse Bianca com uma voz nada alegre.
- Digitais! - Nadiny novamente se explodiu de espanto. - Com certeza tem vestígios e digitais na adaga.
- Podemos direcionar essa ideia para os policiais, irá contribuir muito.
Uma voz ignorante e nada satisfeita gritou no fundo do corredor:
- Nadiny!
- Oh céus, eu sou a primeira a ser interrogada, estou indo meninos, vai dar tudo certo!
- Esperamos que dê! - afirmou Benjamin.
Nadiny entrou no escritório, local reservado para os interrogatórios, com uma cara de não ter sido informada em nada, daria uma de João-sem-braço no interrogátorio, sentou na mesa do escritório, cruzou as pernas e observou a máquina de gravador de som virada em sua direção, viu um estojo de charutos e um senhor na facha de 40 a 45 anos de idade observando-a, Nadiny olhou para os lados e viu dois seguranças ao seu redor, desfarçadamente olhou para as portas e viu dois policiais, escutou alguns jornalistas treinarem sua matéria na sala principal, virou-se para o senhor e perguntou:
- Por que os jornalistas estão na sala? Quem permitiu eles entarem?
- A senhorita Alicia!
- Tinha que ser, Alicia sempre gostou de publicidade, de se mostrar. - Nadiny deu uma olhadela em um vaso verde bem ilustrativo que ficara em cima de uma mesinha de canto, se lembrou dos arbustos verdes e com corte modelado, se recordou da cena do assassinato, dormiu acordada, imaginando como caçaria coragem para falar para os investigadores que Alicia que matou Yan, voltou-se do sonho, virou-se para o detetive e disse com uma voz nada sensível:
- Não falarei nada para os jornalistas em relação ao que falarmos aqui!
- Fique a vontade! O Brasil todo sabe desse fato, que coisa não?
- Saiu nos jornais e revistas do Brasil, mas, logo comprovarão que os três são inocentes, tenho certeza!
- Como tem tanta certeza senhorita Nadiny?
- Porque... porque... porque, ora, porque eles não estavam na hora do crime!
- Como assim?
- Eu e meu esposo estavamos andando e ouvimos os gritos, Gaspar correu em direção ao jardim, mas eu como estava com um salto fino, fiquei com medo de correr e torcer o tornozelo, por isso peguei um caminho rápido que leva até o centro do jardim, virei alguns arbustos e ví que eles não estavam alí, mas estavam fora do local, considero isso uma prova de inocência!
- Sua explicação não foi das melhores senhora, mas, todo comentário é bem vindo, tem certeza que não viu mais nada?
- Ora, porque estaria escondendo algo de um assassino, se eu soubesse falaria o mais rápido possível.
- A senhora suspeita de alguém? Alguém que estava por ali, ou que saiu de fininho?!
- Paola! É isso, Paola tem quase a mesma altura de que Alicia, posso ter me confundido!
- Paola! - afirmou o detetive fazendo careta. - Tem certeza?
- Absoluta, Tanto Alicia como Paola tem quase a mesma altura, e como eu estava no escuro não deu pra perceber bem a coloração do cabelo, mas creio eu que seja uma mulher!
- É aí que a senhorita se engana, tirando Glória e Duda, as senhoritas dessa mansão tem praticamente a mesma altura.
Nadiny se estremeceu, deu uma olhadela ao redor e voltou a olhar para o bigode grosso do homem chato que não parava com as perguntas.
- O que disse senhor? - se fez de sonsa. - me destrai!
- A senhora leva jeito para trabalhar em teatros, sabe controlar e desfarçar suas emoções.
Nadiny deu uma risada falsa, um sorriso forçado, olhou novamente e respondeu para o detetive:
- Acredito que praticamente todas tenha o mesmo tamanho, ou nem todas, vai que a assassina é muito baixa e colocou um salto alto pra não levantar suspeitas!
- Assassina? - o detetive levantou as sombrancelhas. - Por que assassina? Você viu se era uma mulher?
- Por favor deixe-me ir agora, estou desconfortavelmente sem jeito. - Nadiny se arrumou no seu acento. - Estou me sentindo precionada.
- Não quero trazer dúvidas ou medo senhorita, quero apenas a verdade!
- Senhor detetive, pergunte ao trio de irmãos, eles tem pistas, e sabe descrever os fatos cuidadosamente. - Nadiny se levantou, sem muita delonga e saiu do escritório.
Passando porta á fora do escritório, muitos jornalistas enfiavam microfones na boca brilhosa de Nadiny para extrair alguma informação inédita sobre o assassinato. Nadiny apenas virava o rosto, esbarrou em alguns repórters e se dirigiu rapidamente em direção ao seu quarto.
A voz ignorante e insatisfeita gritou pelo nome de:
- Paola!
Paola estava na sala de estar, lendo uma revista de moda e beleza, se levantou, ajeitou os cabelos castanhos, passou a mão no vestido vermelho curto de alça, e caminhou para o escritório.
- Estou aqui! - disse Paola com voz autoritária fechando a porta do escritório. - Pode começar a me interrogar!
- Me surpreende sua ousadia, mas, isso não é válido em um interrogatório! - respondeu o detetive.
- Para de grosseiria comigo, você não está falando com sua mãe, está? - perguntou Paola arrebitando o nariz e fechando os punhos. Depois desse "tapão" na cara do detetive, este foi abaixando sua bola, engoliu seco e perguntou mansamente:
- A senhora poderia me responder algumas perguntas por favor?
- Agora sim! - se orgulhou Paola. - onde se viu chegar a algum lugar com a ignorância?
- Onde a senhorita esteve no momento do crime?
- Eu? - fez uma cara de dúvida. - Ah, se não me engano estava junto com Wander.
- O que a senhorita estava fazendo com Wander?
- Estavamos tomando um drink juntos, brindamos a felicidade antes que Yan saísse da sala.
- Então a senhorita viu Yan sair da sala? - perguntou o detetive torcendo a ponta do bigode direito.
- Sim! - Paola cruzou as pernas, e proceguiu. - Eu vi quando Yan estava saindo da sala.
- E você, para onde foi?
- Eu e Wander decidimos sair dalí, ele me convidou para passear com ele no jardim, e eu aceitei, já que Yan só dava atenção para Bianca, não queria ficar " chupando o dedo ".
- Como era o seu relacionamento com Yan?
- Sempre fui apaixonada por Yan, mas ele sempre duvidou do meu amor por ele, acho isso tão idiota da parte dele. - Paola olhou para o lado direito abaixando o olhar.
- A senhorita pode me dizer onde viu trio de irmãos que são suspeitos, pela última vez?
- A última vez que os vi, estavam saindo com Yan lá pra fora, após eles passarem da porta pra fora, eu não os vi.
O detetive pegou a ponta do lápis e começou a morder, regressou as perguntas e continuou:
- E depois, quando que você voltou a ver os três irmãos?
- Depois que os quatro saiu, eu andei um pouco pela festa, conversei com alguns colegas, e então, vi Benjamin entrar pálido como a areia do deserto, chegou próximo a empregada e cochichou em seu ouvido, a empregada deixou a bandeija que estava segurando cair e saiu correndo chorando... Eu não entendi nada, cheguei perto de Benjamin e perguntei, o por que o pranto da empregada.
- E o que ele respondeu?
- Que Yan estava morto. - Os olhos de Paola encharcaram de água, pegou um lencinho em uma caixinha que estivera em cima da mesa do escritório, e deu continuidade:
- Sabe, eu gritei para todos ouvirem... Parem a festa, Yan está morto, depois dessa bizarra notícia todos se escandalizaram, alguns se assustaram, outros saiam correndo, enfim...
- E onde a senhora voltou a ver Bianca e Bartolomeu?
- Vamos dizer que, na cena do crime, estava Bartolomeu agachado olhando para Yan, junto dele já tinha alguns dos familiares de Yan, e o estranho e que Bianca veio caminhando no trieiro, segurando o vestido, desesperada!
- Isso é bem estranho, a senhorita pode- se retirar, qualquer dúvida ou colocação volte aqui pois será muito bem atendida.
- Ah, obrigada! - Paola se levantou e ajeitou o vestido vermelho curto. - Me sinto mais aliviada senhor detetive.
- Pode me chamar de Cleber, senhorita.
- Ah, grata. - Paola estendeu a mão, o detetive mostrando cavalheirismo, pegou na delicada mão de Paola, e suavemente beijou, Paola virou-se e saiu, enquanto o detetive Cleber observava seu andar gracioso.

Assassinato no jardim botânicoOnde histórias criam vida. Descubra agora