capítulo 11

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Paola saiu do escritório e parou para conversar com alguns repórters, percebeu grande multidão cercando-a, não resistiu a grande aglomeração de fotógrafos e então decidiu se expor, mesmo que fosse por cinco minutos.
- Senhorita Paola, a senhorita confirma que na hora do crime, estava tomando um drinque com Wander?
- Ora minha querida, tudo o que sai, ou saiu da minha boca é a mais pura verdade, estava juntamente com Wander, tomando vinho, quando presenciei que Yan estava de passagem na sala principal. - continuou com um ar meio que, afogado. - Só voltei a vê-lo, quando estava jogado no chão, ensangüentado, cheio de furos pelo seu corpo.
- Por volta desse intervalo, onde estava os três irmãos acusados de assassinato? - perguntou uma repórter.
- Não sei, só voltei a ver os três unidos no local do crime, Benjamin que me informou que Yan estava morto. - fez uma pausa. - Gritei para todos escutarem, que Yan estava morto, o que adiantaria aquela comemoração sem a peça fundamental?
Glória tentava passar pela aquela grande multidão, a sala realmente estava impossivél de se passar, com muito esforço, Glória chegou a porta do escritório, bateu e abriu, enquanto os reporters entrevistavam Paola.
- Se aproxime senhora Glória, sente-se. - disse o detetive fazendo careta.
- Ah, obrigada, sinto-me como se estivesse em um julgamento, se eu der um comentário desnecessário, minha reputação desmorona.
- Perfeito! - disse o detetive entrelaçando os dedos. - Sinta-se á vontade para desabafar e contar tudo o que sabe.
- Bom - respirou um pouco a mais - O que eu tenho a dizer e que Yan era um menino muito bom, mas a ganância pelo dinheiro domou alguns corações dessa casa. - disse com olhos inundados d'água. - Yan, Samuel, Anastácia, Alicia, Alexandre, fico triste em ver minha familía se desmoralizando.
- Senhora Glória, pode me responder onde estava antes mesmo que Yan saísse da sala?
- Eu estava na sala, e vi Yan andando naturalmente, só observei seu andado, um andado de homem que só tinha a aproveitar.
- A senhora confirma que estava observando-o? - perguntou o detetive escrevendo observando em um pedaço de papel.
- Sim, eu estava próxima a parede da sala, lembro-me que começei a balançar o meu leque, mesmo tendo um ar condicionado na sala, não amenizou o meu calor.
- Então é muito difícil apagar o seu fogo? - brincou o detetive, Glória corou, abriu seu leque tampando a metade de sua face, respondeu:
- Me referia a minha estrutura física, já observei que os gordinhos soam mais, e eu estava encharcada de suor, começei a me abanar para que eu me refrescar-se, depois de presenciar esses fatos, eu vi Yan sair sala á fora...
- E depois, quando voltou a vê o seu sobrinho novamente?
- Estirado no chão, com sangue escorrendo em seu terno, foi macabra aquela cena, a título de informação, me assustei com Duda, ela surgiu do nada entre os arbustos.
- Oh! - O detetive ficou surpreso.
- Sim! - confirmou pensando. - Duda saiu de entre os arbustos, agora eu desconfio que ela matou Yan, mas, a troco de quê? Exceto que entre os dois não havia nenhum rancor... mas... - Glória gagueijou. - Por favor, não pense que estou querendo que o senhor mande de cara Duda ser presa, pelo contrário, converse com ela, agora estou me sentindo como se eu enfia-se uma enorme adaga em mim mesma...
- Não se preoculpe, o que falamos aqui não será publicado, fique tranquila.
- Me sinto mais aliviada, é só o que tenho a declarar! - garantiu Glódia se levantando e abrindo o leque.
- Obrigado pela presença!
Glória foi a terceira pessoa a ser interrogada, o próximo seria Wander, mas Wander não estivera na mansão, estava no banco, trabalhando, como sempre infeliz por escolher trabalhar naquele maldito emprego. O detetive então isolou a sala principal, a piscina, a fonte, a copa e o jardim botânico, dispensou os empregados e manteve a maioria dos locais intactos, amanhã logo pela manhã, voltaria lá pelas dez para dar continuidade aos interrogatórios, o detetive então juntou os jornalistas e se mandaram dali.
       Na mesa de jantar, na sala de estar, estava sentados a mesa, Anastácia, Wander, Alicia, Glória, Alexandre, Anderson e Nadiny, todos calados, cabisbaixos, sem ao menos um gesto faziam, nem mesmo demonstravam apetite pela comida, apenas seguiam o modo tradicional robótico de levantar o talher com a comida e levar ao palador.
- Gaspar não vem? - perguntou Anastácia ingerindo o alimento lentamente.
- Não, ele está na empresa ainda, depois que sai do interrogatório liguei para ele, para ver como ele estava, ele me disse que estava muito oculpado com os serviços, e que depois me ligaria, e até agora não me retornou, acho que ele chegará cansado.
Wander invejou Gaspar por ter uma esposa tão meiga, prática e competente como Nadiny, ficou observando Nadiny e seus movimentos delicados.
- Até imagino, pobre Gaspar, sempre foi esforçado! - disse Glória.
- Samuel não vai descer? - Alicia perguntou a Anastácia.
- Não sei, e nem me interessa saber sobre ele, fui falar com ele que conversei com advogados sobra a herança de Yan, mas Samuel insistiu que tudo lhe pertence.
- É aí que vocês se enganam... - disse uma voz atrás da porta de vidro que leva para a sala principal.
- Quem é você? Apareça agora! - ordenou Anastácia.
- Sou eu, Francisco, vocês se enganam em pensar que a herança vai tudo para a mão de Samuel, estão completamente enganados, se vocês não sabem, bem antes de Yan ser assassinado, deixou um testamento que dizia claramenteas porcentagens em que cada um receberá, e deixou também o para mim o prestígio de aproveitar tudo que tem nessa casa, ou seja, o dinheiro e de vocês, mas a mansão é minha.
Os olhos de todos que estavam ali arregalaram-se, Alicia ficou pálida, Wander perdeu por completo os sentidos, Anastácia engoliu em seco.
- Então quer dizer que Yan deixou um testamento?
- Sim, mas só vou apresentá-lo depois de saber que foi o assassino.
Alicia pensou: " Se eu me entregar, talvez ganhe o dinheiro e posso pagar minha fiança e logo ficar em liberdade", olhou para a direita com olhos semi-fechados, voltou a pensar: " Mas e se isso for uma armadilha para pegar o verdadeiro culpado? É melhor eu não mentir, melhor eu ficar quieta e observar o que minha tia Anastácia irá dizer".
- Ótima estratégia para descobrir quem matou Yan. - comentou Anastácia. - mas ele não vai se manifestar aqui entre nós, vai?
- Existem pessoas que honram o nome que carrega! - Advertiu Francisco.
Gaspar chegou, logo Nadiny se levantou e foi recebê-lo com um grande abraço apertado e um beijo.
- Querido! - gritou se dirigindo a ele.
- Ah, estou muito cançado, boa noite família. - Gaspar comprimentou a todos, andando abraçado de lado com Nadiny. - vou subir e tomar um banho!
- Oh, é tão lindo os dois, andam abraçados, e muito raro um casal como esse, Gaspar entrelaça seu braço no pescoço de Nadiny e sobem juntos a escadas, não se vê isso todo dia! - exaltou Glória ao ver o casal subir as escadas abraçados.
Wander com olhar malícioso, mendigava aquele abraço e aquele beijo de Nadiny, queria por tudo arrancar Nadiny dos braços de Gaspar, romper a aliança entre os dois, e viver para sempre ao lado de Nadiny, longe do fantasma de Gaspar.
- Bem, vou subir e tentar novamente falar com Samuel, eu não sei porque insisto tanto com ele, quase não me dá bola! - argumentou Anastácia.
Anastácia acompanhou o casal de longe, até estes abrirem a porta do quarto de hóspedes e entrar em felizes, Anastácia virou-se e se dirigiu para o quarto de Samuel. Gaspar se sentou na cama, tirou seu sapato e logo seu terno, Nadiny começou a massagear as costas de Gaspar instantaneamente, Gaspar pensou no quarto do bebê que se aproximara, estivera tão atarefado nos últimos dias que se esqueceu de levar sua mulher ao pré-natal.
- Querida, desculpe por não retornar a ligação, e que hoje estava muito corrido para mim, e me desculpe por não começar a preparar o quarto do nosso bebê, por não levar você no pré-natal ainda.
- Não meu amor, não se preoculpe, entendo sua correria, logo as coisas melhorarão.
- É por isso que a cada segundo que passa te amo mais...
Gaspar pegou Nadiny e beijou-a como se fosse o primeiro beijo do seu namoro, beijou-a sabendo que nem ouro nem prata pagaria por aquele beijo, Nadiny terminando de beija-lo, se levantou e foi para a copa preparar o jantar de Gaspar que esfriara, enquanto este tomara banho. Desceu as escadas rapidamente e ao chegar na copa se deparou com Alexandre e Duda sentados na mesa redonda que ficava de canto conversando assuntos aleatórios, Nadiny passou entre os dois e foi preparar o jantar de Gaspar.
- Boa noite, vim preparar o jantar de Gaspar.
- Ah, fique à vontade Nadiny - disse Alexandre.
- Que vestido lindo Nadiny, amarelo canário, realmente você tem bom gosto. - disse Duda.
- Você acha? - perguntou Nadiny passando a mão no vestido.
- Claro. - disse Duda. - Concorda Alexandre?
- Sim, muito bonito, em seu corpo qualquer vestido fica bom Nadiny?
- Depende, alguns sim, outros não. - respondeu.
- O mundo das roupas é tão completo, há formas e tamanhos, ainda por cima que rende uma bolada. - acrescentou Duda, os olhos de Alexandre se esticaram, teve uma ideia genial, para fundos lucrativos próprios.
- É isso! - gritou de alegria.
- O que foi Alexandre? - perguntou Duda surpresa.
- Vou construir uma loja de tecidos para mim, vou ser o meu própio chefe, vou produzir os melhores vestidos para a região, cansei de ficar esperando herança de Yan, eu mesmo vou conquistar o meu dinheiro com as minhas próprias mãos. - bateu a mão na mesa de alegria, Duda se espantou com essa ideia súbita.
- É assim que se fala Alexandre - disse Nadiny surpreendida com a atitude de Alexandre -, vou falar com Gaspar para te providenciar os tecidos, tecidos importados, vindos de todos os lugares.
- Nadiny muito obrigado, quando eu estiver em uma situação melhor pagarei com urgência, não se preoculpe.
- Não esquenta a cabeça, vamos alugar um galpão e preencher de todo e qualquer tipo de tecido.
Os olhos de Alexandre sambaram, a sombrancelha de Alexandre se levantaram e seu sorriso foi até as orelhas. Alexandre agradeceu a Nadiny mais uma vez, ficou tão feliz que foi procurar na internet um galpão amplo e arejado.
- É assim que começa uma carreira, batalhando, vi desejo nos olhos de Alexandre, vi um espírito de vitória vindo dele.
- E... - emudeceu Duda, logo perguntou. - Nadiny, porque você desligou o telefone na minha cara naquele dia do assassinato, por acaso você sabe de alguma coisa? - Nadiny se estremeceu toda, por um minuto ficou muda, perdeu lhe os sentidos e agora tinha que falar o que sabia, fez uma força e começou...
- Bom, no dia da festa de Yan, eu vi ele sair em direção a porta lateral da sala, que fica próxima as escadas, eu o segui...
Duda arregalou os olhos e seu estômago gelou, mal podia responder.
- Passei por um triero e vi, quando Yan caiu morto e uma mulher saiu apressada, e essa mulher concerteza é ALICIA!
Os braços de Duda se emfraquejaram, ficou muda, e quando foi demonstrar uma emoção, Nadiny logo advertiu-a.
- Duda, se controle, não grite, não chore, não haja precipitadamente.
Duda tampou com uma de suas mãos a sua boca começou a chorar descontroladamente, e falou engasgada:
- Como vou olhar para aquela assassina sem esmurrá-la!?
- Tenha controle, nada é certeza, vai que eu vi coisas.
- É. - concordou Duda. - Talvez foi outra mulher... Ou homem que se vesgiu de mulher!
- O que?
- Sim, tem essa hipótese de que algum homem dos nossos familiares poderia ter se vestido de mulher e para confundir a cabeça de todos usou isso como uma ótima ferramenta.
- Não tinha pensado nisso antes! - admitiu Nadiny. - Você é brilhante, brilhante. - Duda se recuperou do choque emocional, se despediu de Nadiny e foi se deitar, ao passar pela porta se deparou com Wander que se dirigia á copa.
- Por que você está chorando?
- Nada, só um pouco emocionada com os planos de Alexandre. - disse limpando os olhinhos rasos de lágrimas.
- Como assim?
- Alexandre é um homem de ouro, tem tantos planos, vai abrir uma loja de roupas, meu orgulho.
- Acho que ele não tem estrutura para administrar uma loja de roupas. - disse Wander invejando Alexandre.
- E você? Tem estrutura para ser bancário? - Wander emudeceu, saiu e entrou na copa, viu o corpo esbelto de Nadiny, Wander entrou silenciosamente na copa e observou as mãos delicadas de Nadiny arrumar a comida de Gaspar.
- Você é tão prática Nadiny. - Nadiny virou-se assustada, terminou apressadamente a comida de Gaspar e já ia se retirando, quando Wander vendo que Nadiny estava saindo, pegou em seu braço e puxou-a.
- Solte-me! - pediu Nadiny.
- Nadiny, vou confessar tudo. - disse puxando o corpo de Nadiny para perto do seu. - Eu sou loucamente apaixonado por você, quero me casar com você, ser o seu homem e você, minha mulher.
- Está louco? - Fez uma careta. - Eu sou muito feliz com meu homem chamado Gaspar, e nem você nem ninguém vai nos separar.
- Maldita hora em que esse homem cruzou o meu caminho. - Wander argumentou apertando os braços de Nadiny. - Mil vezes maldito. - cochichava.
- Não fale isso do meu marido. - se soltou das garras de Wander. - Nunca serei sua mulher, primeiro porque amo Gaspar e segundo, vou formar uma família com ele.
- Ouça o que eu vou te dizer, você será infeliz pelo resto de sua vida ao lado de Gaspar.
- Cale-se! - Nadiny deu um tapa na face de Wander, que virara a face, olhou fixamente para Wander e acrescentou. - Nunca mais repita isso!
Wander cochichou para si mesmo.
- Gaspar vai sentir o gosto da minha ira!
Nadiny, após esbofetar o rosto de Wander, virou-se, e levou o jantar para Gaspar, enquanto o ódio de Wander aumentou ainda mais por Gaspar.

Assassinato no jardim botânicoOnde histórias criam vida. Descubra agora