VI

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Eu me sentia realmente bem ao lado de Lucas, era incrível.
O sinal já havia batido então levantamos e fomos em direção a fila, que não demoraria um segundo a mais ali no pátio.
Mais 3 aulas chatas se passou então fomos liberados para sair.
Eu não sabia exatamente o que fazer, se ia pra casa ficar sozinha lá até a noite ou ficar vagando por aí. Vi que não tinha trazido dinheiro então resolvi ir para casa mesmo, porém sabendo que ficaria ali sozinha até umas 00:00 pois meus irmãos haviam ido pra casa dos meus avós e meus pais trabalhariam até tal horário.
Fui andando devagarinho até a saída e pude perceber que Lucas estava um pouco triste e afastado à alguns metros de mim, fui até ele.
-Você precisa de algo? -Perguntei o olhando nos olhos, que até aí estavam baixos, quase fechando.
-Talvez, pequena, mas sei que nunca terei. -Falou me olhando de volta.
- 'Ué', fale! -Disse em um tom curioso.
-Não é necessário, que tal me passar seu número? Talvez Eu te ligue mais tarde. -Falou Lucas mudando de assunto. Passei o número e me despedi, mas não foi uma despedida normal, aquele abraço parecia mais afetuoso que os que eu estava acostumada a receber.
Fui em direção ao ponto de ônibus e não precisou passar nem 5 minutos pra ele chegar (o busão).
Chegando em Casa tiro o tênis e vou em direção à cozinha para fazer uma pipoca, pra finalmente ir pro meu quarto e assistir um bom e velho filme de terror.
Enquanto a pipoca estava no microondas fui trancar a porta da sala, já que até aí eu tinha esquecido.
Ao tocar a maçaneta ouço alguém tocar a campainha, abro a porta e me deparo com Lucas na minha frente, com olhos inchados e marejados, cara vermelha, ele parecia estar com vergonha mas ao mesmo tempo, muito abalado.
-O que aconteceu Lucas?? -Perguntei nervosa ao ver ele naquele estado.
-Me ajuda, pequena, só tenho você agora.-Ele falava e seus olhos enchiam de lágrimas outra vez.
-Vem, entra.-Puxei-o pela mão até a cozinha, o servi água mas ele recusou.
-Cheguei em casa e encontrei meus pais jogados no chão, pequena, a polícia já estava lá, os vizinhos havia chamado depois de ouvir a discussão e os disparos.. Eles me levaram até a casa da minha avó, mas eu pedi pra vim aqui falar com você.. Por que fica melhor quando está ao meu lado, não sei explicar..
-Oh meu Deus! -Andei rapidamente pra abraça-lo, ele falava tudo aquilo sem parar de chorar e soluçar. -Vai ficar tudo bem, eu estou aqui tá bom? Você quer passar a noite aqui comigo? A gente se distrai, conversa.. Pode ser?
-Se eu não for incomo..
-Não, não vai. -Falei o interrompendo.
-Obrigado pequena.
Eu estava com receio dos meus pais brigarem, mas acho que daria tempo de explicar tudo antes que o Lucas acordasse.
Subimos pro quarto, pedi para ele tirar o tênis e deitar no colchão que eu havia estendido no chão. Assim ele fez, tranquei a porta do quarto, pus um filme e apaguei a luz, trouxe um cobertor para ele e deitei em minha cama. Me embrulhando, estava realmente frio.
-Pequena, fica aqui comigo? -Falou ele com uma expressão ainda triste, deitei-me ao lado dele, porém não colada.
Ficamos ali por bastante tempo, eu estava cansada e ele também, o filme acabou e nós ficamos ali deitados, ele veio chegando perto, até estarmos 'juntos'. Passaram-se alguns minutos e começou a chover, eu estava coberta mais continuava com frio, chegava a bater dentes.
-Está com frio, pequena?
-Bastante.
Ele se aproximou um pouco mais até me abraçar parcialmente, pondo seu braço por trás de mim, deixando assim minha cabeça em seu peito e meu corpo junto ao seu.
-Está melhor assim?-Perguntou.
-Sim, está.
Beijou-me na cabeça e com o braço livre ficou a mecher no meu cabelo.
Vi que naquela situação parecíamos namorados, dei um leve sorriso e adormeci, estava cansada de mais, e naquele frio, com aquele garoto, nada melhor que dormir.
Acordei depois de umas duas horas, já estava anoitecendo, percebi que estávamos na mesma posição, e o Lucas estava a dormir.. Levantei devagarinho pra olha-lo, me dei conta que estava apaixonada por aquele menino. Encostei meu rosto ao dele, eu queria beija-lo naquele mesmo momento.
Ele acorda e me vê ali, perto, parada, eu sorrio, ele também.
-Vem mais perto, pequena. -Falou com aquela voz de sono.
Cheguei mais perto e começamos a nos beijar intensamente, sentei em seu colo e assim ficamos por algum tempo, quando aquilo acabou sai de cima e voltei a deitar.
Voltamos à mesma posição, e caímos no sono novamente.

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⏰ Última atualização: Oct 12, 2015 ⏰

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