Capítulo 5

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#POV Luke

Eu realmente com todas as forças do mundo não conseguia desviar daquele olhar. Sabia que a cada segundo a mais que eu forçava a me separar desses olhos, eram um fracasso. E tudo que eu queria era possuir esses olhos. Mas eu não posso.

Eu poderia simplesmente a beijar, sentir o sabor do seu beijo, e de seus movimentos. Comprovar ao meu coração que estou apaixonado, ou apenas deixar-me levar por um sentimento bobo. Mas ela era a Amy. Minha melhor amiga. Amy Lucy Prescott. A princesinha que eu amava. Como amiga Luke, amiga.

Puxei suas ancas contra as minhas e a abracei forte, como era mais alto que ela, sua cabeça pousou em meu peito, percebendo que ela tentava se aprofundar. Me separei do aperto e coloquei as minhas mãos em seus cotovelos e fixei novamente meu olhar no seu. Ela sabia o que estava para acontecer. E eu também.

Simplesmente meus lábios se encontraram com o dela, mas sem envolvimento de línguas, foi apenas um selo. Um toque. Um toque por dois segundos, nada menos após ela em desespero criar ação a tudo o que queríamos. O que me fez sentir um pouco envergonhado com a falta de atitude. Mordia seus lábios inferiores, fazendo ela gemer contra a minha boca. Eu sorria durante aquele momento tão perfeito.

Momentos perfeitos são "coisinhas" estranhas. Eu os odeio. Por mais que sejam perfeitos, o perfeito sempre acaba e o imperfeito prevalece. Vejamos alguém deficiente. O seu "defeito" que, nada mais é do que uma pequena "diferença" julgada pela sociedade sendo um "problema", ele prevalecerá. Não tendo cura, apenas melhora. O defeito é uma imperfeição. E o amor é um sentimento imperfeito e perfeito. E todas as pessoas do mundo sentem amor. Inclusivamente os deficientes. Mas o amor ele acaba. O amor não é um sentimento eterno. Ele pode ser visto como um. Mas não é. Quantas vezes você já amou alguém, e por conta de uma atitude, aquele amor deixou de existir? Ou um término de namoro? Ou quem sabe até de uma amizade? Amizade.

Estava a ponto de perder tudo. Mas dane-se. Do que seriam dos espertos se não existissem os trouxas? Vai lá Luke! Seja trouxa e veja se se apaixonar por tua melhor amiga te fará feliz! Acho que melhor amizade sempre resulta nisso não é? Ambos se conhecem tanto, que sabem o que evitar e do que apresentar. Acaba sendo um relacionamento perfeito. Mas, o perfeito acaba.

Larguei automaticamente seus lábios, o que a fez avermelhar as bochechas.

"Desculpa. - sussurei ainda com os lábios a milímetros longe dos dela. Abri lentamente meus olhos e percebi que ela estava a começar a falar algo mas sem pensar, juntei nossos lábios novamente. De uma forma que só as bocas se encostassem. Sem sequer movimento.

Eu não queria mais largar aqueles lábios, eles eram perfeitos, nem tão finos, nem tão grossos. Eram perfeitos, seus olhos estavam fechados, me resultando à uma dúvida. Creio que os olhares são a resposta para quase tudo, eles sentem, eles mostram, eles afirmam, e negam. E infelizmente Amy não me deixava descobrir como ela estava, o que estava pensando e sentindo nesse momento. O momento perfeito.

Soltei seus lábios e a abracei, de uma forma tão profunda que os pés dela até se manteram pouco distante do chão, pelo fato de ela ser baixa. Ela estava a suspirar quando sussurei novamente em seus ouvidos um pequeno pedido de desculpas.

"Era... Tudo o que eu precisava..." - disse ela em tom ofegante, o que me fez a vontade imensa de beijá-la novamente, mas eu não o podia executar.

"Disponha senhorita!" - ri-me e ouvi alguns movimentos de um sorriso a ser aberto. Foi incrível. Pelo fato de as dúvidas sempre surgirem a minha cabeça, tenho a certa incerteza que isso pode ou não acabar me fudendo. E fudendo digo literalmente ou não. Minhas mãos se encontravam a pouco abaixo de suas costelas, com lentidão as arrastei até a altura de sua cintura, a arranhando um pouco na região.

A afastei de meu corpo e desloquei minhas mãos de sua cintura para as bochechas, olhei fixamente para a íris de seus olhos e a hipnotizei. Novamente meus lábios buscavam contato, e enfim estava a beijar aquela boca perfeita da minha melhor amiga. Mordia todas as partes inferiores de seus lábios, fazendo-a gemer contra os meus.

"Luke... Preciso ir-me."

"Mas, tu não ías dormir aqui?"

"Perdão Luke.. Por favor.." - assenti com a cabeça e me afastei de seu rosto. Vi que suas bochechas permaneciam vermelhas. Fui em direção à porta, vendo-a pegar suas coisas e vir a mim. Ela estava completamente envergonhada, simplesmente olhando ao chão, sabendo-se onde estava apenas quando avistou meus pés. Dei um sorriso fechado quando ela levantou a cabeça para me fixar os olhos.

Really Love // HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora