nothing is ever easy

Prólogo

Louis se encontrava sentado em sua cama, o clima estava agradável, a noite caía lá fora e a luz da lua deixava a sensação melancólica do quarto mais apurada. Seria mentira se ele dissesse que esse não era o intuito da luz apagada. Depois de tomar duas taças de vinho, ele finalmente tinha criado coragem de pegar o manuscrito que tinha em mãos. Mas de nada adiantou o vinho quando viu o nome Harry Styles impresso logo abaixo do título  Nothing is ever easy.

Ele realmente não sabia se deveria deixar a curiosidade vencer ou a teimosia. Desde que recebera o livro tinha prometido a ele mesmo que não o leria, afinal, ele nunca havia pedido por um, de qualquer maneira.  Depois de mais três goladas do vinho, que mesmo sendo doce, desceu com um gosto amargo, Louis sucumbiu a curiosidade e se deixou ler as primeiras palavras do prólogo e depois disso a leitura fluiu. Ele que nunca foi um leitor ávido, se viu preso naquela história -na sua história- pela madrugada a fora. O nome do escritor nunca deixando sua memória, assim como o cheiro e a sensação do toque, mas, afinal, quando eles haviam deixado?

-x-

Quatro meses atrás

Harry estava com os nervos à flor na pele ultimamente, nada o acalmava, nada o fazia sentir como se as coisas fosses melhorar. Ele não sabia o que era pior, seu chefe o pressionando, o fardo de estar vivendo em uma cidade nova sem sua família ou a falta que sentia do seu "melhor amigo". Tudo que ele queria era mandar tudo e todos para um lugar não muito legal e tirar um ano sabático, ou uma década, ainda não tinha decidido.

No momento, ele estava deitado em sua cama, era um domingo à noite e só o pensamento de ter que ir para o trabalho na segunda de manhã o causava arrepios. Sejamos sinceros, o lugar era o melhor no qual ele já havia trabalhado, mas ultimamente tudo o deixava assim, só a tentativa de sair da cama já o deixava ansioso. E o pior de tudo era não ter alguém com quem dividir o que sentia. Cada um tem uma opinião sobre isso, ele já até ouvira o termo dependência emocional, mas não se encaixava na situação. Harry só gostava da pessoa que o tranquilizava e o fazia se sentir seguro no passado.

No celular uma música chamada Vienna tocava e ele se deixava levar por pensamentos. A vontade de ligar para sua mãe e pedir colo batia forte, mas àquela hora ela já estaria dormindo.

O garoto de olhos verdes rolava de um lado pro outro na mesma frequência em que rolava seu feed do Instagram, sem nem prestar atenção no que via, só no intuito de deixar sua mente ocupada, o domingo tinha sido todo assim, salvo as horas que ele havia levantado para ir ao banheiro e para tomar um banho. E assim ele prosseguiu até que uma música começou a tocar, uma música que o fez lembrar de coisas que ele estava tentando evitar há meses, coisas que o levava para um passado que estava tentando esquecer. Uma música da Ariana Grande e foi o suficiente para ele quebrar e entrar em um lugar que não visitava há tempos.

E é assim que temos nossa história.