o assassino e a garota

38 3 0
                                    

No portão da escola

- Seus pais ainda não chegaram Paula? - perguntou a professora já indo embora.
- Não. Eles devem estar presos no trabalho. Eu espero aqui com a Molly. - disse Paula olhando para boneca que batizara de Molly.
- Nos vemos amanha, entao. Tchau.
- Tchau.
- Paula! - gritou a porteira da escola.
- Chegou seu tio para te buscar.
Paula deu um salto do banco e foi correndo pro portão.
- Tio? Que tio? O tio Rafael? Tio Bruno?
- Não, Paula. O tio Paulo. - disse o homem sorrindo para ela.
- Paulo? Não me lembro de nenhum tio Paulo. - disse Paula tentando lembrar desse tal tio.
- Ah. Pensei que sua mãe já tivesse falado de mim para você. Mas não tem problema. Ela pediu para vir aqui te pegar.
- Ah. Então está bom. Vamos indo porque tenho muita coisa para fazer hoje.
- Tem? - perguntou Paulo intrigado.
- Tenho. Hoje é aniversario do Murilo. Preciso me preparar para mais tarde. - disse Paula toda alegre e saltitante.
- Vamos então.
- Tchau, tia porteira.
- Tchau, minha linda.

Andando na rua

- Paula, posso perguntar uma coisa para você?
- Pode sim, tio.
- O que você acha do mundo hoje e o que espera dele no futuro?
- O mundo? Ah! O mundo é lindo. Olha só para essas flores, esses animais. É tudo maravilhoso. Você não acha?
- Verdade. Você está certa. Mas o mundo não se resume a só flores e animais. Há coisas ruins nele também, como por exemplo, nós. Nós podemos ser ruins para o mundo também.
- Sim, eu sei. Tem vezes que eu vejo o papai conversando com a mamãe e dizendo o quanto ele odeia o chefe dele.
Paulo riu na mesma hora. Não era esse tipo de pessoas que ele estava se referindo e a inteligencia e ingenuidade dela o cativaram.
- O que foi? Por que esta rindo?
- Nada, só achei engraçado.
Eles continuaram andando até que...
- Paula, podemos passar na minha casa antes de te deixar na minha? Eu moro aqui pertinho.
- Se for rápido, pode sim.
Eles andaram por mais dois quarteirões e viraram a esquerda, parando na terceira casa. Era uma casa simples de cor bege e portão preto.
Eles entraram e Paula sentou no sofá e esperou. Paulo veio de seu quarto com uma das mãos para trás e ela ja pensou que fosse algum presente e fingiu q não viu nada.
- Eu tenho algo para você, Paula. Fecha os olhos e não abra.
Ela deu aquele sorrisinho de que já sabia de tudo.
- Ta bom.
Paulo abaixou a altura dela e tirou a mão de trás das costas. Era um pano branco molhado. Ele levou a mão perto do nariz dela e foi com força Total em cima dela. O seu pequeno corpo foi para trás e ela abriu os olhos na hora. Encarou seu "tio" com lagrimas nos olhos e logo em seguida, fechou-os.

Inocência InfantilOnde histórias criam vida. Descubra agora