capítulo 6- A temida viagem

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Depois de ouvir tudo o que o Matheus havia falado, fiquei sem ter o que falar porque não conseguia acreditar que ele é gay. Estava me sentindo... DESILUDIDA. Não que eu tivesse algum preconceito, gosto de ter amigos gays, mas eu estava apaixonada por ele e também tenho certeza que ele sabia disso. Não consegui ficar nem mais um segundo naquele quarto, levantei da minha cama e fui rapidamente até a porta, ao abri-la percebi que estava trancada.

-Abri essa porra Matheus!!!- falei alto e bati na porta.

-Calma Nanda, você precisa entender que eu sou gay e isso nunca vai mudar, mas mesmo eu sendo gay eu ainda quero ser seu amigo- Ele disse me olhando de tal forma que já não estava com raiva dele e já estava me sentindo ridícula por achar que ele tinha alguma culpa de ser gay.

-Me desculpa Matheus- falei e fui lhe dar um grande abraço, que também valia de gratidão pelo salvamento de ontem.

Ficamos ali por um bom tempo... abraçados. Percebi que dentro daquele abraço eu realmente me sentia feliz e que mesmo assim do jeito que ele é, sempre vou querer-lhe por perto. Até mesmo como amigo...

++++

Já são 17:00hs e minhas amigas acabaram de chegar aqui em casa e eu já estou chorando. De tanto tempo sendo amigas, só com olhares já consigo indentificar o que elas pensam. A Helo e a Gio estão aqui chorando comigo igual a crianças quando não conseguem o que querem.
Sabe aqueles momentos bons que passaram tão rápido e que agora você sabe que talvez nunca mais vai ter? Talvez você não saiba porque não prestou atenção no que eu falei, ou por ter no seu livro da vida um final típico de conto de fadas " felizes para sempre" que pena que nunca vai existir um "felizes para sempre" na realidade.
Agora eu estou aqui...com as pessoas mais importantes da minha vida e que eu vou sentir falta porque sei que quando eu voltar pode não ser igual a antes.

Nós três estamos sentadas até que ouço bater a porta.

-Quem é?- gritei de longe.

-Abri logo essa porta Nanda- eu reconheço essa voz é a do Caio, mas parece que tem mais pessoas com ele. Abro a porta e vejo várias pessoas da minha sala. Passei meus olhos pelas pessoas e vi Bia, a prima de Pedro que só de lembrar... Não pude esconder minha raiva e antes de eu gritar "SAI DAQUI" o Pedro vem até a minha direção. Ainda não acredito que ele veio até aqui!

-Nan...-não deixo ele terminar de falar e aponto o meu dedo pra porta.

-SAI DAQUI- grito bem alto e todos se assustam. Bom agora eu falei.

-Eu sei que está nervosa mas deixa eu te explicar.- ele diz com voz de choro ao perceber minhas lágrimas caindo descontrolada-
mente.

"Ótima hora para chorar igual um bebezinho. hein Nanda"

-Você não ouviu ela? panaca!- surgi a Helo do meu lado.

-Olha Pedro tem certas coisas que não tem explicação.- dou uma pequena pausa e continuo- agora sai daqui.

Nessa hora nem olho na sua cara e tento controlar as lágrimas, já que nem isso ele merece de mim. Ele sai de cabeça baixa e sem falar nada.

Depois disso todos os meus amigos vieram me abraçar. Ficamos conversando besteiras até que a Giovana voltou da cozinha com uma caixa linda que provavelmente era de joia.

-É pra você se lembrar da gente- quando ela disse isso nós duas já estavamos chorando (sou muito chorona)- abri.

Peguei a caixinha com cuidado e abri. Era um colar que tinha dentro um pingente de uma foto nossa na minha festa surpresa.

Depois dos agradecimentos era a hora de me despedir pois o carro já estava esperando. Me despedi das pessoas normal e quase sem choros menos o Matheus, a Gio e a Helo já que os três vão me acompanhar até o aeroporto.

Ao ouvir o nome do meu voo choro sem parar, que nem minha irmã com as suas amigas aqui do lado.

-Nunca se esqueça da gente sua doida!- Helo fala aos soluços enquanto me entrega uma caixinha menor do que a antiga.

-Mesmo se eu quisesse não conseguiria- ao terminar a frase abro a caixinha que dentro tinha três anéis.

-Um pra cada uma- agora é a vez da Gio falar. Cada uma pegou o seu anel e eu percebi que em cada um tinha três coraçãozinhos que provavelmente iriam representar nós três.

Abraçei elas bem forte e já tinha que ir embora...:-(
Entrei no avião e de longe percebi que um garoto não parava de me olhar...e até que ele é bonitinho mas melhor não pensar nisso...

Tomara que eu volte logo pra casa...

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