IV. Planos Paralelos.

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Eu fui uma criança infeliz, minha vida parecia uma tortura mental, não que algum dia eu tivesse tido motivo, tive ótimos pais, minha família era unida e amorosa, tive oportunidades incríveis de convivência, aproveitei viagens, mas o problema sempre foi eu. Aos onze anos desenvolvi uma paixão pela minha irmã mais velha, na época ela tinha catorze anos, era tola demais, inocente demais, feliz demais, ela era tudo que eu nunca fui, ela nunca saia de casa, vivia reclusa e ainda assim era muito feliz.

Com o passar do tempo eu passei a espia-la no banho, eu a admirava, a achava a coisa mais linda. Ela era filha do primeiro casamento de meu pai, sua mãe era brasileira e descendente de indígenas, meu pai foi casado com sua mãe por anos, até que ela faleceu por motivos desconhecidos por mim. O grande agravante era minha irmã não ser filha de meu pai, quando conheceu sua mãe, ela já a tinha na barriga. Minha irmã possuía dislexia e tinha bastante dificuldade na escola, até nas tarefas que para mim eram mais simples. Isso a torturava e eu vi ali uma oportunidade para poder ter o que eu tanto sonhava! Esqueça ela, Dean, esqueça!

Sucessivamente que eu tinha tempo vago, ela vinha a minha mente, sempre me torturando, pela culpa e pelo amor que eu sinto. Mas agora eu tenho o seu bem mais precioso, Estefânia, sua filha, que diferente de sua mãe não tem uma presença glamurosa, é teimosa, não parece ser submissa. Porém, eu sempre tive um fraco para desafios. Nada nela lembrava a mãe, ela era o oposto, ali eu tinha a minha vingança, mas o gosto não era doce. Eu pretendo deixa-la presa por dois dias, ela vai baixar a cabeça por bem ou por mal, o esgotamento físico geralmente funciona, estar cansado ajuda o medo a se proliferar de maneiras inimagináveis. Nosso maior inimigo é a nossa mente, o silêncio, o escuro e a solidão serão meus maiores aliados nesta jornada.

Os tons do dia já estão riscando o céu, faz muito tempo que eu não paro para simplesmente ver o tempo passar, mesmo sempre sendo uma pessoa amarga e rancorosa eu costumava apreciar a vida, apreciar as pequenas coisas, depois que ela se foi, eu perdi minha única parte aproveitável.

Hoje eu acordei um pouco mais cedo que o normal, olho ao relógio ao lado disposto na cabeceira da cama, vejo que ainda são 5:30hr da manhã, me levanto de maneira lenta e pesarosa, faço tudo que preciso fazer, depois de um longo período me preparando para o dia, desço para a sala de jantar já pronto para sair, sinto o odor de jasmim de uma casa impecavelmente arrumada. Deslizo a mão alisando meticulosamente o meu terno preto, não suporto estar desalinhado, chego à cozinha e me deparo com Ern, minha governanta, já me servindo um café preto e forte, do jeito que eu gosto. Ern está em minha vida a nós, sabe muito bem de tudo que ocorre nesta casa e mantem sempre a discrição, não me questiona e não faz perguntas. A funcionária perfeita.

— Bom dia, senhor Dean. — Disse formal.

— Bom dia, Ern. — Falo enquanto pego um pãozinho de canela sobre a mesa. Me sento e faço minha refeição calmamente, aproveitando meu tempo, enquanto observo Erni fazendo suas pequenas tarefas.

— Ern, temos uma nova inquilina aqui, ela será minha nova convidada, eu não gostaria que você fosse ao encontro dela e por favor não a alimente, entende?

— Sim senhor. — Ela concorda de pronto.

— Ignore qualquer ruído que ela possa vim a fazer. — Digo enquanto me retiro, após finalizar meu café.

Sigo em direção a garagem, vejo que o motorista já esta em seu local, entro no carro após o cumprimentar, pego meu celular e vou resolvendo pendencias durante o caminho, em poucos minutos estamos na empresa. Ao chegar sou recebido por Suyan minha secretária, de origem asiática, lindíssima, corpo escultural, beleza e postura. Ela é a secretária perfeita, bela e competente. É interessante ter uma secretária bonita, causa boa impressão, porém... Onde se ganha o pão, não se come a carne!

— Bom dia, Senhor! — Diz ela com um sorriso.

— Bom dia, Suyan, o que teremos para hoje? — Pergunto deixando minha maleta sobre a mesa.

— Reunião no cassino ás 14hs, ao que nossas avaliações indicam estamos tendo muitos problemas com roubos, senhor. — Falou analisando um documento em sua mão. — Nas filmagens conseguimos identificar alguns dos principias suspeitos das práticas.

— Obrigado, agora pode ir. — Me sento em minha cadeira, enquanto ligo a tela do computador.

Olho a minha frente e vejo as grandes janelas de vidro mostrando a cidade a frente, uma bela vista para se ter enquanto trabalho, a cidade está sempre movimentada, nunca para.


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Este capitulo é bem pequenininho, acreditem, ele era ainda menor. Mas com algumas alterações ele foi enriquecido e melhorado. 

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⏰ Última atualização: Jul 12 ⏰

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Meu Tio Dominador (REPUBLICAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora