Quando Eu Me For...

Capítulo 4: O Jantar

- Oh... Entre por favor.- Ela diz se encaminhando para a cozinha.

A casa é bem bonita e muito organizada, vejo retratos na parede, vou para a cozinha e me junto a ela.

- O Dean não está em casa, ele viajou por motivos pessoais. Mas se você quiser nós podemos conversar.
- Se não for incômodo, por mim tudo bem.

Sento-me em uma das cadeiras ao seu lado, e ela fala:

- Então o que você queria conversar com o Dean?
- Bom, eu conheço ele faz pouco tempo mas ele está ausente nas aulas faz cinco dias, eu fiquei preocupada e então resolvi vim aqui perguntar porque ele estava faltando tanto.
- Entendo. Como te falei ele está viajando, mas vocês são amigos? Porque acho que ninguém já se preocupou assim com ele.
- Não. Entrei para a escola agora, mas já nos falamos. Eu sou assim, me preocupo com todo mundo.
- Sei como é.

Quando ela se vira para pegar uma xícara de chá, vejo um retrato de um casal muito bonito em um balcão... Deve ser os pais dele.

- Esse casal são os pais do Dean?
- Sim, eram um casal muito bonito. Mas, eles morreram em um acidente de carro há dez anos.
- Ah... Nossa, sinto muito.
- Tudo bem, é por isso que Dean é tão fechado. Sente falta dos pais, quando eles morreram, ele tinha apenas sete anos.
- Agora o entendo. Então é a senhora que cuida dele aqui?
- Sim.
- Mas ele não tem mais ninguém?
- Ele tem um tio materno no Canadá, mas desde que seus pais morreram que ele vive comigo. E é isso que está o entristecendo tanto, porque breve irei partir e ele terá que ir para o Canadá, morar com o tio.
- Mas como assim a senhora irá partir?
- Sim, herdei um câncer de minha mãe, que morreu há dezoito anos. Por isso quando o Dean nasceu me apeguei muito a ele. E agora ele sabe que em breve estará sem mim.

- Nossa que pena, poderia haver outro jeito.

- Pois é, vamos ver.

Sinto meu telefone vibrar em meu bolso, é a mamãe me mandando mensagens perguntando se já pode me buscar. Eu a respondo passando-lhe o endereço.

- Minha mãe já está vindo me buscar, foi um prazer conhecer a senhora.

- Foi muito bom te conhecer também Alyce. Dean chega amanhã, se quiser venha jantar conosco.

- Ah... seria um prazer! Que horas posso vim?

- Venha mais cedo para o Dean chegar e ver você aqui, por volta das seis horas está bom.

- Tudo bem então.

Saímos nós duas na rua, avisto o carro da mamãe e me despeço de Sophia.

- Tchau Sophia!

- Até amanhã Alyce!

Explico para mamãe que fui até lá para visitar um amigo meu que estava faltando muito, mas ele não estava em casa, ai fiquei conversando com a avó dele um pouco e que ela me convidou para o jantar no dia seguinte com eles. Ela parece não se importar muito, então coloco uma música para nós duas ouvirmos até chegarmos em casa. No caminho fico pensando porque Sophia também agiu de uma forma estranha ao saber meu nome, ela é uma senhora muito bondosa mas parece que sabe de algo que eu ainda não sei.

No outro dia de manhã, já estou ansiosa para o jantar. Não sei que roupa devo colocar, e não paro de pensar um minuto no Dean, não vejo a hora de estar lá! Fico no meu quarto praticamente o dia todo só pensando no jantar e conversando com a Julia no telefone, conto a ela sobre ontem e ela me fala que tenho que ficar tranquila e tentar não cair na hora que ele aparecer. Começo a me arrumar cinco horas, visto um vestido azul escuro que mamãe me deu no verão passado e uma sapatilha preta. Prendo meus cabelos de lado e enrolo as pontas, faço uma leve maquiagem para não parecer muito extravagante... Pronta, agora é só me preparar psicologicamente para ver o Dean. Chamo mamãe para me levar e ela deixa a Amy com o papai jogando vídeo - game, já que ele sempre faz isso para agrada- lá, então eu e ela vamos para o carro.