Sentenciada - Triologia Escolhas

Capítulo 21

"O coração é a região do inesperado."

- Machado de Assis

- Helenna?

Recuperei a consciência. Abri os olhos.

Thiago pairava acima de mim, seu olhar preocupado.

Tentei sentar, mas ele me impediu.

- Continue deitada Lenna – ele disse – Você está... Ahn... Machucada.

- Eu? – minha voz estava embargada – Eu não lembro de nada.

Comecei a sentir as dores. Meu tornozelo direito doía novamente, assim como minha cabeça latejava e minha bochecha esquerda ardia e queimava.

- O que aconteceu? – perguntei.

- Eu não sei – ele disse – Eu fui levar a Juliet e o Dan para fora da floresta e quando voltei à cabana estava escura. Procurei por você do lado de fora, mas não te achei. Então voltei e te encontrei aqui no quarto, desmaiada no chão e toda machucada. Eu é que pergunto, o que aconteceu aqui Helenna?

Minha cabeça doía muito. Tentei lembrar o que poderia ter acontecido, mas não conseguia.

- A última coisa que me lembro é de estar na sala esperando por você e então – parei, começando a lembrar – Eu ouvi a voz novamente Thiago. Ela estava aqui.

Tentei levantar. Eu precisava sair dali.

Thiago me empurrou de volta para a cama, pressionando de leve meus ombros para que eu não me mexesse.

- Não se mexe Helenna – ele disse – Eu não sei a gravidade dos seus ferimentos. Eu tenho que te levar para um hospital.

Olhei-o alarmada.

- E dizer o que? Que eu fui atacada por uma voz? Thiago nós já tivemos essa conversa e hospitais ou policia está fora de cogitação.

- Helenna, você foi atacada pela segunda vez! Não da para ficar sem fazer nada.

- Não há o que fazer Thiago – disse – Eu estou sentenciada.

Sua expressão mudou de séria para confusa.

- Do que você está falando?

"Do que eu raios eu estava falando?"

- Eu... Eu não sei – admiti – Só... Só preciso descansar Thi. Por favor, me prometa que não vai me levar para um hospital ou chamar a policia. A última coisa que eu preciso é que fiquem achando que eu sou louca ou, até mesmo, que você me bateu.

- Ninguém pensaria isso...

- Claro que pensariam! Eu não sei quem me atacou Thiago. Não me lembro de nada. Eles vão achar que foi você. Só, me promete ok?

Ele suspirou.

- Ok, eu prometo – ele disse – Mas não vou sair do seu lado, ouviu?

Sorri.

- É só disso que preciso.

Suas covinhas apareceram assim que ele sorriu e se deitou ao meu lado.

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Acordei às seis da manhã no outro dia.

Thiago ainda estava deitado ao meu lado; ele estava de bruços com um braço jogado ao redor da minha cintura. Quando tive consciência daquilo, senti um calafrio correr por todo meu corpo, se intensificando nas partes em que ele me tocava.