Carlos ficou uma hora em uma loja tentando decidir se iria levar a camisa azul ou a preta. Já estava começando a me irritar.
- Leva as duas logo - disse.
- Mas eu... Não sei, você que eu não gosto de comprar coisa que eu não vou usar.
- Então não compra nada - disse - To indo te esperar lá fora.
Quando me virei esbarrei em uma parede de músculos. Dei dois passos para trás, para ver quem era o idiota.
- Tinha que ser - disse, ao ver Daniel.
- Oi - disse ele.
Revirei os olhos. Passei por ele e sai da loja. Vi que Daniel saiu atrás de mim.
- O que você quer? - perguntei.
- Quero fazer o trabalho - disse ele como de fosse obvio.
- E eu disse que estava ocupada - disse.
- No que você se tornou?
- No que você se tornou? Ah não - disse - Você sempre foi idiota.
Ele agarrou meu braço, me trazendo para perto dele.
- Você não me achava um idiota antes - disse ele, senti seu perfume, tive que me controlar para não suspirar.
- Pra você ver como eu era inocente - disse tentando me soltar, mas não consegui.
- Porque você se tornou isso?...
- Por sua culpa, você é o culpado. Eu só tinha dezesseis anos. Era insegura, nunca tinha feito aquilo.
- Você não entende...
- É você tem razão eu não entendo, porque você fez aquilo comigo, você me engano, me uso, me expos...
- Eu tenho meus motivos. - disse ele me soltando. - Mas olha agora, você se tornou o diferente, antes era feia por fora e bonita por dentro e agora ta bonita por fora e feia por dentro. Sabe...
Não deixei ele acabar de falar, peguei o copo de guaraná de uma menina que estava passando e joguei o liquido nele. A menina me encarou assustada, mas logo saiu correndo com a sua amiga.
- Eu não acredito que você fez isso - disse ele - De novo.
- Eu vou acabar com a sua vida.
Passei por ele, mas ele me puxou com tudo, colando nossos corpos. O encarei assustada, mas não o forcei a me soltar, não conseguia desviar o olhar do dele.
Ele foi chegando mais perto, ate colar nossos lábios. O beijo era calmo, como só Daniel sabia dar. Coloquei meus braços em torno do seu pescoço.
Daniel colocou uma das suas mãos em minha nuca, e a outra na minha cintura, me trazendo mais para ele.
Meu coração estava a mil, vários sentimentos se misturam, me deixando confusa. Daniel parou o beijo, puxando meu lábio inferior. Nos encaramos, com a mesma expressão no rosto, surpresa, espanto e... desejo.
Daniel acariciou minha bochecha fazendo-me fechar os olhos. Ele selou nossos lábios rapidamente, deixando um gostinho de quero mais.
Quando íamos nos beijar novamente, uma voz nos atrapalhou.
- Atrapalho?
Me separei de Daniel, dei alguns passos para trás meia tonta.
Joaquin nos encarava com a sobrancelha erguida. Meu olhar desviava de Daniel para Joaquin. Os dois se encaravam com raiva, pareciam que iriam trocar socos e chutes logo, logo.
- Meu Deus - disse Carlos saindo da loja - Ta acontecendo a terceira guerra mundial e eu não sabia.
- É melhor a gente ir Carlos - disse olhando para baixou- Já esta tarde.
- O trabalho - disse Daniel.
- Amanha - disse sem olhar para ele - Na sua casa.
Ele sorriu.
- Claro.
Peguei a mão de Carlos e o puxei para fora do shopping.
- O que aconteceu lá fora?
- Nada de mais - disse.
- Uhum, sei. E você ta assim por nada, finjo que acredito.
- Fica tranquilo, tenho certeza que amanha estará no blog. - disse, parei de andar, case derrubando Carlos. - Eu preciso descobrir que ta por trás desse blog.
- Isso vai ser difícil - disse ele - Já que a pessoa é anônima.
- A gente precisa ver que esta em todos os lugares - disse - Eu vou desmascarar a pessoa.
- Mas porque esse interesses agora, sendo que a algumas horas atrás estava agradecendo a existência dele?
- Vamos logo para casa - disse tentando mudar de assunto.
- Você quem manda - disse ele.
"Já fazia dois meses que eu e Daniel estávamos saindo e ficando. Ele era demais. Nem acredito que eu to com ele, isso é um sonho pra mim. Daniel me chamou para ir na casa dele estudar, disse que os pais foram viajar e que seria melhor para estudar. Saímos da escola e fomos direto para a casa dele.
- Quer comer algo? - perguntou.
- Não, obrigada - disse olhando a casa dele. E que casa hein, era um pouco maior que a minha e a decoração era bem moderna.
- Vamos para meu quarto - disse ele.
Subimos para o seu quarto, que para a minha surpresa era bem arrumado. Sentamos na cama e espalhamos os livros por ela.
Deveria ter se passado mais ou menos uma hora que estávamos estudando quando Daniel disse.
- Ai, não aguento mais. Ta me dando dor de cabeça.
- É melhor pararmos não acha? - sorri para ele.
- É.
Ficamos em um silencio constrangedor. Levantei e peguei meus materiais.
- Acho melhor eu ir - disse.
- Mas já?
Dei de ombros, ele tirou os livros da minha mão e colocou na mesa que havia. Ele me puxou para perto dele, colocando nossos lábios. O beijo começou calmo, mas logo foi ficando mais rápido com mais desejo. Quando percebi, nossas roupas já estavam jogadas no chão e nos dois se envolvendo na cama."
Voltei em mim. Me odiava cada fez mais quando me lembrava dessas coisa. Carlos estava encarando o TV desanimado. Ele pareceu perceber que eu o encarava.
- O que foi pequena? - disse vindo ate mim - Porque ta chorando?
Passei a mão limpando minhas lagrimas.
- Não é nada. É esse filme - menti.
- Ata, porque mesmo você choraria assistindo Piratas do Caribe?
- Porque o Jack é lindo - disse dando de ombros.
- Ok,se não quer fale - disse ele - Mas saiba que eu vou estar sempre aqui.
- Obrigada.
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Meu Querido Amigo (Revisão)
Roman pour AdolescentsEmma Berta sofre uma vergonha enorme aos dezesseis anos, isso fez com que ela mudasse de pais, se escondesse do mundo e das pessoas. Mas agora ela esta de volta, para se vingar da pessoa que fez isso, para se vingar de seu amigo. Mas será que essa c...