Capítulo 9

2K 144 17
                                    

Carlos ficou uma hora em uma loja tentando decidir se iria levar a camisa azul ou a preta. Já estava começando a me irritar.

- Leva as duas logo - disse.

- Mas eu... Não sei, você que eu não gosto de comprar coisa que eu não vou usar.

- Então não compra nada - disse - To indo te esperar lá fora.

Quando me virei esbarrei em uma parede de músculos. Dei dois passos para trás, para ver quem era o idiota.

- Tinha que ser - disse, ao ver Daniel.

- Oi - disse ele.

Revirei os olhos. Passei por ele e sai da loja. Vi que Daniel saiu atrás de mim.

- O que você quer? - perguntei.

- Quero fazer o trabalho - disse ele como de fosse obvio.

- E eu disse que estava ocupada - disse.

- No que você se tornou?

- No que você se tornou? Ah não - disse - Você sempre foi idiota.

Ele agarrou meu braço, me trazendo para perto dele.

- Você não me achava um idiota antes - disse ele, senti seu perfume, tive que me controlar para não suspirar.

- Pra você ver como eu era inocente - disse tentando me soltar, mas não consegui.

- Porque você se tornou isso?...

- Por sua culpa, você é o culpado. Eu só tinha dezesseis anos. Era insegura, nunca tinha feito aquilo.

- Você não entende...

- É você tem razão eu não entendo, porque você fez aquilo comigo, você me engano, me uso, me expos...

- Eu tenho meus motivos. - disse ele me soltando. - Mas olha agora, você se tornou o diferente, antes era feia por fora e bonita por dentro e agora ta bonita por fora e feia por dentro. Sabe...

Não deixei ele acabar de falar, peguei o copo de guaraná de uma menina que estava passando e joguei o liquido nele. A menina me encarou assustada, mas logo saiu correndo com a sua amiga.

- Eu não acredito que você fez isso - disse ele - De novo.

- Eu vou acabar com a sua vida.

Passei por ele, mas ele me puxou com tudo, colando nossos corpos. O encarei assustada, mas não o forcei a me soltar, não conseguia desviar o olhar do dele.

Ele foi chegando mais perto, ate colar nossos lábios. O beijo era calmo, como só Daniel sabia dar. Coloquei meus braços em torno do seu pescoço.

Daniel colocou uma das suas mãos em minha nuca, e a outra na minha cintura, me trazendo mais para ele.

Meu coração estava a mil, vários sentimentos se misturam, me deixando confusa. Daniel parou o beijo, puxando meu lábio inferior. Nos encaramos, com a mesma expressão no rosto, surpresa, espanto e... desejo.

Daniel acariciou minha bochecha fazendo-me fechar os olhos. Ele selou nossos lábios rapidamente, deixando um gostinho de quero mais.

Quando íamos nos beijar novamente, uma voz nos atrapalhou.

- Atrapalho?

Me separei de Daniel, dei alguns passos para trás meia tonta.

Joaquin nos encarava com a sobrancelha erguida. Meu olhar desviava de Daniel para Joaquin. Os dois se encaravam com raiva, pareciam que iriam trocar socos e chutes logo, logo.

- Meu Deus - disse Carlos saindo da loja - Ta acontecendo a terceira guerra mundial e eu não sabia.

- É melhor a gente ir Carlos - disse olhando para baixou- Já esta tarde.

- O trabalho - disse Daniel.

- Amanha - disse sem olhar para ele - Na sua casa.

Ele sorriu.

- Claro.

Peguei a mão de Carlos e o puxei para fora do shopping.

- O que aconteceu lá fora?

- Nada de mais - disse.

- Uhum, sei. E você ta assim por nada, finjo que acredito.

- Fica tranquilo, tenho certeza que amanha estará no blog. - disse, parei de andar, case derrubando Carlos. - Eu preciso descobrir que ta por trás desse blog.

- Isso vai ser difícil - disse ele - Já que a pessoa é anônima.

- A gente precisa ver que esta em todos os lugares - disse - Eu vou desmascarar a pessoa.

- Mas porque esse interesses agora, sendo que a algumas horas atrás estava agradecendo a existência dele?

- Vamos logo para casa - disse tentando mudar de assunto.

- Você quem manda - disse ele.

"Já fazia dois meses que eu e Daniel estávamos saindo e ficando. Ele era demais. Nem acredito que eu to com ele, isso é um sonho pra mim. Daniel me chamou para ir na casa dele estudar, disse que os pais foram viajar e que seria melhor para estudar. Saímos da escola e fomos direto para a casa dele.

- Quer comer algo? - perguntou.

- Não, obrigada - disse olhando a casa dele. E que casa hein, era um pouco maior que a minha e a decoração era bem moderna.

- Vamos para meu quarto - disse ele.

Subimos para o seu quarto, que para a minha surpresa era bem arrumado. Sentamos na cama e espalhamos os livros por ela.

Deveria ter se passado mais ou menos uma hora que estávamos estudando quando Daniel disse.

- Ai, não aguento mais. Ta me dando dor de cabeça.

- É melhor pararmos não acha? - sorri para ele.

- É.

Ficamos em um silencio constrangedor. Levantei e peguei meus materiais.

- Acho melhor eu ir - disse.

- Mas já?

Dei de ombros, ele tirou os livros da minha mão e colocou na mesa que havia. Ele me puxou para perto dele, colocando nossos lábios. O beijo começou calmo, mas logo foi ficando mais rápido com mais desejo. Quando percebi, nossas roupas já estavam jogadas no chão e nos dois se envolvendo na cama."

Voltei em mim. Me odiava cada fez mais quando me lembrava dessas coisa. Carlos estava encarando o TV desanimado. Ele pareceu perceber que eu o encarava.

- O que foi pequena? - disse vindo ate mim - Porque ta chorando?

Passei a mão limpando minhas lagrimas.

- Não é nada. É esse filme - menti.

- Ata, porque mesmo você choraria assistindo Piratas do Caribe?

- Porque o Jack é lindo - disse dando de ombros.

- Ok,se não quer fale - disse ele - Mas saiba que eu vou estar sempre aqui.

- Obrigada.

Meu Querido Amigo (Revisão) Onde histórias criam vida. Descubra agora