Os Personagens

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De todas as partes incríveis de escrever uma história, a minha grande favorita são os personagens! Eles são basicamente a base da história, por quem os leitores se apaixonam, aqueles que tem o poder de fazer quem está lendo se sentir na pele deles.

Isso é, se forem bem criados.

O que, na verdade, é bem mais fácil do que parece. Você só precisa entender algumas coisas.

Protagonista:

Primeiro, seu protagonista é a parte principal da sua história. O que acontecer nela, acontece com ele. Ou eles, dependendo do que você quer. Leve isso em conta. A ideia do seu livro estará constantemente presa ao personagem principal e muitas vezes você só consegue pensar no que quer que aconteça se já tiver o personagem.

Por isso que é tão importante definir a personalidade dele. Se o Harry Potter tivesse a personalidade do Draco Malfoy, nenhum dos livros teria acontecido daquele jeito. Fato. Porque as atitudes do seu personagem influenciam o caminho que a história vai levar.

Desenvolvimento:

A segunda coisa que você precisa entender é que o personagem tem que se desenvolver durante o livro. Você provavelmente vai contar algo grande que aconteceu com ele. Se ele acabar do mesmo jeito que começou, tudo pelo que ele tiver passado perde o propósito. Como, por exemplo, muitas pessoas que leram A Seleção [spoiler alert] queriam que a America terminasse com o Aspen. Mas se depois de passar por tudo que ela passou, depois de conhecer outro mundo e outras pessoas que ela nunca teria conhecido na vida anterior, ela continuasse com a mesma cabeça, toda a história dela seria completamente dispensável.

Realismo:

A última coisa (e a mais importante) que você precisa entender é que o seu protagonista é como uma pessoa de verdade. Sim, dá para colocarmos 'rótulos' em cada um dos nossos amigos. Aquela que sempre faz piada, aquela que ama moda e maquiagem, a moleca, essas coisas. Mas a que faz piada também tem um lado sério. A que ama moda e maquiagem às vezes gosta de ficar desleixada. A moleca também pode gostar de coisas femininas. Claro que existem várias características principais nos seus personagens, mas você precisa entender que eles não podem ser só aquilo. Eles são pessoas de verdade, um leque enorme de características diferentes e às vezes até um pouco contraditórias. Não é só porque seu personagem é apaixonado por rock que ele não pode gostar de nenhuma música que não seja nesse estilo. Pelo contrário, as exceções dos seus gostos e características o fazem ser mais real, mais palpável.

Dito isso, você precisa ser coerente sempre. Se você diz que um personagem é alguma coisa, precisa provar na maior parte do tempo. Exceções são essenciais, mas são exceções, não regras.

Quando vou criar um personagem, gosto de fazer mais ou menos uma ficha dele. Protagonista ou não, eu escrevo as principais características de cada um e suas exceções. Também aproveito para fazer a árvore genealógica deles, mesmo que não tenha plano algum de colocar seus pais na história (isso porque, caso acabe mencionando um deles durante o livro, terei certeza de que não estou colocando mais do que um nome para a mesma pessoa). Para o principal, a lista sempre acaba sendo maior. E, uma vez que eu tenho mais ou menos o tipo de pessoa que ele é e o que vai acontecer no final, eu volto acrescentando alguns defeitos para ele.

Por exemplo, a Elisa. Não vou falar como vai terminar a história, mas durante os três livros, eu quero que ela vire bastante generosa, madura e independente emocionalmente. Então, no começo, eu a fiz mimada, egoísta e até ciumenta. A ideia é ter os acontecimentos a mudando devagar, sutilmente, não de uma hora para a outra! Mas que seja como um caminho para ela virar quem ela tem que ser (segundo meus planos).

Dicas de Como Escrever uma História [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora