16.8.2015

76 4 0
                                    

Mais um dia de escola e volto a não encontrar ninguém em casa, resolvo ligar à minha mãe mas ela não atende. Ligo cerca de 7 vezes e nada, pensei que ela estivesse ocupada com alguma coisa e parei de ligar.

Às 21:00, eu estava na sala e sinto a porta a abrir, eram os meus Pais, olhei para cara deles e notei que alguma coisa havia se passado e logo pergunto:

- Papá e Mamã, onde estavam ?

- Fomos ao Cassenda, filho

- E essas caras ?

Eles ficaram calados e olharam-se um para outro, a minha mãe olha para mim e cai-lhe uma lágrima do olho e eu começava a ficar preocupado e perguntei novamente:

- E essa cara, Papá, o que se passa ?

Lá ele ganha coragem e diz:

- filho, perdemos a Tia

Naquele momento eu não conseguia acreditar que mais alguém na familia tinha morrido e aflito perguntei:

- quem papá ?

- Tia Suzana, filho.

(Em 3, 2, 1 ...)

Eu caio de imediato devido o impacto da noticia, naquele momento eu não sentia o meu coração, sim, é estranho, mas eu não sentia ele. Parecia que tinham tirado metade dele, estava muito agitado e na minha mente eu comecei a ouvir a voz da minha Tia chamado por mim e deitado, abro ligeiramente os meus olhos e começo a chorar, chorar, chorar, chorar, chorar e chorar, só me perguntava o porquê que aquilo tinha acontecido comigo.

Recebo uma chamada da Amália e logo atendo:

- Alô Amor, está tudo bem, senti um dor de cabeça do nada e algo bateu sobre mim e resolvi ligar para ti

- Nem por isso, amor, estamos mal

- Amor, o que se passa ?

- A Tia Suzana morreu de cancro

- Yuri, é mentira !

- Sério amor !

- Aiiii, meu amor. Venho ter contigo aí, vou pedir aos meus pais.

Assim que desliga ela logo pede e explica situação e os pais dela aceitaram e foram acompanha-la até à minha casa. Lá chegaram e a Amália deu-me um abraço e ela consolou-me até ao amanhecer.

No dia do enterro foi triste, eu não tinha força para andar, eu só queria a Tia Suzana, eu sou esse "rapaz fotógrafo" graças a ela, foi ela que incentivou-me a fotografar a sério e o meu primeiro estúdio foi gracas a ela e aos meus pais, a sério que estou sem chão.

Lá enterraram o corpo e fomos para nossas casas para tentar dar um novo rumo em nossas vidas.

O Rapaz FotógrafoOnde histórias criam vida. Descubra agora