Jasmine On
Não pude deixar de notar o olhar que uma moça de cabelo roxo me lançava, tenho que admitir que ela é realmente muito linda. Vejo um menino que aparentava ter 5 anos com uma rosa na mão, e ao se aproximar, puxa a barra do meu vestido.
-Moça do cabelo azul. - fala sorrindo.
-Oi meu anjo. - me baixo para ficar a sua altura.
-Você quer casar comigo? - seus olhinhos brilham.
-Quando você crescer, vai ser um belo príncipe e eu me casarei com você. - falo bagunçando seu cabelo. - agora vem aqui dá um abraço.
Ele me entrega a rosa e sai, vejo Lilly conversando com um casal e fico observando de longe, sinto uma mão tocar meu ombro e me viro para ver quem é. Congelo ao ver a moça do cabelo roxo com um largo sorriso e me perco na imensidão dos seus olhos.
- Jasmine. - ela fala.
A olho por uns segundos buscando as palavras, e minha mente estava uma bagunça.
- Oi. - falo sem jeito.
- Claramente você não lembra de mim, também fazem quantos anos mesmo que não nos falamos? 3? 4?
- Desculpe-me, realmente não lembro de você. - olho de relance para Lilly que ainda conversava.
- Imaginei. Não te culpo por isso, culpo o seu pai.
- Meu pai?- a olho seriamente.
- Trabalhei pro crápula do seu pai durante 2 anos, eu tinha 16 quando comecei a trabalhar pra ele e assim que fiz 18 vim pra cá. Eu nunca imaginaria que você sairia debaixo das asas dele, deve ter descoberto as coisas que ele escondia.
- Eu também não imaginei que sairia... - falo fitando o chão e me passa um filme do que vivi com a Lilly. - mas não sei do que está falando. -olho para ela.
- Como você é lerda, você já foi mais inteligente. - ela da uns 3 cascudos na minha cabeça como se batesse em uma porta. - Cadê os neurônios? Sou eu, a Pandora.
- Não acredito! Descupa não ter lembrado, mas esse cabelo ficou divino em ti. - falo a abraçando.
- Divino? Que diferente. Obrigada.
- Sim, roxo é uma das minhas cores favoritas. - falo pegando em seu cabelo e vejo a Lilly se aproximar com uma expressão indecifrável.
- A minha também, por isso agora ele está roxo. Eu estava pensando em pintar de verde.
- Posso ajudar? - Lilly fala com um sorriso irônico, fitando os olhos de Pandora. - Oi Jasmine. - ela fala meu nome em um tom mais acentuado.
- Amor, essa aqui é a Pandora, e Pandora essa aqui é a Lilly, minha namorada. - falo sem graça.
- Prazer. - Pandora fala sorrindo.
Lilly relaxa a expressão e olha para Pandora novamente, estendendo a mão para cumprimentá-la.
- Prazer, Pandora.Lilly On
Depois de conversar com um casal que queria saber a minha história com Jasmine, chego em sua direção e a vejo com uma menina, a olhando profundamente, o que me fez ferver de ciúmes. Ela parecia simpática, então a cumprimentei de forma mais agradável. Depois de nos apresentarmos, olho para Jasmine, ainda um pouco chateada.
- O que vamos fazer agora, Jas? - pergunto.
- O que você quer fazer? - ela fala buscando meu olhar.
- Sei lá. - falo deixando sem querer escapar o violão da minha mão, que imediatamente cai no chão. Quando fui reagir para pegá-lo, Pandora já estava com ele em mãos a fim de me entregar.
- Obrigada, moça. - falo.
- Nada.
- Vamos as 3 à uma cafeteria? - Jas sorri para mim.
Sorrio novamente, uma atitude tão forçada que me faz sorrir verdadeiramente depois, por tamanha idiotice.
- Ah, vamos. Mas preciso guardar o violão, amor. - falo. - vão indo que depois vou. - falo irônicamente, rezando para que Jasmine não aceitasse.
- Vamos, Pandora?- ela fala e isso me queima o ouvido.
- Tchau. - falo já com o violão nas costas dando o primeiro de muitos outros passos largos.
Quando chego na pousada, percebo que não havia lembrado de perguntar em qual café elas iriam, então pego o celular e disco o numero de Jasmine. Foram uns 3 toques até ela atender.
- Alô? - fala e posso ouvir vozes.
- Onde você tá, amor? - falo, com dúvida. - esqueci de perguntar onde vocês iriam.
- Estamos na Cafeteria da mãe de Pandora, Cafeteria Rocket amor, vem logo! - fala animada.
- Ahm. - falo com desânimo. - pode deixar.
Vou caminhando e procurando alguma cafeteria no centro da cidade, e sem encontrar, procuro no aplicativo prático de mapas, vendo o trajeto de onde estava até a cafeteria Rocket. Quando chego, bato na porta de madeira, que nada me remetia a um lugar público, parecia mais uma casa. Levanto a mão e bato 3 vezes, e imediatamente Pandora abre a porta.
- Olá. - ela diz sorrindo.
- Oi, a Jas tá aqui, né? - pergunto.
- Está sim, entra aí.
Dou um passo adentrando a cafeteria, que tinha um ar familiar, um clima aconchegante, que me fez sentir saudades da minha casa e minha família na época em que meu pai ainda era vivo. Tudo isso me deixa com reprises que por hora me deixavam triste, por minutos me deixavam feliz. Com todo esse turbilhão de sentimentos, caio em mais uma crise de ciúmes só de ver Jasmine sentada em um sofá no canto da cafeteria e lembrar que aquilo pertencia a mãe de Pandora.
Chego perto de Jasmine e bagunço seu cabelo.
-Oi Jas. - falo em um tom baixo, me sentando em uma cadeira em frente ao sofá.
- Oi amor, quer uma torrada? - fala Jas sorridente.
- Não, estou sem fome. - falo ao perceber Pandora se aproximando. - Mas e aí. Me contem histórias.
Jasmine me olha por alguns segundos, sua expressão era de dúvida, Pandora senta a sua frente.
- Conte-nos um pouco sobre ti. - fala Jas sorrindo pondo as mãos sobre a mesa.
- Bem, quando eu completei 18 soube que meu pai estava muito doente e como sou filha única vim ajudar minha mãe a cuidar dele e tomar conta da cafeteria. Infelizmente ele morreu uns dias depois de eu chegar aqui, desde então minha mãe está super cabisbaixa e a única coisa que ela sabe fazer é cuidar dessa cafeteria. Eu estou aprendendo o oficio com ela para poder assumir aqui algum dia.
Estava observando as expressões de Pandora falando e depois foco em Jasmine, e a vejo sorrindo olhando para Pandora. Poderia ser só alguma atitude simpática, mas confesso que nada agradável para mim.
- Que interessante. - falo.
- Pois é, ou triste se for ver pelo o meu ponto de vista. - Pandora sorri sem jeito.
- As coisas se ajeitam. - falo olhando para um quadro na parede. - as pessoas não voltam mas nos contentamos com as lembranças. - abaixo a cabeça. - faço o mesmo. - digo em um tom relevante.
- Mas ainda não entendi porque você saiu da empresa do meu pai. - fala Jasmine.
- Eu tenho que admitir que sinto falta do meu pai, mas seria mais fácil se eu não me sentisse culpada. Minha mãe joga na minha cara dizendo que eu causei a morte dele e nem sei como fiz isso. Eu apenas sai de casa muito cedo, fui morar com uma tia e quando vi meu pai estava morrendo. - Pandora conta. - E sai da empresa do seu pai por conta disso, precisava ficar perto da família.
- Não me convenceu,mas já está tarde e eu e Lilly deixamos nosso filho em casa - fala Jas olhando para o celular.
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keep Running (Romance lesbico)
RandomUma continuação de Run. Amor, amores. "Podemos sempre enfrentar dificuldades, mas nunca nenhuma vai nos decretar um fim, pois somos eternas!". Você acredita que duas pessoas podem ser felizes, depois de algumas dificuldades? Acha que seria tão difíc...