O tipo de coisa que definitivamente não deveria acontecer

215 21 3
                                    



Após um quociente de tempo, que eu não pude definir, finalmente reabri os olhos.

A luz acima de mim me cegou por alguns segundos, fazendo meu rosto desviar para o lado.

O movimento fez minha cabeça doer terrivelmente, como se estivesse grampeada da nuca para baixo.

Pisquei, confusa, tentando levantar o corpo. Mas a dor voltou, me fazendo cair de volta na cama em que estava deitada.

Não foi difícil reconhecer onde eu estava quando observei as coisas ao meu redor.

Um quarto de hospital.

Foi neste momento que me lembrei do que havia acontecido.

O pit bull. Teddy.

Arfei, esquecendo-me do corpo dolorido e voltando a levantar, desesperada.

Onde estava meu cachorrinho? Como ele estava? O que havia acontecido com ele??

Baixei o olhar, identificando uma série de escoriações e marcas de mordida em meus braços, dois deles com alguns pontos.

Estremeci, ofegante, quando a porta se abriu e uma enfermeira jovem entrou, se aproximando de mim com um sorriso tenso.

- Ah, você acordou, senhorita - ela chegou mais perto - sou a enfermeira Dadva... como se sente?

- O q-que... - gaguejei, choramingando - o que houve? Onde está meu cão? O que fizeram com Teddy?

- Se acalme, senhorita... Granger - ela pediu, analisando a placa em minha maca - você sofreu vários ferimentos decorrentes de um ataque de um cão pit bull - ela não disfarçou um arquejo de espanto - foi sorte ter sobrevivido. Precisa descansar.

- Mas Teddy... - insisti, sentindo minha garganta apertar. Por que ela não falava dele?

Senti meus olhos ficarem úmidos, e solucei, aflita.

A enfermeira suspirou.

- Seu cachorro também foi socorrido, senhorita Granger. Está internado no centro veterinário á alguns quarteirões daqui.

- Ele está bem? Está ferido?

Dadva parecia quase sem graça de me explicar o que acontecera com Teddy, pois permaneceu quieta, até a porta voltar a se abrir, dando passagem para duas pessoas, que eu finalmente reconheci.

- Papai! Mamãe!

Meus pais correram até o leito, juntando-nos num abraço coletivo.

- Hermione... - mamãe começou a chorar, alarmada com meus ferimentos - o que você fez, filha... foi uma loucura...

Papai também soluçava, afagando meus cabelos.

- Não... estou bem - ergui a cabeça. Estava sentindo dor ainda, mas minha preocupação era maior do que qualquer incomodo - mãe, pai... o que houve com Teddy? Por que ninguém me diz o que aconteceu?

Meus pais se entreolharam, e meu estômago afundou.

- Quando ela vai receber alta? - papai perguntou á Dadva.

- Assim que terminar de ser medicada com mais analgésicos. O doutor a liberou para receber alta depois disso - ela mordeu o lábio, parecendo reprovar a decisão do médico - mas ainda precisa de muito repouso.

- Ela terá - meu pai a cortou, impaciente - queremos o endereço para onde levaram o cachorro dela, se não for pedir demais.

A enfermeira assentiu, meio hesitante, e saiu do quarto.

Paws - Um Amor de CãoOnde histórias criam vida. Descubra agora