Finaly Alive

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Talvez eu fosse a pessoa mais retardada desse mundo ou talvez a mais masoquista. Desde que vi Luke vomitando há quatro semanas eu não tinha o visto, simplesmente porque eu não queria estragar a vida dele. Eu não podia fazer isso, ele não merecia toda a bagagem que eu trazia comigo desde que nasci e nem as inseguranças q eu carregava comigo.

Eu tive que me afastar. Eu não podia deixar que ele ficasse grudado em mim e não ter uma vida cheia de felicidade e coisas boas. Ele merecia mais do que eu. E eu não tinha coragem o suficiente para esquecer sua idade e largar tudo que eu havia cultivado em minha mente, mas eu sabia que nunca mais eu iria ser feliz do jeito que eu era com ele. Eu sabia e tinha certeza de que ele era o amor da minha vida e que eu estava deixando escapar minha melhor chance de ser feliz, mas eu não podia fazer isso com ele.

Meus pensamentos de autodestruição foram cortados quando meu telefone tocou de repente. Eu já sabia quem era só de olhar as horas. Calum, desde meu término com Luke, me ligava todo dia na mesma hora só para checar se eu estava bem e tentar me convencer a ir falar com o meu loirinho.

– Oi? – atendi sem animo algum.

– Mikey, como está?

– Péssimo...

– Certo, hoje vamos sair.

– O que? Não!

– Sim, hoje é aniversario do Luke e o Ash vai levar ele a um barzinho.

– Isso não me fez nada bem, babaca.

– Nós vamos no mesmo barzinho.

– Não!

– Deixa de ser retardado! É a sua chance de voltar com o cara sem se preocupar a porra da idade dele, o que eu acho uma babacaquice já que você ama ele, mas é você então nem me surpreendo mais com isso. Na boa? Já passou da hora de você tirar essa sua bunda gorda do seu sofá e correr atrás da sua felicidade e da dele também!

– Calum...

– Nem vem, passo aí às oito, porque eu tenho trabalho e você também.

Calum era um idiota. Comecei a ter uma pequena crise de pânico ao pensar que depois de tanto tempo eu iria ver Luke, eu iria ver aqueles cabelos loiros e seus olhos azuis e sua boca vermelha e seu corpo e eu iria ouvir sua voz.

Meu dia passou comigo me lembrando de Luke, das coisas que fazíamos juntos e tudo o mais que o envolvia. Meu chefe sempre parava para me perguntar se eu estava bem e o carinha não tinha uma cara muito boa para mim, mas eu não prestei atenção em nenhum dos dois. Só saí do mundo da lua quando Calum me buscou em casa e eu finalmente entrei no barzinho.

De primeira não vi Luke, mas quando finalmente meus olhos fixaram-se no garoto eu não conseguia respirar, não conseguia me mover. Eu não conseguia fazer nada, por isso tomei uma dose de Whisky seguida de mais duas, ganhando meus movimentos de volta, mas minha mente estava em outro lugar.

Eu só pensava em Luke, não que fosse uma novidade, mas dessa vez eu tinha a bebida me dando coragem, então comecei a andar em sua direção, mas esbarrei em um cara que me agarrou pela cintura e começou a dança comigo. Eu não tinha força o suficiente para tirar o cara de cima de mim, o que não significa que eu não tentei. Acho que ele se cansou de me ouvir o mandar me soltar, então ele me beijou. Não tive muito tempo para sentir nojo, porque do nada o cara saiu, mais rápido do que chegou.

– Onde tá a chave do carro? – oh meu Deus, aquela voz. Aquela voz perto do meu ouvido mandou arrepios por todo meu corpo e eu só queria beijá-lo ali mesmo, mas eu estava muito bêbado para qualquer coisa.

– Lukeyyyyyyyyy!

– Michael, cadê a chave?

– Por que você tá tão sério? – eu sou um idiota. Luke procurou a chave do carro e a achou em meu bolço de trás. Apenas suas mãos em meu corpo já haviam me feito ficar sóbrio, mas eu não podia demonstrar isso, era minha chance de voltarmos. – Não seria melhor esperar até chegarmos em minha casa? – Luke revirou os olhos e me colocou no banco do carona do carro. Chegamos em minha casa em poucos minutos e ele me colocou em meu sofá e começou a ir embora, mas eu segurei seu braço. Eu não iria deixa-lo ir, eu não iria conseguir deixa-lo ir, eu o amava demais para isso. Sussurrei um "não vai" baixinho, perdendo a coragem, mas logo a recuperei.

– O que?

– Não vai embora.

– Michael...

– Luke, você não sabe o quanto eu te quero. Eu não aguento mais.

– Michael, eu não posso.

– Por quê? – mais uma vez eu estava com os olhos cheios de lágrimas. Ele não me queria mais?

– Porque eu já fiz você me odiar uma vez. Eu não quero que me odeie mais.

– Eu nunca te odiei. – seu silencio me matava então o puxei para que ele ficasse da mesma altura que eu, fechei os meus olhos e deixei meus desejos tomarem conta de mim. Rocei meus lábios nos dele sentindo um pouco de ar entrar eu meus pulmões. – Por favor. – disse e repeti aquilo como um mantra até que ele me beijou de verdade e eu finalmente voltei a viver.


Eghteen, POV MichaelOnde histórias criam vida. Descubra agora