3.Primeiro encontro

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"Paletó, calça jeans, camisa pólo... Ahhh o que eu fazendo?! Tá, vai essa jeans escura mesmo e a camisa pólo, sapatênis, malbec vermelho.. Pronto! Affff to suando... Cara, relaxa, é só uma garota!"

Munhoz, Rebeca Munhoz... Fui buscar lá em sua casa, um residêncial mediano, simples devo adimitir, mas muito bem organizado, casinhas coloridas todas iguais, não tinha muros dividindo e sim cercas vivas e bem aparadas de um metro de altura igualmente em todas as divisórias, de lote em lote, gramados perfeitos, em alguns, roseiras e em outros, vasos de cimento com coqueiros. A casa de Rebeca tinha uma luminária na frente, daquelas antigas que lembram Páris na década de 20, ela apesar de simples, tem muito bom gosto, a casa tem uma aparência Vintage pois é a única com varanda na frente feita artesanalmente de madeira, toda pintada de branco, e um balanço de dois lugares, também de madeira na cor branca, pendurado por correntes que desciam do teto, a cor da casa era azul céu! Eu me vi naquela varanda esperando por ela e automaticamente fui transportado pra um livro daqueles antigos, que contam romances de época, minha mente alçou vôo...

_Senhor Cunha?! Felipe??? Ouvi sua voz e meu corpo retrocedeu... Parecia que eu havia caído de um plano alternativo...

_ Rebeca?! Linda... Meus olhos focaram e a palavra simplesmente saltou da minha boca. Seus cabelos estavam soltos, abaixo dá cintura, vestido azul, contornava seu corpo, mas eu só conseguia olhar em seus olhos.

_ Táa... Conseguiu me deixar sem jeito. Vamos?

Vinte minutos dentro do carro com ela e o seu perfume tava me deixando louco, eu precisava me apressar. Chegamos a um restaurante novo na cidade, simples mais aconchegante, ela pediu uma água e eu pedi um vinho Rosé, servi uma taça e ela bebericou, parecia apreensiva e eu só queria deixa lá a vontade.

_ Qual sua idade Rebeca? Me olhou desconfiada. "Preciso ganhar sua confiança".

_ Vinte e dois anos, no domingo. " que bom, mais uma chance."

_ Olha, isso sim é uma boa notícia, já tenho um motivo pra ti levar em um passeio domingueiro!

_ Senhor Cunha...

_ Felipe, por favor...

_ Ok! Felipe, está me paquerando?! Quer dizer, eu devo lhe avisar que aceitei esse jantar somente para acordarmos a repeito do tombamento histórico de uma propriedade que o Senhor pretende destruir... Veja bem, eu lhe garanto que vou em frente com o processo, eu gostaria mesmo de me entender com o Senhor pacificamente, mas eu repito que se for necessário eu irei em frente com o processo contra a sua empresa...

_ Quanto à propriedade Maquenze, tudo que era pra ser resolvido já está providenciado, amanhã mesmo a minha secretária Inês está autorizada a lhe enviar toda a documentação necessária para o tombamento da mesma...

_ Mas Fe... O quê? Como?! Eu não estou entendendo..

_ Agora que esclarecido essa questão, podemos voltar pró nosso encontro? O que gostaria de pedir? A massa daqui é um fenômeno! Ela me olhava de um jeito estranho, surpresa e ao mesmo tempo admirada, mas eu podia jurar que no fundo ela estava furiosa.

Dei um sinal e o garçon se aproximou perguntando sobre os pedidos, antes mesmo que eu pudesse escolher ela se antecipou e tomou a frente... Hunn furiosa!

_ Eu quero uma salada de frango, com folhas verdes e queijo branco.

_ Pra mim a Massa da casa. Obrigado. Ele se retirou mas pude ver o sorriso que lançou na direção dela.

_ Então Felipe, se está tudo resolvido o porquê desse circo é?

_ Rebeca, podemos ter uma refeição tranqüila ou você sempre foi assim tão direta?

_ Si não gosta do meu jeito...

_ Nunca disse isso, mas eu gostaria de conhecer um pouco mais além dessa pose firme e determinada.

_ OK! Se quer jogar então que os jogos comecem. Mas pra cada pergunta também quero ter direito a uma resposta sua, se você responder eu respondo... Se não...

_ Se não?

_ A noite acaba e o jogo também.

_ OK! "Roubei sua frase e ela me fuzilou" _ pode começar se preferir...

_ Quantas mulheres já trouxe aqui? Ah, só um aviso, sei quando estão mentindo pra mim. "Ela piscou e por um minuto esqueci sua pergunta".

_Três... " mas nenhuma delas me fizeram me sentir assim."

E assim a noite correu... Falamos de tudo, preferências, escolhas, da família, das paixões, e meu Deus, como tínhamos em comum apesar de sermos tão diferente, ela me encantava mais a cada segundo, e no final da noite estávamos em perfeita sintonia, tudo que eu mais queria era levar ela comigo pra casa, e continuar conversando com ela, sua risada gostosa, e sua voz doce... Que mulher!!!

A noite adentro uma chuva fina, e então chegou o momento, ela me pediu que a levasse pra casa...
Quando chegamos em frente a sua varanda ela me entregou o casaco que eu tinha no carro, que emprestei a ela pra que não pegasse um resfriado. Pude sentir seu aroma e como eu quis abraça lá, tudo que eu queria era sua boca na minha...

_Felipe, obrigada, foi uma noite muito agradável... Eu realmente gostei muito de ter me convidado. "Posso jurar que ela também senti essa ânsia por mim."

Eu me aproximei dela e foi automático, minhas mãos tocaram sua cintura e eu pude sentir seu corpo tremer, seus olhos encontraram se com os meus e foi como se meu mundo estivesse perfeito agora que eu a tinha ali, a puxei para os meus braços e a antecipação aqueceu meu corpo, quando sua boca já estava quase tocando a minha, ela tocou meus lábios com seus dedos...

_ Não posso.. _uma lágrima no canto de seus olhos me congelou, me senti perdido, e então ela correu pra dentro e eu fiquei ali, vendo ela se afastar, correndo de mim... "Seu idiota"

Minha vida e ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora