Capítulo 16

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POV Lauren

Camila logo teve forças para se sentar na cama, em seguida, para ficar em pé e depois dar alguns passos vacilantes pelo quarto e de volta para a cama. Entretanto, mesmo com a minha ajuda e dos enfermeiros, ela não foi capaz de levantar seus pés do chão. Seu pé direito se arrastava, e seu pulso estava contorcido. Mas poder se mover era um sinal de que ela provavelmente recuperaria logo seu equilíbrio e coordenação motora para que pudesse voltar a andar sozinha no futuro. Ela sabia andar, mas ainda não estava forte o bastante para fazer aquilo.

Enquanto Camila dava seus primeiros passos com bastante dificuldade, eu a estimulava a continuar. Quando eu falava, ela olhava para mim.

- Eu te amo, Camila – falei enquanto olhava em seus olhos.

- Eu amo você também – ela disse várias vezes, mas sem qualquer expressão fácil. Eu esperava poder ver ou ouvir a minha velha Camila, mas ela ainda não estava lá.

Não demorou até que ela estivesse em condições de comer pudim e outros alimentos moles. Como ela não tinha condições de se alimentar sozinha naquele ponto, eu a alimentava enquanto ela estava sentada na cama. Às vezes ela olhava para mim ou para a comida, mas, na maior parte do tempo, ela simplesmente olhava para a parede em frente.

Eu já havia tido alta, mas preferi ficar o tempo todo no hospital ao lado da minha esposa. Meus pais insistiam para que eu fosse para um hotel próximo ao hospital, para que descanse e no dia seguinte voltasse para cuidar de Camila. No começo eu insistia em ficar, até que não pude mais ficar e obrigada fui um hotel pequeno próximo dali.

- Lolo, força amiga. Você sabe que pode contar com a gente, e que estaremos aqui para tudo – Lucy me dava força enquanto eu estava em prantos pensando em quando terei Camila novamente comigo.

- Você sabe que tudo isso vai passar, e logo a Camila estará ao seu lado – Vero enxugou minhas lágrimas.

- Eu sei, mas é difícil. Tem dias que acordo com tanta esperança, e os médicos me frustram. Eu só quero minha esposa de volta – falei contendo o choro – porque isso foi acontecer?

- Não faça perguntas, só Deus sabe o que se passa em nossa vida e o porquê. E se isso aconteceu amiga, era o destino de vocês – Lucy afirmou.

Uma semana se passou e Camila foi levada para Miami, onde estaria em uma clinica especializada no caso dela. Foi até melhor para mim, assim poderia ter contato com alguns médicos mais eficientes de Miami, e poderia recuperar Camila o mais rápido possível.

Algum tempo depois que Camila estava na clinica, eu e uma enfermeira a levamos para dar seu primeiro passeio em outra parte do hospital.

- Isso assusta você, não é? – eu disse.

- Sim – Camila respondeu, com a voz ainda um pouco rouca após passar tanto tempo com um tubo de oxigênio enfiado em sua garganta.

Voltamos para o quarto e Camila fez suas refeições por ali mesmo. Aos poucos Camila foi se acostumando com o ambiente e passou a fazer as refeições no refeitório do hospital. Enquanto passávamos aquele tempo juntas, ela começou a conversar mais, e parecia estar mais próxima a mim durante nossas conversas.

Camila agora teria uma agenda cheia de tarefas. Ela agora teria as sessões de terapia. Como Camila ainda estava dormindo mais de 20 horas por dia e não conseguia acompanhar uma conversa por mais de um minuto ou dois, eu não tinha certeza do que iria ocorrer em seu primeiro dia de terapia.

Ela foi novamente internada, e na segunda-feira cheguei cedo ao quarto de Camila porque queria prepara-la. Minha intenção era acorda-la gentilmente e, depois, ajuda-la a se preparar para as atividades do dia. Tentei conversar com ela e acariciar seu rosto, mas não obtive resposta. A seguir, coloquei a mão em seu ombro e a agitei. Mesmo assim, não houve qualquer reação, por menor que fosse.

All Over Again (Camren) Onde histórias criam vida. Descubra agora