Capítulo 15

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POV Lauren

Enquanto meu pai estava procurando por uma maneira de me levar para Albuquerque, os pais de Camila provavelmente estavam chegando em casa, onde não encontrariam ninguém esperando. Estava esperando que meu pai me telefonasse para explicar o plano, mas foi Sinuhe quem me ligou. Como Camila estava a caminho de Albuquerque, eu não sabia informar a Sinuhe como ela estava, pois eu mesma não sabia.

- Estou sentindo muita dor, e não consigo viver sem ela – eu chorava.

- Ligarei para o hospital e verificarei o estado de Camila, e logo eu e Alejandro pegaremos o primeiro voo para Albuquerque pela manhã – ela falava tentando conter o choro.

Talvez tenham se passado dois minutos depois que conversei com Sinuhe, ou talvez duas horas. Meu telefone tocou de novo. Eu atendi e ouvi a voz do meu pai.

- Filha, como você está?

- Quero ver Camila. É assim que estou. Não consigo respirar direito e minhas costas estão me matando. Tenho que vê-la, pai.

As lágrimas estavam se acumulando no fundo dos meus olhos, mas eu tinha que mantê-las sobre controle para prosseguir com a conversa. Esperava com todas as minhas forças que meu pai pudesse meu levar a Albuquerque para ver minha esposa.

Ele podia.

- Escute minha filha – ele disse, em uma voz firme e controlada, que me deu força e conforto. – vou deixar sua mãe no hospital em Albuquerque. Depois irei até Grants para pegar você no posto de gasolina que fica logo na entrada da cidade, vou leva-la para ver Camila.

- O problema, pai, é que acho que não vou conseguir sair daqui a menos que você venha e assine alguns documentos para que eu tenha alta. Eles me internaram no setor de emergência, e ainda não fizeram muito em relação aos meus ferimentos porque estavam ocupados demais com Camila. Estou num estado horrível, pai.

- Vou mandar George para tirar você daí.

Quando ouvi aquilo, sabia que eu estava em boas mãos. George Abedi era um dos melhores amigos do meu pai, e já havia sido chefe dos bombeiros em Gallup.

Compreensivelmente, os membros da equipe médica não concordaram com a minha decisão de sair. Uma enfermeira tentou argumentar comigo.

- Ainda não pudemos examiná-la em busca de lesões internas. Não é aconselhável sair agora.

- Tudo que eu quero é estar junto da minha esposa.

- Quando você chegar a Albuquerque, pode ser impossível reparar os danos causados ao seu nariz e a sua orelha. E não sabemos nem mesmo que tipo de sangramento interno você pode ter neste momento. – ela fez uma pausa e me deu um olhar muito sério – se você sair do hospital agora, você pode morrer.

- Eu não me importo. Se Camila morrer, então não tenho qualquer razão para viver.

O hospital só pode me deixar sair se um parente vier me buscar. George e eu não nos parecemos o bastante para passar por parentes. Não sei o que ele disse a equipe do hospital, mas funcionou.

George enrolou um cobertor ao meu redor e me colocou no banco traseiro do seu carro antes de sair pela estrada em direção a Grants. Experimentei várias posições no banco traseiro, tentando encontrar uma que me permitisse respirar com menos dor. Aquele momento ali deitada me fez recordar todo o acidente e o estado que se encontrava Camila. A cada vez que eu inspirava, parecia que meu peito estava pegando fogo. Algum tempo depois, finalmente vi o imenso letreiro do posto de gasolina em Grants, e estacionamos para que pudéssemos encontrar meu pai. George desceu do carro, e vi que me pai veio até ele.

All Over Again (Camren) Onde histórias criam vida. Descubra agora