Part IV - Final

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Ele tinha imaginado qualquer coisa. Quando Ron Weasley o chamou na lareira e alertou que Rose não estava bem, Scorpius sentiu o seu sangue gelar. Não pelas ameaças de seu sogro, mas pela perspectiva de que algo pudesse ter acontecido à Rose.

Assim que a imagem do sogro saiu da lareira, Scorpius vestiu um casaco qualquer e pulou dentro de sua própria lareira, sem se importar em dar satisfações a Albus, que o encarava com um sorriso divertido no rosto. Nada mais importava, ele apenas precisava vê-la e ter certeza de que ela estava bem.

Assim que apareceu na lareira da casa dos sogros, Scorpius disparou escada acima dando de cara com Ron Weasley que descia as escadas com um sorriso discreto no rosto. Porém, encarar Scorpius foi o suficiente para o sorriso do Weasley se desmanchar e se transformar em uma carranca bizarra. Tentando segurar o riso e o comentário irônico, Scorpius só deu ao trabalho de perguntar onde Rose estava.

– Ela está deitada no antigo quarto dela, acho que sabe onde é. – Ron comentou com amargura, enquanto terminava de descer as escadas.

– Obrigada Sr. Weasley. – Ele murmurou.

Scorpius não esperou mais nenhum segundo, apenas disparou escada acima. Ele estava aterrorizado com a possibilidade de encontrar a esposa realmente mal. Andou pelo corredor ouvindo seus passos ecoando suavemente e, segundos depois, encarou a porta de alvenaria branca entreaberta no final do corredor.

Respirou fundo, criando coragem para encará-la pela primeira vez depois da discussão ridícula que tiveram mais cedo. Ele estava se sentindo terrivelmente culpado, e ele não se perdoaria se ela tivesse sofrido qualquer tipo de acidente por estar nervosa.

Estava quase batendo na porta quando um soluço alto de Rose o interrompeu. Aproximou-se lentamente do vão entre a porta e o batente e observou a sua esposa envolvida pelo abraço da mãe visivelmente chorando. Sentiu o coração apertar quando a viu daquele jeito. Ele ouviu Hermione perguntar qualquer coisa em voz baixa para a filha e, em seguida, observou Rose desprender um suspiro. Estava quase entrando no quarto quando as palavras seguintes de Rose o paralisaram:

– Eu estou grávida de seis semanas, estou com o resultado dos exames há mais ou menos dez dias.

Acabou não prestando atenção no restante, a informação o atingiu em cheio, o fazendo se sentir um estúpido por dois motivos: primeiro por ter discutido com ela e segundo, por não ter percebido aquilo antes. Os sinais estiveram na frente dele o tempo todo, mas ele não foi capaz de notar. Todos os aqueles enjôos esquisitos e os gritos que ela distribuía gratuitamente a qualquer um que se opusesse as suas vontades eram os indícios de que ela não estava ficando louca. Ela estava grávida.

Céus! Ele pensou consigo mesmo. Se Rose estava grávida, significava que ele seria pai, e aquilo era maravilhoso. Mas não conseguia entender o porquê de ela não ter contado a ele. Então, ele voltou a prestar atenção na conversa:

– E se Scorpius achar que eu estou gorda demais e me deixar para fugir com a secretária anoréxica dele?

O que? Ele pensou consigo mesmo. O que Rose está pensando? Ele se perguntava, totalmente cético com o que ouvia.

– E se ele achar que somos muito novos para sermos pais? E se ele não quiser ser pai?

Ele paralisou. Porque ele não gostaria de ser pai? O que a fez pensar em um absurdo desses? As perguntas brincavam com ele, o fazendo se sentir levemente tonto. Scorpius sabia que era errado ouvir atrás da porta, e que ele deveria invadir o local naquele momento e explicar a Rose que ele nunca a abandonaria. E que ele sempre quis ser pai, que nunca a trocaria por nada e nem ninguém.

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⏰ Última atualização: Oct 27, 2015 ⏰

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