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Acordo com a comissária de bordo anunciando que vamos pousar em alguns minutos e pede que todos retornem os assentos para vertical, sorrio em agradecimento e estalo o pescoço. Incrivelmente, eu consegui dormir durante todo o percurso e isso me relaxou, me deixando com mais energia para começar essa nova fase. Bom, hoje é sexta, mesmo sendo noite, nada como uma sexta para dar um bom astral.

Depois do pouso e toda aquela burocracia de aeroporto finalmente pego minha mala, dou uma passadinha rápida no banheiro para ver se eu estou apresentável e pego um táxi.

Sinto o ar gelado de Londres bater no meu rosto através de uma fresta na janela e respiro fundo.

Alguns minutos depois chego ao campus e um sorriso involuntário nasce no meu rosto enquanto eu o observo. Pego as minhas malas e tento me achar entre aqueles prédios até que vejo um grande com uma faixa escrito 'bem-vindos, calouros' escrito, me encaminho até lá e encontro uma senhora atrás de um balcão, assim que me vê ela dá uma sorriso simpático e faz sinal para que eu me aproxime.

"Boa noite, querida! Qual é o seu nome?" Ela pergunta com um sotaque carregado e eu sorrio agradecida por achar alguém para me ajudar.

"Boa noite! Sou Charlotte Spencer." Eu digo e minha voz sai com uma empolgação que a faz dar uma risadinha.

O lugar está meio vazio, acho que sou uma das últimas a chegar. Quem chega à noite? Charlie Spencer, quem mais? Suspiro com o pensamento e espero enquanto a simpática senhora procura por algo em um computador.

"Aqui está... Iniciante em literatura inglesa, certo?" Eu apenas assinto e ela sorri. "Bom, aqui estão os seus horários, um mapa do campus e as chaves do seu quarto. Fica no prédio três ao norte. Boa sorte e bem-vinda a UCL!" Ela me entrega tudo e volta a sentar em sua cadeira.

"Obrigada!" Agradeço e ando na direção que ela apontou antes, tentando me guiar pelo mapa.

Quando chego a área dos alojamentos a movimentação está bem maior, alguns alunos circulam e conversam animadamente.

Finalmente avisto o prédio que será minha casa a partir de hoje e fico impressionada com a sensação de dever cumprido que toma conta de mim. Passo pelo hall de entrada e vou andando com as malas, me decepcionando um pouco ao perceber que terei que subir três lances de escada com elas, mas não tem muito jeito então abaixo o cabo da mala e começo a subir, agradecendo mentalmente pela escolha das sapatilhas.

Chego ao meu andar ofegante devido ao peso das malas, mas graças às minhas corridas diárias consigo subir sem ter uma parada cardíaca. Ando pelo corredor procurando pelo número e quase grito de felicidade quando o encontro.

Destranco a porta rapidamente, doida para me livrar do peso das malas. Minha colega de quarto não está, mas posso perceber que ela deve ser uma veterana, pois seu lado está completamente decorado e há alguns livros e papéis que só poderiam ser de alguém que estava estudando ou então ela é um ser humano muito anormal.

Por um lado é bom ela não estar, assim posso desfazer as malas e arrumar tudo sem me sentir obrigada a começar uma conversa com alguém, não que eu não queira, estou cheia de energia, mas eu me distraio facilmente e não terminaria tão cedo.

Começo a desfazer as malas calmamente arrumando as roupas nas gavetas e no meu espaço nos cabides, ponho os poucos livros que eu trouxe na escrivaninha que está vazia e vou organizando tudo aos poucos.

Quando finalmente acabo me jogo na cama e fico longos minutos olhando para o teto até tomar coragem de me levantar para tomar um banho e ir dormir. A viagem foi longa e eu não tenho muita opção além de ir para cama. Pego a minha toalha, o roupão e saio do quarto a procura do banheiro. Assim que fiquei sabendo que o banheiro seria compartilhado, achei melhor comprar um roupão para não precisar levar um monte de roupas para lá, ele é preto e quentinho, então tudo certo.

Entre Desejo e Vaidade || H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora