34 - Pode me odiar.

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POV HARRY

Sinto algo úmido nas minhas mãos e acordo num salto olhando para os lados atordoado a procura de Charlie, mas assim que caio em mim vejo que ela está ao meu lado e que está com um pano na mão e alguns curativos, não tenho ideia de onde ela achou essas coisas, porque não me lembro de tê-las em casa.

"Desculpe, não queria te assustar." Ela diz baixinho com um sorriso envergonhado no rosto. Ela parece bem melhor hoje, ainda bem, não estava aguentando vê-la frágil daquele jeito.

"Não me assustei." Digo no impulso, mas depois rio quando ela me olha totalmente descrente. "Ok, talvez um pouco, mas não se preocupe." Completo e ela ri ainda mais.

"Tudo bem, machão." Ela responde sarcástica e eu sorrio ao ver que ela voltou ao seu normal, pelo menos, dentro do possível.

"Engraçadinha. Você está bem? E o que está fazendo? Onde conseguiu essas coisas?" Pergunto tentando entender todas essas coisas aqui na cama, mas ela se limita a rir da minha cara.

"Calma, acabou de acordar, respira." Ela diz bem devagar e eu reviro os olhos, mas rio um pouco. "Ok, primeiro, sim, estou bem melhor. Obrigado de novo, por tudo que fez por mim..."

"Não foi nada." Respondo rapidamente e ela dá de ombros, sorrindo.

"De qualquer jeito, obrigado. Continuando, estou cuidando de você, suas mãos estão inchadas e com cortes..." Abro a boca para dizer que ela não precisa fazer isso, sei muito bem me cuidar sozinho, até porque não é a primeira vez e provavelmente não será a última vez que tenho esse tipo de ferimento. Só que ela me interrompe antes mesmo que eu pense em dizer algo. "Nem tente, vou cuidar disso, sim senhor. E sobre as coisas, quando percebi que você não tem nada além de comprimido para dor de cabeça nesse apartamento eu desci e fui até a farmácia aqui perto." Ela termina e eu continuo olhando para ela, tentando entender porque ela se preocupou a ponto de sair daqui usando a minha roupa e ir até uma farmácia.

"Obrigado." Digo meio hesitante e ela sorri, sentando ao meu lado na cama.

Sento também e encosto na cabeceira, ela puxa a minha mão e começa a passar o pano lentamente nos nós dos meus dedos, limpando com toda a concentração do mundo, parece até que essa é a coisa mais importante que ela já fez na vida. Quando termina de limpar a minha mão direita ela passa para esquerda e repete o mesmo processo calmamente, enquanto eu continuo a observando, tentando entender porque está se dando ao trabalho, ela não tem obrigação, está fazendo só... porque quer fazer.

Depois que termina de limpar as minhas duas mãos, ela pega um remédio e coloca um pouco em uma gaze, aplicando delicadamente. Continuo observando-a, ela deveria estar devastada, chorando, mas não, ela está aqui com um sorrisinho no rosto e uma ruguinha de concentração adorável entre as sobrancelhas enquanto cuida dos MEUS ferimentos, por que? Por que ela está cuidando de mim?

Por fim ela coloca tudo que usou dentro de uma sacola plástica e dá um nozinho pondo-a no meu criado mudo e se vira para mim.

"Prontinho." Ela diz segurando as minhas mãos e fazendo um carinho de leve, com um sorriso satisfeito no rosto. "É... hã... Agora, tome isto e alterne entre as suas mãos, vai fazer o inchaço diminuir." Ela diz depois de um tempo, me passando um saco com gelo, parecendo envergonhada e solta a minha mão, na mesma hora sinto falta do contato, mas não falo nada.

Ela levanta e pega a sacola para jogar no lixo, assim que volta vai até a geladeira e procura alguma coisa, mas vejo que dá uma risadinha.

"O que foi?" Pergunto a ela, mas ela apenas meneia a cabeça e continua rindo.

Entre Desejo e Vaidade || H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora