Fake Girlfriend (M.C)

Capítulo 01

     Meu celular tocou a uma hora atrás, mas eu apenas ignorei e continuei na cama, tentando pegar no sono de novo. Mas acabo despertando novamente com batidas na porta do meu quarto e a voz familiar do meu pai mandando eu acordar.

- Claire levante-se - Disse ele pela terceira vez. - E abra a porta por favor.

Continuei deitada e com preguiça de levantar

- Está aberta pai, entre. - Falei com os olhos fechados e me ajeitando mais na cama confortável que eu estava deitada. Ouvi os passos do meu pai vindo em direção a cama e para em certo ponto.

- Precisamos conversar. - Essa frase me fez abrir os olhos rapidamente e me sentar. Pensei em tudo que eu poderia ter feito de errado.

- Olha eu  não fiz nada. - Respondi logo em minha defesa.

- Ninguém está lhe acusando de nada, calma - Disse ele rindo um pouco da minha reação, relaxei um pouco.

- É algo muito sério? Porque o senhor poderia ter feito isso com apenas uma ligação, ou por mensagem. 

- O que tenho pra falar não poderia ter sido por telefone, até porque acho que desligaria na minha cara. E mesmo assim você não atendeu minhas ligações. - Falou enquanto puxava a cadeira da minha escrivaninha para perto da cama.

- Eu não ouvi o celular tocar. - Menti com um sorriso sínico no rosto. - Ok, então o que o senhor quer? - Perguntei querendo saber logo o que tínhamos do que tratar. 

- Bem, você sabe com o que trabalho certo?! Ou melhor, com quem trabalho. - Assenti em positividade. - Enfim, os meninos estão passando por uma fase ótima, estão realmente recebendo o reconhecimento que merecem, as pessoas amam a 5 Seconds Of Summer. E por conta disso, eles tem que passar uma imagem boa pros fãs e pra mídia. Não que eles sejam garotos ruins, claro que não, mas nesse mundo que entraram agora, toda celebridade precisa de alguém para cuidar dessa imagem deles. E eu e mais várias pessoas somos encarregados disso. - Ele fez uma pausa e logo continuou. - Alguns dias atrás em dos meninos apareceu nos jornais e o que falavam dele não era lá coisas muito boas. E isso pegou mal pra ele. E querendo ou não ele é uma pessoa que pode influenciar vários jovens por aí, e o que ele fez não foi uma coisa bem vista. - Eu continuava olhando para o meu pai e apenas assentindo com a cabeça. 

- Mas o que esse garoto fez de tão grave assim? - Perguntei com um pouco de curiosidade na voz.

- Ele tratou mal alguns paparazzis que estavam enchendo o saco dele. E não uma, mas duas vezes isso já aconteceu. A primeira ele tinha bebido um pouco e xingou alguns deles. Mas dessa vez ele estava bem sóbrio e quase agrediu um dos caras, quase, não chegou a agredir ninguém como saiu em alguns jornais. - Falou meu pai com uma expressão séria. - A mídia sempre aumenta as coisas, as vezes eles não buscam saber o que realmente aconteceu. 

Tive que concordou com o que ele estava falando. 

- Ok, mas o que eu tenho haver com tudo isso? - Perguntei

- Ah, então, não terminei ainda querida. - Disse abrindo um sorriso e mostrando seus dentes. - Por conta de tudo que vem acontecendo com Michael a mídia vem focando muito nele, qualquer coisa pequena que ele faça se torna enorme. Mas nem tudo, só o que eles querem publicar e que acham que vai vender. - Eu ainda não sabia o porque dele estar falando tudo isso. - Por exemplo: se for algum tipo de confusão ou qualquer coisa que ele fale de algum outro artista, eles vão aumentar e por várias histórias por cima, vão dar muito valor. Mas se fosse alguma obra de caridade, eles não iam dar muito valor, não iam ligar muito. A mídia vem transformando as pessoas boazinhas em vilões desde sempre. - Disse pegando o celular do bolso pra checar algumas mensagem ou e-mail que tinham mandado pra ele. - Continuando. Eu e o pessoal nos reunimos pra discutir a respeito do caso de Michael e ver o que podemos fazer para "limpar ele". - Falou as últimas palavras fazendo aspas com os dedos. - E pensamos que seria uma ótima hora para um relacionamento sério com alguma garota surgisse agora. Acho que uma namorada seria meio que a salvação dele no momento. Se mostrássemos um Michael apaixonado o foco agora seria nele e na garota e não nas merdas que ele faz. Então chegamos a conclusão que arranjaríamos um namoro fake pra ele. E pensei em várias possíveis garotas que poderiam servir para isso e... - Ele suspirou fundo antes de continuar. - Acho que você seria ideal pra isso. 

Quando meu pai falou isso eu congelei. Fiquei alguns segundos encarando ele, sem expressão. Até começar a dar risada.

- É algum tipo de brincadeira ou o que? - Falei ainda rindo. 

- Claro que não, falo sério.

Parei de rir e então encarei ele com uma expressão séria no rosto.

- O senhor só pode estar brincando comigo. E uma brincadeira de mal gosto ainda por cima. 

Ele ficou em silêncio e depois começou a falar. 

- Eu não ia brincar com uma coisa dessa, estou falando muito sério. Claire você é ideal pra isso. 

- Ah ta até parece. - Falei meio que gritando. - Claro que não vou fazer parte de uma palhaçada dessa. Se quiser contrate uma atriz, ou falem com qualquer modelo que queira um pouco mais de fama. - Falei já meio irritada. 

- Pensamos em todas as garotas possíveis como já disse. E nada melhor do que uma garota normal como você. - Disse  ele com tranquilidade na voz.

- Pois vá atrás de outra garota normal. - Murmurei 

- Nenhuma é melhor que você minha querida. Não era você que queria um emprego? - Perguntou - Essa é a oportunidade perfeita.

- Eu nunca disse que estava atrás de um. E se tivesse que arranjar, que fosse uma coisa decente. 

- Claire Hall você está com quase vinte anos e não faz absolutamente nada da vida. Não trabalha, não estuda e ainda não sabe o que quer fazer pelo resto da vida. - Ele falou muito sério, com um tom de voz baixo mas alto o suficiente para ouvir. - Você só come, dorme, saí com suas amigas e gasta do meu dinheiro. E eu venho levando tudo isso numa boa desde que terminou seu ensino médio e me prometeu pensar no que iria fazer da vida. Acho que esta mais do que na hora de fazer alguma coisa por mim. 

Eu já me encontrava assustada com a seriedade e sinceridade dele.

- Mas o que o senhor está me pedindo já é demais. Não tem cabimento algum disso acontecer. - Já estava pensando em começar uma crise de choro pra fazer ele desistir dessa história mas lembrei que ele tinha acabado de falar que eu tinha quase vinte anos. Acho que não iria funcionar.

- Isso custa o meu emprego. Por favor pense a respeito. - Pediu ele.

- Mas o que eu vou ganhar com isso? Nada. Só um monte de gente me odiando por estar "namorando" esse garoto mimado. - Imaginei várias garotas fãs da banda ao redor de uma fogueira, na qual me jogaria dentro, argh. Me arrepiei só de imaginar a cena horrível. 

- Você não iria fazer de graça, iriam lhe pagar pra estar fazendo isso, claro. - Disse ele já calmo. 

- Não sei, eu realmente não fazer parte disso. 

- Eu posso dar pra você o que quiser, se pensar e aceitar a proposta. - Acho que meus olhos brilharam quando o ouvi dizer isto. - Hmm... Então acho que eu iria querer um carro, um apartamento também quem sabe, e talvez uma casa de praia. - Eu com certeza ia me aproveitar da situação, mas só iria ganhar alguma coisa se aceitasse a proposta de ser namorada fake .

- Vá com calma, uma coisa de cada vez. Talvez eu possa lhe dar sim, mas primeiro você teria que aceitar o pedido que fiz. - Ele falou enquanto se levantava da cadeira e logo foi seguindo em direção a porta do quarto. Parou, e antes de sair do quarto fez o último pedido. - Por favor, pense a respeito disso. 

Saiu e fechou a porta, me deixando sozinha no meu quarto, apenas com meus pensamentos.