Rave - Part 1

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À reunião com Cristian Cross não poderia ter sido melhor, assinei contrato com a marca e o cachê é mais do que eu imaginava. Semana que vem já faço algumas fotos.

Durante a reunião toda a unica coisa que se passava em minha cabeça era como Sara foi sincera e aberta comigo, mal nos conhecíamos e tivemos um papo bem legal, se eu nao tivesse conversado com ela eu estaria totalmente impaciente e estressada.

Sai do escritório e estava a espera do elevador, quando vi Sara entrar e sair rapidamente do escritório do pai, que era aonde eu estava antes, ela me viu e veio correndo em minha direção.

- posso pegar o elevador com você? - pediu sorrindo.

- claro - sorri também.

O elevador chegou e adentramos o mesmo. Um silêncio absoluto se estabeleceu.

Estavamos uma do lado da outra, eu olhando fixamente para frente e ela virava para onde eu estava, me olhando.

- Kylie, esta melhor? - perguntou quebrando o silêncio.

- estou, obrigado pela força - agradeci.

- não gostei de te ver chorando, você é tão linda para sofrer - abaixei a cabeça e sorri.

- coisas ruins acontecem a qualquer um.

- eu acredito nisso, e acredito também que alguma recompensa venha depois - trocamos sorrisos e olhares.

- obrigada.

- não há de que, mas você também tem que pensar que algumas pessoas sofrem mais que você e por coisas piores. - ela me ajuda com palavras bonitas e depois vem querendo dizer que meu momento ruim é inválido, whats?

- pra mim, o meu problema é ruim, é péssimo pra mim pq eu estou sentindo, entendeu?

- desculpe, eu só quis dizer pra você pensar positivo, poderia ser pior.

- isso é negatividade da sua parte.

- vou te contar sobre o meu problema, eu estou indo a uma rave agora, para me drogar - abri a boca - eu não sou viciada, sei me controlar, mas eu vou a esses tipos de lugares para me distrair, eu não tenho ninguém comigo, meus pais simplesmente me tratam como uma qualquer e eu não tenho alguém que realmente me ame,  sou só eu e minhas distrações. - o problema dela é pior que o meu por causa das drogas, mas foi por escolha dela.

- eu não posso te dizer que meu problema é pior, pq nao é, mas pq você se meteu com drogas?

- eu ja disse que é pra esquecer.

- entao você vive uma vida de gandaia e acha ruim?

- totalmente sozinha. - eu nao me imagino assim, deve ser muito ruim - meus pais gostam tanto de mim que quando vou pegar grana com eles, eles nem falam nada, não perguntam se eu estou bem nem nada, só  jogam o envelope. E eu te disse isso pra você perceber que não é só você que sofre.

- para de tentar diminuir meus problemas, sou eu que estou vivendo isso, pode parecer besteira pra você mas pra mim não é.

A porta do elevador se abriu para o estacionamento e eu sai andando rápido.

A pessoa te ajuda e te atrapalha, eu não consigo compreender.

- Kylie! Espera - me fez para de andar me pegando pela mão - desculpa? Eu falo coisas sem pensar. Pq você nao vem comigo? Vamos espairecer. - propôs com um mega sorriso nos lábios.

- ta louca, quer me drogar? Se alguém me ver la e tirar fotos de mim vai ser o maior falatório.

- foda-se! Você tem que se libertar um pouco disso tudo! - uma parte da minha mente dizia "nao, se você for as Kardashian te matam" e a outra "vai logo!" - você não vai ter essa oportunidade de novo.

- eu não posso ir... - respondi receosa.

- você pode sim! Você nao precisa se drogar, você só precisa curtir a vibe do lugar e dançar.

- ta bom! - eu vou me arrepender disso depois, tenho certeza.

Fui em direção ao carro e falei ao meu motorista que nao iria com ele, ele questionou com quem  e pra onde eu iria, nem respondi.

Voltei para o lugar aonde estava com Sara e ela nao estava la.(?) Só o que me faltava essa maluca me deixar aqui.

Vejo uma moto com seu barulho ensurdecedor vindo em minha direção, nao sabia se corria ou se eu fica ali e sei la o que aconteceria. Parou ao meu lado.

- ta com medo ? -  perguntou a voz, que logo tirou o capacete.

Me deu um alivio enorme ao ver que era Sara.

- meu Deus, que susto. Serio, nunca mais faça isso com ninguém. - coloquei minhas mãos no peito. Ela ria sem parar.

- vamos logo, sobe ai.

Subi na moto, coloquei o capacete, agarrei em sua cintura e ela logo saiu com a moto, ela conseguiu sair sem ser notada pelos paparazzi, eu acho.

Ela corria muito e eu apertava tanto ela que as vezes ela reclamava. Fazer o que, tenho medo.

Comecei a perceber que o caminho que seguíamos começará a ficar mais feio e estranho, pra onde essa louca esta me levando?

Best Mistake (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora