Estou andando sem destino, tantos rostos estranhos, nenhum conhecido, só eu e Deus mais ninguém, queria poder parar alguém conhecido e contar sobre minha vida dizer como está minha família, meus pais, meus irmãos, mas eu não sei se tenho pais vivos muito menos se tenho irmãos.
Já sofri bastante pela falta de uma família de sangue, mas eu aprendi muita coisa, e dentre elas, que para ter uma família não é preciso que ela seja de sangue, família é sinônimo de amor, afeto, de carinho, de cuidado, de se preocupar e cuidar do próximo esteja ele precisando de você ou não.
Portanto eu tenho uma família e agora terei duas. Amélia e Carol são uma família para mim, hoje nessa faculdade eu sei que formarei grandes amigos, seremos irmãos, companheiros e eu sei que cuidaremos um do outro.
-Mel? - chamo a moça que era secretária e acabou de passar por mim.
-Alice?- ela diz.
-Sim! Será que você pode me ajudar a achar o refeitório? - pergunto.
-Claro! É no 1° andar você vai virar a esquerda e vai ver o refeitorio- ela diz.
-Obrigada!- digo.
Tem o elevador mas prefiro ir pelas escadas, nunca fui uma pessoa muito atlética mas eu quero conhecer mais o lugar, e o elevador é um cubo você não percebe nada além de vidros e metal.
Sinto cheiro de comida e meu estômago parace que vai me engolir se eu não lanchar agora.
A fila do refeitório é para matar a gente de fome! Por que as pessoas sempre decidem ter fome na mesma hora que eu?
Bem a gente não manda na fome infelismente, não é atoa que sinto fome de 5 em 5 minutos, eu só não engordo de ruim( como diz Carol).
Depois de 20 minutos na fila, finalmente consigo pegar um hambúrguer gigante, não sei nem como vou morder nessa coisa!
Agora parte dois: um lugar para sentar, ah ótimo uma mesa... estava vazia, um casal acabou de sentar.
-Gatinha? -não sei por que mais eu viro para a pessoa.
-Senta aqui com a gente! - um rapaz... Eu conheço ele... O gato que a Carol ta afim.
Não aceita... Alice! Sua amiga ta afim dele não... Quer saber ela não tem nada com ele e eu preciso conseguir amigos.
-A gatinha tem nome!- digo sentando do lado do rapaz.
Tem umas seis pessoas na mesa que são para quatro.
-Bem me chamo Rodrigo! Esse é Gabriel- um loiro falsificado mas muito bonito por sinal- essa é Manu- uma morena bonita, espera, ela tem olhos claros? Sim! Que incrível!- Esse é Roger- sinceramente ele é o mais gato da mesa- essa é Amanda- ela tem um cabelo punk, roxo é raspado em uma lateral- esse é Mateus- um punk também cheio de tatoos e piercings- e por último claro meu parsa! Lucas ta chegando aí!- não pode ser!.
- Alice!- digo.
-Lucas essa é Alice!- Rodrigo diz.
-Já conheço!- Lucas responde.
-Já marcou território Lucas?- o Roger pergunta e todos soltam um "Hum" e óbvio fico vermelha!
-Claro! Que não... Eu a ajudei hoje.- ele responde.
Quando Rodrigo olha para meu prato arregala os olhos.
-Malha gatinha?- ele pergunta.
- Não!- respondo sorrindo.
- Como consegue comer isso tudo manter essa belezura em ordem?- ele diz me olhando de cima em baixo.
-Truques... E para de me chamar de gatinha! Como eu mesma disse tenho nome. - digo.
- Calma... Tudo bem Alice?- ele diz passando o braço em volta do meu ombro.
Começo a lanchar e todos eles são muito divertidos, ri muito no tempo que estou comendo.
- Posso saber oque você está fazendo abraçada com... Alice? Sabia! não fui com sua cara desde o início!- Mel chega atrás de Rodrigo que se assusta com ela.
-Larga do meu pé garota! Só ficamos uma vez ! Não estou amarrado em você!- ele diz.
-E essazinha aí é mais uma pra sua lista?- ela diz apontando o dedo na minha cara.
-Escuta aqui eu não estou na lista de ninguém! E mais uma coisa se você acha que pode apontar o dedo na minha cara você está muito enganada!- digo levantando a cadeira e abaixando a mão dela com força.
-Escuta aqui... Se você não sabe é nova aqui! E se eu fosse você abaixava a bola garota!- ela diz apontando o dedo na minha cara de novo.
- Sabe eu não vou te enfrentar por que eu não tenho motivos para isso mas só vou te avisar uma coisa, não se mete na minha vida!- digo sentando.
- Deu pra você Mel?- Rodrigo diz e ela sai machando.
-Uou! Gatinha brava em!- Roger diz.
- só não permito que apontem o dedo na minha cara!- digo.
- São 18:43! Gente preciso ir!- digo.
-Quer que te acompanhe?- Rodrigo oferece e quando olho para a cara de Lucas ele está sério.
-Não precisa! Obrigada gente!- digo e todos respondem em coro "Falô".
- Eu te acompanho assim mesmo!- Rodrigo diz e sai comigo.
-Persistente você!- digo.
- Bravinha você!- ele responde.
-Garota louca! -digo.
-Louca? Aquilo ali acha que sou patrimônio dela!- Ele reponde com uma cara indignado e eu começo a rir.
Ficamos em silêncio até que ele decide falar algo.
- Vamos dar uma volta?- ele diz.
-Está bem! Onde?- pergunto.
- Não sei vamos andar atoa!- ele diz.
-Estou começando a acreditar na louca!- digo.
-Como assim?- ele pergunta apertando o cenho.
- Que sou mais uma na sua lista!- digo.
- Você até que é bem ousada!- ele diz.
-Mas me responde. Eu sou?- digo.
- Bem... Você dá pro gasto!- ele responde mordendo o lábio inferior meio que sorrindo e olhando para cima.
-C-como? Seu safado!- digo dando um empurrãozinho nele que só encolhe.
- Tô brincando você é gata! Não só está na lista mas o atendimento para você será de luxo!- ele diz sorrindo maliciosamente.
- E quem disse que eu quero o seu atendimento?- respondo séria.
- nossa depois de uma dessa vou até embora- ele diz virando para trás e começando a andar.
-Rodrigo! Volta aqui!- digo sorrindo.
-Só depois de um beijo!- ele diz parando e olhando para mim com um sorriso malicioso.
-Então pode ir embora!- digo continuando a andar.
-Poxa gatinha! - ele diz correndo até mim. E eu o olho de cara feia.
Paramos de andar e ele chega mais próximo e como é mais alto que eu tenho que olhar para cima. Que olhos são esses?
-Sério mesmo Rodrigo! Afasta!- digo colocando as mãos no seu abdómen empurrando ele.( meu deus que isso?) foco Alice... Foco!
-Não vou te forçar a nada! não se preocupe- ele diz colocando um fio de cabelo atrás da minha orelha.
-Melhor assim se você quiser ser meu amigo!- digo e ele me olha sério mechendo no meu cabelo.
-Só amigo?- ele pergunta.
-Só amigos Rodrigo! - digo.
-Bem... Pretendo ser mais que isso um dia!- ele diz.
-Rodriiigo...- digo abaixando a cabeça.
- Aposto para você! Que um dia conseguirei conquistar esse seu coraçãozinho endurecido!- ele diz.
E eu só sorrio.
-Vamos? Me mostre algum lugar não conheço quase nada aqui!- digo.
- Vamos!- ele diz me puxando pelo braço.
- Onde?- pergunto.
- Você vai ver!- ele diz.
-Detesto surpresas!- digo.
- Curiosa!- ele diz sorrindo.
Sério mesmo! Ele é muito lindo! Aqueles cabelos claros, olhos verdes, músculos, o seu jeito, seu estilo!
- pronto!- ele diz.
-Que árvore linda!- digo.
-Minha predileta aqui! Toda vez que me sinto mal é pra debaixo dela que vou!- ele diz me puxando pra nos sentarmos lá.
- céu estrelado!- digo.
- minhas noites prediletas é quando o céu está assim.- ele diz abraçando a pernas meio relaxado.
- Sério? Por que as minhas também são!- digo.
- Eu falo que pessoas são estrelas você nunca sabe exatamente que tem dentro delas.- ele diz.
- me fale um pouco sobre você!- ele diz.
-Eu sou muito complicada!- digo abaixando a cabeça- meu mundo é muito estranho.
- Tudo bem não precisa falar nada se não quiser.- ele diz.
- Não é nada disso! Eu sou órfã... Eis aí!- quando falo ele olha para mim depressa.
-Desculpa!- ele diz.
-Não é culpa sua, você não sabia! Quando era menor isso doía mais!- digo- me promete uma coisa?- pergunto e ele olha para mim no mesmo instante que olho para ele é incrível como a cor dos seus olhos ficam tão intensos a noite... Foco ALICE!
-Claro!- ele diz.
-Não tenha pena de mim! Detesto que sintam dó, eu me sinto fraca e acho que é a única coisa que não sou!- digo.
-Prometo! Se não se importa posso te perguntar algo?- ele diz.
-Pode.- respondo.
-Você nunca quis saber? Nunca procurou em sites, escolas sei lá mais a onde... Lugares que podem ter pistas de seus pais ?- ele pergunta.
-Eu nunca tive incentivo... Não vou negar, tenho curiosidade sim, mas minha vida está ótima do jeito que está.
-Se um dia quiser ajuda pode contar comigo!- ele diz fazendo um gesto de obediência que soldados usam tipo "sim senhor!" E eu começo a rir.
-Você é bobo!- digo- no sentido engraçado.
Ficamos em um silêncio tão grande, observando as estrelas.
Olho no relógio e são 20:34.
-Preciso ir!- digo.
-Mais já? - ele pergunta segurando meu braço.
-Sim preciso muito arrumar minhas coisas está tudo uma bagunça lá no quarto!- digo.
-Então eu te acompanho!- ele diz.
Vamos o caminho todo em silêncio.
- Chegamos!- ele diz.
-Obrigada!- e quando vou entrando ele me puxa pelo braço e abraça seguindo com um beijo na bochecha.
-Cheiro bom!- ele diz.
-Digo o mesmo de você!- falo Saindo de seu abraço e entrando no quarto.
-Por acaso aquele gato ali fora é o mesmo do dia da entrevista? - carol diz aparecendo atrás de mim fazendo eu levar um susto.
-Ai Carol que susto!- digo.
- Não me respondeu!- ela diz.
- E se for?- digo.
-Poxa Alice!- ela diz - pensei que você se importava comigo!
-Ai Caroline! Você e o cara mal se conhecem e você nessa possessão toda! E mais somos só amigos!- digo.
-Depois dele quase ter te roubado um beijo vou muito acreditar que são só amigos! - ela diz.
- Escuta aqui não rolou nada está bem? E se você quiser te apresento ele amanhã!- digo passando por ela e abrindo uma mala em cima da cama.
- Sério?- ela pergunta toda eufórica.
-Claro! Só toma cui...- ela pula em mim me abraçando.
- te amo amiga! - ela diz.
-Já percebi!- digo.
-Já arrumei minhas coisas você demorou!- ela diz.
-por que não arrumou as minhas?- digo com uma das mãos na cintura.
-lembra da última vez que fiz isso? Quando chegamos daquela viajem escolar? Você tirou tudo e arrumou de novo! Você e seu problema de arrumar tudo do seu jeito!- ela diz.
-isso você tem razão! Mas... Olha isso Carol ! Você não arrumou! pelo contrário só jogou as coisas aqui!- digo abrindo a porta do lado dela e uma toalha cai na minha cabeça.
-Viu o por que que não arrumo suas coisas?- ela diz.
+ + +
São 02:57 da manhã e Carol adormeceu, a república está em silêncio, e agora que terminei de organizar tudo, vou tomar um banho relaxante.
Pego meu pijama, uma toalha que está na cômoda.
Encho a banheira e tiro a roupa pronta para entrar quando alguém bate na porta.
Enrolo na toalha e vou abrir.
-Lucas?- digo surpresa pela hora e por seu semblante.
-Desculpa te acordar!- ele diz com olhos cheios de lágrimas.
-Não estava dormindo... O que aconteceu? entre só vou vestir uma roupa.- digo e ele entra sentando na minha cama.
Entro no banheiro visto um vestido meu que pendurei hoje antes de ir comer.
Quando abro a porta vejo Lucas sentado na cama com os cotovelos nos joelhos e a cabeça nas mãos, chorando desesperadamente.
(Foto de Rodrigo na multimídia)
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Entre Amores
Teen FictionAlice até onde sabe é órfã de pai e mãe, desde criança foi criada em um orfanato. Quando completou seus 18 anos, começou a fazer provas para faculdades de música, já que agora se tornou independente e terá que sair do orfanato e seguir sua vida. Apó...