Depois de tudo que escutei sobre oque Rodrigo disse... Eu fiquei pasma, e aquela frase do enfermeiro não saia da minha cabeça.
"sim.Que tem devia te proteger "
Como assim me proteger? De quem?
Estou tão voada que acabei fixando o olhar no enfermeiro.Mas é como se eu não exergasse.
-Está tudo bem? - ele pergunta e só assim me desvio dos meus pensamentos
- Sim.Por que?-pergunto segurando a mão de Rodrigo que está fria.
- Pois a senhora ficou muda... E olhando apenas em uma direção.- ele diz e eu apenas olho para Rodrigo.
- Sei que não é da minha conta senhora... Mas posso te perguntar uma coisa?- ele diz e eu afirmo com a cabeça.
- só que me chame de você ou pelo nome... Me chamo Alice.-digo por que essa coisa de "Senhora" não pega bem pra mim.
- Ok... Você gosta dele?- ele diz apontando para Rodrigo.
E eu fico muda, apenas lembrando que nesse pouco tempo, vivemos.
Nossos beijos é como se eu sentisse cada um deles, nossa árvore, nossa vida em menos de uma semana um pequeno filme se passa em minha cabeça.
- Alice!- o enfermeiro diz... E ai eu percebo que estou chorando.
- me desculpe, não queria fazer você chorar, mas é a 4° vez que te chamo.- ele diz.
-Está tudo bem- digo limpando as lágrimas do meu rosto- eu precisava pensar nisso, obrigada por me fazer essa pergunta.
Estou em um momento difícil, eu gosto muito de Rodrigo, principalmente, por ter sido meu amigo em todos os momentos, portanto ver ele apanhar e está "desmaiado" de dor, é de me correr por dentro, qualquer decisão agora será precipitada, além do mais tenho minha amiga, irmã e companheira de infância, que é completamente "apaixonada" por Rodrigo.
Por mais que a minha vontade seja de pelo menos quebrar o nariz de Lucas agora eu estou de cabeça quente, não posso tomar nenhuma decisão, além do mais eu acredito que eu não fui a única razão de terem brigado, talvez eu nem esteja no meio dessa briga. Mas eu ainda continuo acreditando que Lucas seja meu amigo e de Rodrigo também na hora da raiva nós perdemos a cabeça e agora posso admitir na tristeza nós levamos tantos "baques" e recaídas que talvez seja até pior raciocinar quando se está triste do que na hora da raiva.
-Chegamos no hospital, vamos levá-lo para emergência e você vá a secretaria e faça sua ficha para ser acompanhante dele. - o enfermeiro diz puxando a maca com uma outra enfermeira e eu descendo da ambulância.
Quando eles estão entrando no hospital, eu lembro de pelo menos peeguntar seu nome e o grito correndo atrás dele.
-Como você se chama?- pergunto chegando mais próximo.
-Thomas.- ele diz.
-Obrigado Thomas.- digo e ele so confirma com a cabeça entrando correndo pela porta de emergência.
Eu respiro fundo e vou até a secretaria fazer o meu cadastro.
+ + +
São 4 hrs da manhã, e eu estou sentada com os cotovelos nos joelhos e a cabeça nas mãos, em uma das cadeiras de espera no corredor em frente a porta do bloco cirurgico onde Rodrigo está a mais ou menos 2 horas.
Uma enfermeira passa olhando sua prancheta e eu descido para-la.
- Ei! Enfermeira!- digo e ela volta uns passos até mim.
-Sim, em que posso ajudá-la? - ela pergunta.
-Bem um rapaz está ali naquela sala- digo apontando pra sala da frente- será que você pode me informar quando posso vê-lo e o que está acontecendo.
-Seu nome?- ela pergunta.
-Alice- digo.
-E o dele?- ela pergunta olhando na prancheta.
- Rodrigo.- respondo.
-Seu namorado está em uma cirurgia... Não posso entrar lá.- ela diz- o jeito vai ser você esperar até o médico responsável sair e te der alguma notícia.
"Seu namorado"
Acho que corrigi-la será perda de tempo.
-Obrigada!- digo sentando na cadeira... Sentando não... Caindo.
Acabo adormecendo ali mesmo.
+ + +
-Senhorita Alice!- acordo sendo balançada.
- Você pode entrar no quarto para ver Rodrigo.- o médico diz, e eu levanto.- ele já saiu do bloco cirurgico e está no quarto de número 56.
Vou em direção ao quarto.
54,55...56.
Aperto a maçaneta devagar e empurro a porta.
Rodrigo está acordado, tomando um suco.
-Bom dia.- digo.
-Bom dia! Aceita? - ele pergunta oferecendo o suco.
-Não. Obrigado.- digo.
E o silêncio começa a reinar.
- Como você está? - pergunto chegando mais perto de sua cama.
-Bem. Só doi um pouco onde eles costuraram.- ele diz.
-Por que você e Lucas brigaram?- pergunto.
E ele fica pensativo, evitando olhar para mim.
-Rodrigo! Por que?- digo olhando para seu rosto que está sério.
- Alice- ele diz isso olhando nos meus olhos.
E agora quem evita eles sou eu.
- Eu sei de coisas que não posso te contar.- ele diz levantando meu rosto fazendo-me olhar para ele.
-Rodrigo...- digo virando o rosto e arredando um pouco para trás.
- Por que você tem que me proteger?- pergunto.
- Como assim?- ele pergunta e eu olho fixamente para ele.
-Quem te disse isso?- ele pergunta.
-O enfermeiro.
-Enfermeiro?
-Sim. Ele me falou isso assim que entrei na ambulância. E segundo ele você quem disse.
+ + +
Rodrigo:
Eu tenho que protegê-la, mas Lucas me ameaçou dizendo que se eu contasse algo do que ouvi quando ele conversava no telefone, Alice pagaria por isso.
Eu me enganei com meu melhor amigo.
Lucas estava na varanda quando entrei no quarto vi e ouvi tudo.Quase tudo.
Tinha um papel em cima da cama escrito o nome de Alice, idade e tudo aquilo que é importante que uma pessoa saiba. Inclusive onde ela nasceu, algo que até a mesma não está informada.
"Alice Fonseca Reis"
Eu tenho o mesmo sobrenome que ela.
"Rodrigo Santos Reis"
Uma coincidência enorme.
Paro de ler oque está no papel e decido prestar atenção no que Lucas está dizendo.
Alice tem pais vivos, e ela é monitorada por eles desde criança. Não entendo, o por que optaram viver longe dela mas vigiando-a. Todas as pessoas que entraram na vida dela, foram compradas por seus pais, desde a entrada dela no orfanato até esses anos todos com uma freira chamada Amélia se não me engano. E agora Lucas, pelo oque ouvi ele não está sendo pago, mas sim pagando, ele aprontou alguma com essas pessoas e agora está quitando a dívida sendo obrigado a se aproximar de Alice de ter um relacionamento com ela, seus pais querem que ela siga seu sonho entrando na faculdade de música mas querem protegê-la. Obrigando alguém a "amá-la"? Não consegui entender o motivo dele estar envolvido nisso. Quando Lucas ia falar mais coisas a respeito ele me viu parado com o papel nas mãos. Parecia não esperar por minha presença, pois falava alto de mais ao telefone, mas tínhamos combinado de conversar no meu quarto depois do beijo na piscina.
Eu enfureci e entrei no quarto perguntando o motivo de Lucas estar fazendo aquilo. E oque ele havia feito da sua vida, mas a única coisa que ele fez foi ameaçar a vida de Alice e foi aí que tudo começou.
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Entre Amores
Teen FictionAlice até onde sabe é órfã de pai e mãe, desde criança foi criada em um orfanato. Quando completou seus 18 anos, começou a fazer provas para faculdades de música, já que agora se tornou independente e terá que sair do orfanato e seguir sua vida. Apó...