DIA DOIS

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Eu não podia acreditar que ele estava a poucos metros de mim, mais uma vez. Ele era tão lindo. Eu podia sentir a respiração dele sobre mim. Esperava ansiosamente que ele me beijasse a qualquer instante, não sei por quanto tempo esperei por esse momento, é difícil controlar o tempo que se passa. Ele sorria pra mim, aquele sorriso que me fazia perder o fôlego, o olhar fascinado como se eu fosse tudo o que ele queria ver naquele momento, que bom, porque ele era tudo o que eu queria ver também.

Esperei, ansiosamente, que ele se aproximasse de mim, mas ele se manteve imóvel. "Damon", falei quando me aproximei ainda mais dele. Mas não houve nenhuma reação. Toquei seu rosto, e mais uma vez sem resposta. Ele continuava olhando pra frente com o sorriso no rosto. Me virei pra trás e vi a pior cena que já havia visto na minha vida (e olha que ela era bem cheia de cenas ruins). Eram dezenas, centenas, talvez milhares de jovens, com aproximadamente vinte e poucos anos de idade. Os corpos amontoados no campo, o vermelho sangue contrastando com o verde.

Eu nem tinha percebido que estávamos em um campo até aquele momento. Era pra elas que ele olhava com admiração. Para os corpos estirados no chão, como se aquilo fosse uma obra perfeita da qual ele devesse se orgulhar. Eu não me lembro da ultima vez que eu tinha sentido medo do homem parado ao meu lado, então me lembrei que ele não era um homem, era um vampiro que tinha sede de matar e eu era apenas uma humana, como todas aquelas outras; Senti vontade de correr, mas me lembrei de que ele não podia me ver. Me afastei dele. Aquele não era mais o amor da minha vida, ele tinha se tornado um monstro.

• • •

Meu corpo está repleto de suor. Olhei para os lados e eu estou no meu quarto novamente. "Foi só um pesadelo.". Tento me convencer. Foi só um pesadelo.

Diário de ElenaOnde histórias criam vida. Descubra agora