Todos os dias eu tento me convencer de que você é o pior erro que cometi. Ensaio um monólogo na frente do espelho, elaboro teorias e tento me lembrar de todos os motivos que você já me deu que comprovam que você não merece mais um espaço na minha vida.
Não, amor, eu não parei de gostar de você. Eu ainda gosto de você. E gosto muito. Mas você erra ao pensar que eu não sofro com a sua ausência. E nesse tempo que você me deixa sozinha, eu fico repetindo constantemente na minha cabeça que mereço mais, a fim de me convencer de que eu deveria te deixar ir. Faz tempo que eu estou querendo te dizer isso, mas mais uma vez você não respondeu minha mensagem e me deixou esperando. E essa sua ausência machuca, dói, corrói.
Atribuo a culpa de toda essa dor que estou sentindo a você. Assim tento acreditar que eu vou sobreviver quando essa nossa relação frágil acabar e a solidão bater na minha porta. A constante companhia dela vai me fazer melhor do que essas suas aparições inesperadas. Se for pra te ter, que seja por inteiro e não pela metade. Desculpa, mas eu não me contento com pouco. Eu tentei te dizer isso também, mas você me ignorou outra vez.
Então, anda, pega todas essas suas coisas e vai embora. Mas vai rápido. Tenho pressa para sair desse sufoco. Espero que não se importe, mas eu vou te dizer adeus bem longe da porta de saída, porque assim, quando você for embora, eu não vou ter tempo para mudar de ideia e voltar correndo para os seus braços. E eu não vou terminar esse texto com reticências, que é para eu não lembrar o caminho de volta. Então é isso. Acabou. Sinto muito por você ter sentindo tão pouco. Adeus. Ponto final.
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Tudo que eu queria te dizer
RomanceUm pouco sobre amor e afins. Coletânea de contos e crônicas. Capítulos independentes.