Prólogo

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PRÓLOGO

O horário comercial havia chegado ao fim naquele instante. Exausto, César, deixou o escritório de uma das suas refinarias. Ele caminhava em direção ao elevador com sua pasta prateada em mãos. Seus trajes mostravam que o dia tinha sido longo e cheio. A camisa social branca que vestia tinha as mangas arregaçadas e os primeiros botões da gola abertos, revelando um pouco dos músculos bem definidos do seu peitoral; o terno preto estava elegantemente largado em um dos seus braços.

Diante do seu objetivo retirou a mão do bolso — aquela era a mesma do braço que mantinha dependurado o terno dobrado — e pertou o botão do elevador. Aguardou alguns segundos até as portas abrirem. Entrou apressado e sorriu quando em poucos instantes estava no estacionamento. Ali seu motorista já o esperava pacientemente.

Ele cumprimentou o homem de idade um pouco avançada ao se aproximar. Como era seu motorista desde os cinco anos de idade Jerry é o único além da família que sabe dos seus segredos e enrascadas, os outros só desconfiam. César afundou no acento do banco traseiro do carro. Não precisava dizer aonde ia pois, Jerry já sabia, afinal, toda a noite era a mesma coisa, ele o levava até seu apartamento e o aguardava tomar um banho; quando seu chefe regressava com a aparência impecável voltava a dirigir em direção a uma boate no centro do Rio de Janeiro.

Naquele dia não foi diferente e após todo ritual semanal descrito  o senhor deixava seu patrão diante da boate sofisticada. Jerry deu as chaves do automóvel ao chefe e procurou um taxi disponível que o levaria para casa.

César por sua vez entrava na boate sobre olhares apreciativos e desejosos de ambos os sexos. Seguiu direto ao bar e ocupou um dos banco vazios. Pediu uma bebida e iniciou a busca daquela que seria sua próxima foda, em sua perspectiva a garota que teria o prazer de apreciar uma noite ao seu lado.

Ele observava a pista de dança como um cachorro espreitando sua caça enquanto ingeria a bebida forte que descia aquecendo seu peito e embriagando os sentidos levemente. Foi quando seus olhos azuis focaram avaliativos num círculo de três garotas, no qual, havia uma loura, uma mulata e a mulher morena que lhe chamou atenção. Com grandes madeixas negras recaindo sobre as costas desnudas por consequência de um decote profundo no corte do vestido a moça possuia uma estatura alta, porém, com um corpo curvilíneo. Ela dançava descaradamente insinuando-se através de movimentos ritmados da música sensual que tocava no último volume daquela balada restrita.

César estreiou os olhos e um sorriso apareceu no canto da sua boca bem desenhada deixando evidente a covinha sutil que mantinha na bochecha. O verdadeiro e famoso sorrriso típico onde segundo o ditado faz as mulheres arrancarem as calcinhas insandecidas. Ele se remexeu no lugar observando os detalhes daquela mulher em específico e ao que parecia ele acabava de encontrar sua esperada presa aquela noite.

Sem perder tempo o mulherengo pousou o copo no balcão deixando uma nota embaixo dele — na qual dava para pagar o litro inteiro da bebida que ingeriu — e seguiu sem hesitar até aquela que tinha passado no seu rigoroso teste de fisionomia feminina. Ao alcanca-las viu que as mulheres aquela altura não mais dançavam mas, conversavam entre risos animados.

— Boa noite! — exclamou ao parar entre elas que ao perceber sua presença imediatamente cessaram a conversa dando-lhe atenção instantânea.

— Boa noite! — responderam as três em uníssono incluindo aquela que o fizera abordá-las.

A loura baixinha e a mulata anoréxica passavam as mãos pelos cabelos tentando inutilmente seduzir-lhe. Já a morena prendia os lábios entre os dentes enquanto os olhos analisavam de baixo para cima o seu corpo másculo, a estatura alta, a pele dourada, os cabelo bem cortado, a barba rala que despontava em seu rosto e os olhos extremamente azuis que a deixou hipnotizada.

Degustação - Um mulherengo - Trilogia aos meus pés - Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora