Casamento?

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No caminho de volta pra casa, tentei conter as palavras, não queria estragar a noite. Oliver já tinha ido para casa e Susana já tinha voltado para o hotel em que estava hospedada. Lucas estava cantarolando uma música enquanto dirigia, as estradas estavam praticamente desertas.

— Lucas? — chamei-o, ainda quando estávamos dentro do carro.

— Hum? — ele faz, sem tirar seus olhos da estrada, delicadamente pousou sua mão em minha perna.

— O que você achou deles? Você aprova? — pergunto.

— Ah, amor, por que eu teria algum motivo de dar palpites? Se eles estão felizes então tudo bem para mim! — afirmou, concentrado.

— Ah, sei lá. — Comentei. — Como você se sente em ver sua melhor amiga nisso, você aprova eles dois? — Insisti.

Ele para o carro em um beco escuro, com um pequeno lago, eu não reconhecia aquele lugar, enquanto indagava isso comigo mesma, ele olha os dois lados para ver se havia alguém ali. Eu me assusto, mas confio demais nele para perguntar. 

— Mari, Mari... Quando você vai aprender que a minha melhor amiga é você agora?

Corei e olhei em volta. Era um laguinho transparente e dava pra ver alguns peixinhos pulando pra fora d'água, já era quase meia noite.

— Vamos, desce do carro — ele pede, segurando minhas mãos.

— Tudo bem. — Concordo. 

Eu saio do carro e vejo-o tirando a camisa. Arregalo os olhos me perguntando o que ela estava pensando em fazer. A água devia estar muito gelada. 

— Você não vai tirar sua roupa? — Lucas pergunta.

— O que? Como assim? — franzo a testa — eu não vim preparada, quer dizer, eu não trouxe biquíni.

Ele ri, e se aproxima de mim, pondo sua boca bem próxima do meu pescoço.

— Não temos muito tempo, faz isso por mim. — sussurra no meu pé de ouvido.

E não houve jeito de negar. Ele estava com olhos brilhantes como se aquele fosse seu maior sonho, e esse é o tipo de lembrança que eu gostaria de levar para o futuro e poder contar aos meus filhos.

Eu reviro os olhos, dando como vencida, e Lucas comemora me enchendo de beijos. Eu tiro a blusa, e depois o short, ficando só de calcinha e sutiã. Ele pega a minha mão, me trazendo ao lago.

A gente mergulha e eu sinto meu corpo congelar por um minuto, mas estava bom, para variar. Ele sorria, e eu tentava fazer o mesmo porém meus lábios estavam tremendo demais pra qualquer ação. Ele me abraça tentando melhorar a nossa situação, mas por mais que seu abraço fosse o lugar mais gostoso do mundo inteiro, estava muito frio.

Quando nossas bocas já estavam roxas, a gente sai da água. Ele tira do porta-malas duas toalhas, e me cobre com uma delas. Eu tento não tremer, mas falho. E ele fica rindo de mim se enxugando, enquanto fingia não se tremer.

Depois que a gente se lembra que dentro do carro tem aquecedor, e ficamos agarrados no banco de trás tentando deixar o ambiente quente.

Enfim chegamos em casa.

— Aleluia! — afirmo. — Preciso de um banho quente.

— Estava tão ruim assim a saída comigo? — ele pergunta, aparentemente ofendido.

— Não, amor — o abraço ligeiramente — lógico que não, é que eu só estou cansada mesmo... Dia longo!

Ele beija minha cabeça, e olha nos meus olhos.

— Como está o preparatório pra o casório? — indaga.

— Quê? — engasgo com minha própria saliva.

— A gente vai se casar, ué. Eu não pedi você em casamento a troco de nada. Quero viver com você. A menos que você não queira, e se esse for o caso eu juro que vou entender. A gente pode desacelerar as coisas.

Faço que não repetidas vezes negando aquela hipótese.

Eu não queria abrir mão do nosso casamento. Estou vivendo meu sonho.

— Não, claro que não, estou com a cabeça cheia, só isso... Amanhã eu vou conhecer o salão de festas, e o pessoal da decoração... Mas eu queria que você fosse, isso é importante.— fiz uma cara cabisbaixa, fingindo tristeza com os beiços dobrados, o que o fez sorrir.  

— Eu sei, mas a empresa está difícil agora, estou querendo muito conseguir essa promoção e preciso dar meu melhor se eu quiser chegar lá. Estou por pouco de saber o resultado. E então serei todo seu! — ele esfrega as mãos, e alisou meu cabelo. — Eu vou no dia da prova do bufê. Prometo.

Eu começo a rir. Uma coisa que ele ama mais que trabalhar, além de mim e da família, com certeza é comer. Lucas era capaz de comer 1 quilo de comida sem pestanejar ou seja, sem pensar duas vezes.

— Tudo bem, eu aceito isso.

— Você está bem? Estou sentindo você meio esquisita. A presença do Oliver te incomodou?

Estava demorando até ele perceber. Havia me esquecido o quanto ele me conhecia bem.

— Não... — Neguei rapidamente. — Como eu disse... É apenas cansaço. Estou exausta depois de tudo que fiz hoje.

— Mas você nem fez nada. — Brincou, sorrindo.

Eu dei os ombros. Ele me agarrou pelas pernas e me elevou até os ombros dele me deixando pendurada de cabeça para baixo. Enquanto eu grito e insisto para que ele me largue de volta ao chão, Lucas me carrega para vários cantos diferentes na sala.

Me levou até o banheiro e me desceu dos seus ombros. Retirei novamente a minha roupa e ele fez o mesmo, tomamos uma ducha de água quente deliciosa e Lucas pega alguns produtos de rosto para limpeza de pele. 

Ele amava fazer isso. Antes eu achava que era para me agradar, mas depois percebi que ele gostava de verdade do efeito que os produtos causavam no seu rosto.

Nós vamos pro quarto, e deitamos exaustos na cama.

— Você sabe que eu amo você, não sabe?

Eu concordo.

— Sei.

— Que bom. Nunca se esqueça disso. — Ele reforça.

Eu me viro de lado e olho fundo nos seus olhos.

— Eu também amo muito você. 

Depois disso simplesmente pegamos no sono, os dois mais ou menos no mesmo minuto, sem mais nem menos, apenas fechamos os olhos e dormimos.

Amanhã seria um dia longo.

Nota:
Você pode ler o resto desse livro no link que está no meu perfil.
Se você não conseguiu acessar, comenta aqui que eu te mando pelo direct.

O melhor amigo da minha melhor amiga 2Onde histórias criam vida. Descubra agora